A administração municipal passou a disponibilizar 64 novos profissionais desde o início do ano, e outros seis serão contratados até o final de 2023, chegando a 70 médicos para atendimento nas Unidades Básicas de Saúde.
Felipe Liedmann, especial para os Blogs do Doc.com e do Johnny.
Ponta Grossa ampliou o número de médicos disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). No ‘pacote’ mais recente, 24 novos profissionais do Programa Mais Médicos iniciaram os trabalhos junto à população. A missão deles é atender e acolher pacientes de diferentes perfis: dos mais novos aos idosos, dos mais vulneráveis aos menos debilitados.
Aos 24 profissionais que já estão trabalhando pelo Mais Médicos, devem se somar mais seis até o final de 2023, totalizando 30 médicos. Além deles, outros 40 médicos já foram contratados diretamente pela Prefeitura e estão em atividade. Neste novo cenário, os ponta-grossenses estão tendo a demanda por consultas sanada e a humanização no atendimento tem sido a marca desta nova era.
HUMANIZAÇÃO – A Atenção Primária em Saúde apresenta aos profissionais diferentes desafios. No entanto, são essas pequenas adversidades que estimulam os médicos a atuarem de forma humanizada, entendendo a necessidade de cada pessoa.
É o caso da médica Greice da Silva Santos, que atua há cerca de um mês na UBS Sharise Angélica Arruda, no Recanto Verde, bairro Cará-Cará. Apesar do sobrenome bem brasileiro da médica, ela estava fora do país há quase 15 anos. A formação ocorreu em 2017 na Fundação Héctor Barceló, na Argentina, país onde a profissional constituiu família.
Agora ela está se adaptando à rotina de atendimento em Ponta Grossa, uma das cidades que escolheu para atuar na hora de fazer a inscrição no Programa Mais Médicos. “Ano passado fiz o Revalida pelo Inep e, neste ano, quando saiu o novo ciclo do Mais Médicos, me inscrevi. Foi a oportunidade de voltar ao Brasil e poder atender a comunidade brasileira da melhor forma”, conta a profissional.
Greice nasceu em Cacoal, município que fica em Rondônia. Na hora de preencher o Programa, uma das opções foi a cidade de Ji-Paraná, que fica perto de Cacoal. Mas a vontade de morar no Estado do Paraná – terra da mãe dela – também era grande.
“É um Estado que eu admiro. E Ponta Grossa é um ponto ‘intermediário’ para a minha família e para a família do meu marido, que é de San Juan, na Argentina”, explica a médica, que tem um filho nascido no país vizinho.
No início do ano, 40 novos médicos foram distribuídos em 25 UBSs de Ponta Grossa. Foto: Dorival de Arruda Moura Neto.[/caption>
A COMUNIDADE – Dentro dessa mistura de países, estados e cidades, Greice agora tem a missão de cuidar das pessoas do Recanto Verde. Para quem segue pela Rua Siqueira Campos, em Uvaranas, o Recanto é o último residencial antes de chegar no Distrito Industrial. Um local onde as pessoas têm grande proximidade.
“Acho que eu fui privilegiada com essa Unidade de Saúde, sabe? Estou gostando muito. Esse acolhimento que tenho com a comunidade está sendo muito bom. A relação entre médico e pacientes é ótima, e estou conhecendo mais a equipe com que trabalho. São profissionais excelentes, o que me ajuda com que preciso”, comenta.
É comum dentro da rotina da Unidade Básica de Saúde encontrar variados perfis de enfermidades, mas não apenas isso.
“São pacientes até mesmo com problemas sociais, psicológicos. É uma medicina integral. É gratificante levar essa atenção médica aos brasileiros e poder resolver seus problemas. Eu acho que se colocar no lugar do paciente e ter essa proximidade ajuda a conseguirmos um melhor tratamento. Temos que conhecer a realidade do paciente. Não é só atender, dar uma medicação e pensar que está tudo bem”, argumenta a médica.
É essa atenção que Iedda da Silva, de 74 anos, tem encontrado quando procura atendimento em unidades de saúde. Aposentada por invalidez, ela costuma precisar de consultas nos locais. “O atendimento é muito bom. Eu não tenho o que falar das pessoas daqui. Me atendem muito bem. A nossa médica aqui é muito boa”, afirma Iedda.
NOVOS MÉDICOS – Ponta Grossa tem buscado suprir toda a demanda por atendimentos e cobrir a falta de médicos que já foi um problema da cidade. No ano passado, por exemplo, a administração municipal abriu editais de chamamento público para credenciamento de profissionais.
Poucos meses depois, a entrada de 40 médicos foi anunciada. Esses trabalhadores, que estão espalhados por 25 UBSs, atuam com contratos de carga horária que varia entre 4 e 8 horas.
O reforço faz parte do projeto de reestruturação da saúde pública municipal que está em andamento. A intenção é oferecer à população uma saúde melhor, ágil, mais humana e resolutiva.
Esse contingente de médicos aumentou a partir de junho, quando chegaram os profissionais do Programa Mais Médicos. Eles passaram por treinamento envolvendo o sistema e por uma ambientação com a estrutura das unidades de saúde. Os trabalhadores também receberam capacitação envolvendo os protocolos do Município e sistema de regulação.
Ponta Grossa ainda está apta a receber outros seis médicos pelo programa do Governo Federal, totalizando 30 médicos. A intenção do Município é seguir buscando o preenchimento dessas vagas junto ao Programa, o que totalizaria 70 profissionais desde o início de 2023.
DEMAIS PROFISSIONAIS – Também reforçaram o atendimento de saúde em Ponta Grossa 26 dentistas, três auxiliares de saúde bucal, 24 farmacêuticos, 12 enfermeiros, dois médicos do trabalho, 16 auxiliares de farmácia, quatro técnicos de Raio-X e 30 técnicos de enfermagem. (Publieditorial)