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Concessionária do transporte coletivo discutiu a criação do Fundo de Transporte, apresentado pelo Poder Executivo, na Associação Comercial e Câmara Municipal. Para a ACIPG, o relato da empresa reforça a falta de necessidade da medida, que não garante uma transparência maior, e ainda abre a possibilidade de endividamento do Município.
A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) recebeu na última segunda-feira, 22, representantes da concessionária do transporte coletivo, Viação Campos Gerais (VCG), para discutir a criação do Fundo Municipal do Transporte. Para a ACIPG, o relato da empresa reforça a falta de necessidade da medida, que não garante uma transparência maior, e ainda abre a possibilidade de endividamento do Município, tanto em operações de crédito, como também em relação ao limite prudencial, na contratação de pessoal.
Participaram da reunião Gelson Forlin, diretor da VCG e integrante do Conselho Municipal de Transporte, a assessora de imprensa Cristiane Dresch, como também os advogados da empresa Rodrigo Venske, Sergio Winnik e Heidy Westphal. Eles apontaram que a Prefeitura tem acesso aos dados da VCG, que são transmitidos para a Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes (AMTT) produzir a planilha e que recentemente deixaram a disposição o acompanhamento em tempo real da movimentação financeira da concessionária.
De acordo com Forlin, tanto a transparência, como outros argumentos operacionais com a empresa, justificados pela Prefeitura, poderiam ser realizados a qualquer tempo, independente da Município ter o controle monetário do transporte coletivo pelo Fundo Municipal do Transporte.
A ACIPG entende que o assunto é muito importante e que o debate deve continuar, considerando que preocupa a instituição pelos possíveis efeitos negativos nas contas públicas.
REDUÇÃO DA PASSAGEM – Questionado pelos diretores da ACIPG, Forlin comenta que o reajuste da tarifa compensa um custo que a empresa teve durante todo o ano anterior, por isso, quando não acontece, a empresa sai no prejuízo. Ele conta que o valor elevado da passagem prejudica a empresa, pois outros modelos de mobilidade urbana se tornam opções mais atrativas para a população. “Encaramos uma concorrência desleal atualmente, pois os serviços de mobilidade por aplicativo só anda quando tem passageiros, não tem meia passagem e não conta com gratuidades. O transporte coletivo tem tarifa social, quem mora perto paga o mesmo de quem mora no limite do município, tem ônibus independente ou não de ter passageiro, o que encarece o sistema por ter a constância do serviço. Mais de 15% dos passageiros são gratuidades”, disse o diretor.
Os representantes da VCG atestaram que estão preparados para deixar a bilhetagem 100% eletrônica e que a atualmente, os custos dos cobradores impacta em cerca de 11% no valor da passagem. “Desde que tenha amparo legal, a empresa tem um compromisso público de não fazer a demissão de nenhum colaborador, porém não iria mais repor os que saíssem. Além disso, poderíamos realizar relocações, Programas de Demissão Voluntária (PDV), e continuar investindo na capacitação de trocadores para se tornarem motoristas” finaliza Forlin.
NA CÂMARA – A convite do vereador Valtão (PP), o advogado da concessionária Rodrigo Venske também esteve na sessão da Câmara Municipal na última quarta-feira, 24. “Ele demonstrou que a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa detêm todos os dados necessários, em tempo real, e pode inclusive ter acesso ao sistema de gerenciamento do sistema utilizado pela própria empresa para fiscalizar todo o transporte coletivo”, apontou o vereador. (Com assessorias)