26 de junho de 2019

Valor Bruto da Produção do Paraná chega a R$ 89,6 bilhões

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Os municípios campeões foram Toledo, Castro (Campos Gerais) e Cascavel, nessa ordem. Toledo apresentou um VBP total de R$ 2,2 bilhões, Castro em segundo lugar com R$ 1,57 bilhão; e Cascavel, R$ 1,53 bilhão de faturamento. No VBP dos municípios, Toledo conserva a primeira colocação há mais de 10 anos e o município de Castro ultrapassou Cascavel na segunda colocação.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná atingiu R$ 89,6 bilhões em 2018, correspondente ao faturamento bruto dos produtores com a comercialização da safra 2017/18.

De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, na primeira versão do VBP o valor estimado teve um crescimento de 5%, em valores nominais sem o desconto da inflação, sobre o ano anterior (2017), quando o VBP atingiu R$ 85,3 bilhões.

Por se tratar de uma avaliação preliminar, baseada em informações insuficientes para traçar um quadro mais completo, a expectativa é que a versão definitiva seja divulgada no final de agosto.

Os grupos com maior participação no VBP do Estado, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), que faz a pesquisa anual, foram a soja, frango, milho e leite. Juntos esses produtos corresponderam a 55% do VBP de 2018.

Os itens de maior peso correspondem à comercialização dos produtos da Agricultura, com 48,4% de participação. Depois vem a Pecuária, com 46,7% de participação, seguida pelo setor Florestal com participação de 4,9%.

As regiões com maior participação no Valor Bruto da Produção em 2018 foram Oeste, com 23%; Norte Central, com 14%; Sudoeste, com 11%; Noroeste, com 10%; Centro Oriental, Centro Sul e Norte Pioneiro com 8% cada.

Os municípios campeões foram Toledo, Castro e Cascavel, nessa ordem. Toledo apresentou um VBP total de R$ 2,2 bilhões, Castro em segundo lugar com R$ 1,57 bilhão; e Cascavel, R$ 1,53 bilhão de faturamento. No VBP dos municípios, Toledo conserva a primeira colocação há mais de 10 anos e o município de Castro ultrapassou Cascavel na segunda colocação.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, explica que o Deral está disponibilizando a versão inicial do VBP, a soma de tudo que o campo conseguiu produzir em 2018, todo um conjunto com cerca de 350 itens que a agropecuária paranaense produz, que resultou em valor um pouco acima da inflação média do Brasil no ano passado.

“Em termos reais, perdemos um pouco, mas o resultado apresenta um bom valor vindo do campo”, disse. Segundo ele, a safra de grãos do ano passado não foi tão boa quanto a anterior (2016/2017), que foi excepcional, mas mostra em cada município, para cada atividade agrícola, uma mensuração desse valor.

“Esse índice lá em setembro vai compor o Fundo de Participação dos Municípios dentro daquilo que é a divisão do bolo do ICMS paranaense”, afirmou Ortigara.

Com a correção da inflação, o VBP passa a ter uma redução de 3% em relação ao ano anterior, calculou o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Salatiel Turra. Segundo ele, essa versão do VBP é preliminar porque ainda será enviada aos municípios para contestação ou não das prefeituras, que podem entrar com recursos. Por isso ele prevê que podem ocorrer alterações neste Valor Bruto da Produção calculado.

Turra destaca que as quatro principais cadeias de alimentos no Paraná: soja, frango, milho e leite correspondem mais da metade do VBP do Estado.

SOJA – Somente a soja alcançou uma participação de 24,9% no Estado, com um faturamento bruto total de R$ 22,3 bilhões após a comercialização da safra 2017/18. Esse resultado representa um aumento de 9% sobre o período anterior, que foi de R$ 20,4 bilhões.

De acordo com a economista do Deral, Larissa Nahirny, nesse período o valor e a participação da soja no VPB aumentaram, mas a produção e a produtividade foi menor.

Ocorre que 2017 foi um ano excepcional, com o registro de recorde de produção com um volume de 19,9 milhões de toneladas. E houve recorde de produtividade também decorrentes de clima perfeito durante todo o ciclo de produção.

Na safra seguinte (2018), por causa desse desempenho, a área plantada com soja até aumentou em relação à safra anterior, mas a produção caiu para 19,2 milhões de toneladas por causa da queda de produtividade em decorrência do clima, que prejudicou e atrasou o plantio da safra.

“Sempre lembrando que a comparação da safra de soja está sendo feito com o período 2016/17, cuja safra foi excepcional no Estado e no país, com um clima quase perfeito na época”, disse Larissa Nahirny.

Mesmo assim, na safra 17/18 foi possível assegurar a segunda melhor produtividade já registrada no plantio de soja no Paraná, com um rendimento de 3.537 quilos por hectare.

Segundo ela, o aumento no faturamento bruto da soja, obtido pelos produtores, foi impulsionado pela valorização do grão em decorrência de grave seca na Argentina e aumento da tensão Estados Unidos e China, fatos que favoreceram as exportações brasileiras, com o aumento de preço decorrente da elevação da demanda pela soja brasileira.

MILHO – A primeira e segunda safra de milho plantadas no Paraná tiveram uma participação de 6,7% no VBP de 2018, com um valor de R$ 6,02 bilhões. Nominalmente esse resultado representou uma queda de 9% em relação ao ano anterior, cujo faturamento bruto foi de R$ 6,6 bilhões.

Nahirny diz que a produção foi prejudicada pela redução da área plantada com milho em função da queda do preço que não estimulou o plantio. E depois o atraso da colheita da soja reduziu o tempo para o plantio da segunda safra de milho, a qual se consolidou como a maior do Estado.

A produção total entre as duas safras alcançou um volume de 12,1 milhões de toneladas na safra 17/18, uma queda de 33% em relação à anterior, que foi de 18,1 milhões de toneladas.

TRIGO – A redução na área plantada com milho em 2018 foi compensada pelo aumento de área com trigo. Na região Oeste e Sudoeste, locais de maior expansão da cultura, a produção de trigo avançou de 2,2 milhões de toneladas no período 16/17 para 2,8 milhões de toneladas em 17/18. O VBP acompanhou essa evolução passando de R$ 1,3 bilhão em 2017 para R$ 2,1 bilhões em 2018, um aumento de 64%.

FRANGO – No período 2017/18, o Deral constatou redução no número de abates, mas o VBP alcançou a marca de R$ 14,43 bilhões, um aumento de 10%, em valores nominais, sobre o VBP do ano anterior que foi de R$ 13,06 bilhões.

Esse resultado foi turbinado com a valorização no preço. No primeiro semestre do ano ocorreram alguns eventos que prejudicaram a cadeia como o embargo do frango brasileiro pela União Europeia, seguida pela greve dos caminhoneiros em maio de 2018.

Nesse período, muitas aves morreram e os impactos na produção foram significativos. No entanto, a cadeia se recuperou no segundo semestre com desempenho semelhante ao do ano anterior (2017), que foi recorde de exportação, o que resultou num ano favorável aos produtores.

Já no terceiro trimestre de 2018, a cadeia registrava recorde de exportação de carne de frango, com uma boa valorização nos preços. Com isso o preço médio do quilo em 2018 alcançou a marca de R$ 2,73, uma elevação de 7,48% sobre o período anterior, quando o preço médio da carne de frango foi de R$ 2,54 o quilo.

LEITE – Foi outro produto com resultado positivo no VBP. O faturamento bruto da produção foi de R$ 5,9 bilhões, 3% a mais que no ano anterior, de R$ 5,7 bilhões, também sem considerar a inflação. Segundo o Deral, ouve redução na produção mas o valor do produto aumentou em 6,6% na média do ano.

A queda na produção, segundo Nahirny, foi provocada pela saída dos pequenos produtores, que não conseguiram se especializar na atividade. Os custos de produção se elevaram e permaneceram na pecuária leiteira os mais especializados, reduzindo a participação dos pequenos que perderam competitividade, esclareceu a técnica.

O preço médio do litro de leite pago ao produtor, que era de R$ 1,21 em 2017, passou para R$ 1,29 o litro em 2018.

PRODUTOS FLORESTAIS – O faturamento bruto da produção de produtos florestais passou de R$ 3,9 bilhões em 2017 para R$ 4,4 bilhões em 2018, um acréscimo de R$ 500 milhões brutos aos produtores. O acréscimo derivou principalmente pelo aumento no faturamento dos produtos destinados para serraria e para laminação, cuja produção passou de 22,3 milhões de metros cúbicos em 2017 para 24 milhões de metros cúbicos em 2018, uma expansão de 8%.

O preço médio do pinus para laminação teve valorização de 16% e o de pinus de serraria teve valorização de 12%. Houve elevação no preço da erva-mate, cujo preço pago aos produtores evoluiu de R$ 917,81 a tonelada em 2017 para R$ 1.110,59 em 2018, um crescimento de 21%.

HORTALIÇAS, FRUTAS E FLORES – O grupo das hortaliças vem aumentando sua participação no VBP do Estado. Em 2018, o faturamento bruto dos produtores foi de R$ 3,34 bilhões, uma alta de 9% sobre o ano anterior, cujo registro do VBP foi de R$ 3,07 bilhões.

Em 2018, o grupo das hortaliças foi alavancado pelo aumento no preço da batata, que subiu 73%. Os produtores comercializaram, em média, a batata-inglesa por R$ 39,28 a saca com 50 quilos, contra a média de R$ 22,67 a saca registrada no ano anterior.

A cebola também teve valorização de 40,4% no preço, elevando o faturamento do grupo das hortaliças. A saca de 20 quilos do produto foi vendida, em média, por R$ 22,21 contra a média de R$ 15,82 registrada no ano anterior.

O grupo das frutas permaneceu estabilizado com um VBP de R$ 1,68 bilhão em 2018, repetindo o valor do ano anterior. E das flores, caiu um pouco de R$ 140 milhões registrado em 2017 para R$ 130 milhões em 2018. (Com AEN)


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