28 de fevereiro de 2018

Voto impresso, artigo de Marcello Richa

Divulgação

“Em um período que as pessoas questionam o processo eleitoral e a validade do resultado das urnas, é perfeitamente compreensível buscar novas propostas que visem assegurar a normalidade das eleições”

Em ano eleitoral um assunto que sempre retorna com força é o debate sobre a necessidade ou não do voto imprenso em conjunto com o eletrônico. É um tema que divide opiniões e que traz consigo um grande peso econômico, o que torna extremamente relevante a sua discussão para que possamos alcançar um denominador comum que justifique a iniciativa.

Em 2015 foi realizada uma pequena reforma eleitoral que estipulou a impressão de cada voto na urna eletrônica. Após o eleitor digitar o número do seu candidato, a urna iria imprimir o registro do voto para ser depositado automaticamente e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. No caso o encerramento do processo de votação só aconteceria após a confirmação pelo eleitor do conteúdo de seu voto e o registro impresso que a urna emitirá.

Particularmente sou favorável a esse modelo, uma vez que o eleitor terá maior confiança de que seu voto foi registrado para o candidato que escolheu e permite uma verificação manual posterior, caso sejam levantadas suspeitas a respeito do resultado. Reconheço, porém, que a implantação desse sistema tem um problema que é o custo, mas é algo que eventualmente teremos que enfrentar.

Digo isso porque atualmente o Brasil é um dos poucos países no mundo que ainda utiliza urnas eletrônicas no modelo DRE (Direct Recording Electronic), que mantêm apenas registros digitais dos votos. É a primeira geração deste tipo de urna e, se analisar outros países que utilizam o modelo, é fácil perceber que estamos atrasados. Já existem equipamentos que emitem  comprovante impresso para conferência após a digitação do voto, que atenderia o solicitado na reforma política, e também urnas que emitem uma cédula com chip, que contém os registros digitais e impressos.

Apesar de ainda não existir garantias que irá acontecer devido ações que estão tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicou que nas eleições de 2018 deverá ser implantado a impressão do voto em aproximadamente 30 mil das 600 mil urnas utilizadas no país neste ano. Seria um bom teste para verificar a viabilidade da proposta, que poderia ser expandida em outras eleições, gradualmente dissipando os custos para a implantação desse modelo.

É importante ressaltar que a urna eletrônica trouxe avanços para o sistema eleitoral brasileiro, especialmente na questão de agilidade para realização e apuração dos votos. Porém nenhum sistema é inviolável e é preciso constantemente buscar melhorias que permitam maior segurança.

Em um período que as pessoas questionam o processo eleitoral e a validade do resultado das urnas, é perfeitamente compreensível buscar novas propostas que visem assegurar a normalidade das eleições. Conseguir alcançar um formato de eleição mais transparente e com mais opções de verificação permitirá o sempre necessário fortalecimento da democracia e maior legitimidade para os representantes eleitos.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR) e secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba.


Compartilhe



Últimas notícias

Divulgação

22 de novembro de 2024

499 famílias de Ponta Grossa recebem chaves da casa própria

Divulgação

22 de novembro de 2024

Aprovação do Mercado de Carbono coloca Brasil em destaque na gestão ambiental

Arquivo

22 de novembro de 2024

“Meu filho foi assassinado de forma cruel. Caído no chão, ele continuou atirando”, revela mãe de empresário morto por Neto Fadel

Divulgação

22 de novembro de 2024

Bosque de Luz retorna a Ponta Grossa para abrir o Natal 2024 com jardim mágico

Ver mais

Mais Lidas

Arquivo

11 de janeiro de 2017

Prefeitura quebrada, cidade abandonada e Rangel de malas prontas para cruzeiro no Caribe

Divulgação

8 de outubro de 2018

Conheça os 54 deputados estaduais eleitos no Paraná

Arquivo

31 de março de 2020

Ratinho Junior libera igrejas e outras atividades consideradas essenciais no Paraná

Divulgação

ORTIGUEIRA

24 de janeiro de 2022

“2022 deve ser um ano de mais vitórias”, afirma Ary Mattos