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“As nossas estatais, que sempre foram motivo de tanto orgulho no passado, hoje vivem amedrontadas pelo fantasma da privatização. Em um discurso de busca do estado mínimo, nossos direitos e garantias são pisoteados. E o Paraná cada vez mais sucateado”.
Nos últimos dez anos, o Paraná tem vivido um momento terrível para sua história. Sob a desculpa de única salvação para a economia e cobrir os rombos do caixa que eles mesmos estavam provocando, colocaram o bolso do paranaense na mira de seus próprios interesses.
As nossas estatais, que sempre foram motivo de tanto orgulho no passado, hoje vivem amedrontadas pelo fantasma da privatização. Em um discurso de busca do estado mínimo, nossos direitos e garantias são pisoteados. E o Paraná cada vez mais sucateado.
A Copel Telecom que sempre foi uma das melhores operadoras de banda larga do país, reconhecida por seus serviços excelentes, agora é vendida como mercadoria desnecessária. Tudo o que até hoje ofereceu de graça às Secretarias, hospitais, escolas e demais instituições públicas ligadas ao Governo, terá seu preço lá na frente. E ainda assim, oferecendo todos esses serviços de graça à população, era uma empresa que gerava muito lucro. Então por que vender uma boa fonte de renda, num momento de crise? A resposta que me vem em mente não pode ser outra; por pura incompetência e irresponsabilidade.
Elegemos no Paraná gestores acostumados a terceirizar sem a preocupação com as consequências desses atos no futuro. São administradores públicos preocupados apenas com o “hoje”, com as propagandas momentâneas que conseguem produzir.
7 mil trabalhadores agora estão com seus empregos na mira de uma empresa privada. Uma empresa que, em seus vinte anos de história, brilhou na esfera pública. Uma empresa que só no segundo trimestre de 2020 teve uma receita de quase 100 milhões de reais, mas que agora terá seus lucros voltados apenas ao interesse particular. Exemplo de eficiência no ramo das telecomunicações, a Copel Telecom está presente em 399 municípios paranaenses, fornece conexão em fibra ótica para centenas de milhares de pessoas. Não é uma empresa deficitária, muito pelo contrário.
Construída com recursos públicos, é uma empresa de sucesso, que tem o DNA paranaense, que presta serviço de excelência e atende sua função social. Por todos os ângulos que se olhe não é possível encontrar um argumento robusto para a sua privatização. A única certeza é que o Paraná e os paranaenses, mais uma vez, abriram mão de algo de valor que lhes pertence.
Comunicação, energia, água… são serviços essenciais, que devem estar nas mãos dos entes públicos para proteger a população.
Sou contra a privatização da Copel Telecom e fica no ar uma pergunta. Para quem governa nosso chefe do Executivo? Para investidores, para o interesse privado, ou para a população? A quem você serve Governador?
Requião Filho é deputado estadual do MDB.