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Instituição realiza no domingo e na segunda-feira, 02 e 03, o vestibular 2020, adiado por conta da pandemia. As provas serão presenciais, seguindo um rígido protocolo de biossegurança, iniciado ontem, 26, com a testagem dos colaboradores que vão trabalhar nos locais de prova.
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realiza no domingo e na segunda-feira o Vestibular 2020, adiado por conta da pandemia da Covid-19. É a primeira universidade pública do Paraná a aplicar as provas de forma presencial. Para isso, a Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS) adota um rígido protocolo de biossegurança, iniciado ontem, 26, com a testagem dos colaboradores que vão trabalhar nos locais de prova.
O reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, disse que é um desafio fazer um vestibular para cerca de 10 mil alunos aplicando todas as regras de segurança da pandemia.
“Somos a primeira universidade do Paraná a fazer um vestibular durante a pandemia. Mas é um vestibular extremamente responsável, um vestibular que coloca em primeiro lugar a segurança do nosso vestibulando, e depois a sua possibilidade de ingressar em um curso superior da nossa universidade”, afirmou.
A realização do vestibular, conforme o Protocolo de Biossegurança elaborado pela CPS/UEPG, foi aprovada pela Secretaria de Estado da Saúde, de acordo com despacho emitido na última sexta-feira, 23. Participam 9.946 inscritos, disputando 1.415 vagas em 39 cursos – 20% dos candidatos são de fora do Paraná.
A instituição adquiriu 2 mil frascos de álcool e 100 termômetros para aferir a temperatura de todos que circularem pelos espaços de provas.
“Realizar o Vestibular da UEPG em uma pandemia se tornou um grande desafio, que foi muito bem pensado e planejado visando preservar a saúde de todos os candidatos e de todos os colaboradores”, garantiu o coordenador da CPS, Edson Luis Marchinski.
Segundo o coordenador, o distanciamento entre os candidatos fez parte da preocupação na organização. As salas serão ocupadas respeitando 50% da capacidade total, o que fez com que o número de locais de prova duplicasse. Dos 20 originalmente previstos, agora são 41, distribuídos por 13 cidades: Apucarana, Cascavel, Castro, Curitiba, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Maringá, Palmeira, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Umuarama.
Para fazer toda essa estrutura funcionar, 1.100 colaboradores trabalham na organização e realização do vestibular.
TESTAGEM – De ontem até amanhã, 28, os profissionais que vão atuar no vestibular passarão pela testagem para Covid-19. Os testes envolvem a coleta de uma amostra de saliva e fazem parte de uma parceria com o Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Como explica o professor Giovani Marino Favero, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG, a testagem acontecerá na semana do vestibular e 10 dias após a aplicação das provas.
“Com essa segunda testagem conseguimos fazer com que os colaboradores do vestibular sejam indivíduos de marcação, no sentido de verificar se as normas de distanciamento foram eficazes, além de possibilitar o controle da disseminação do vírus”, disse.
De acordo com o professor Douglas Adamoski, da UFPR, o objetivo é garantir um ambiente mais seguro para os envolvidos e, ao mesmo tempo, desenvolver um contexto de pesquisa para avaliar a eficácia das medidas de distanciamento e biossegurança adotadas na aplicação dos exames.
“A proposta, dentro do contexto do projeto de pesquisa aprovado, envolve testar cerca de 1.200 colaboradores antes das provas e uma semana depois, evitando que possíveis assintomáticos contribuam para a disseminação do vírus e, posteriormente, verificando eventual exposição ao vírus no período entre os exames”, explicou.
São exames do tipo RT-PCR, ou seja, testes moleculares que identificam a presença do vírus Sars-CoV-2 no organismo, em período de transmissão.
O projeto da UFPR utiliza a infraestrutura dos Laboratórios de Citogenética e Oncogenética Humana (LabCHO) e Imunogenética e Histocompatibilidade (LIGH) e é certificado pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR) para diagnóstico de Covid-19, além de integrar a RedeVírus, com recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia, no projeto Laboratórios de Campanha.
Segundo o professor Douglas, essa rede permitiu ampliar a capacidade de realização de exames. “Até o presente momento, foram mais de 18 mil testes realizados, incluindo comunidade acadêmica, populações vulneráveis e apoio ao Hospital de Clínicas da universidade”, destacou.
PROTOCOLO – O protocolo de biossegurança contempla uma série de medidas antes, durante e depois das provas. Os procedimentos gerais de prevenção são o uso obrigatório de máscaras; distanciamento social de pelo menos 1,5 metro nas áreas de fluxo, entrada e salas de provas, com acesso de maneira escalonada; cabelos presos; evitar o uso de acessórios pessoais, como brincos, anéis e relógios; higiene frequente das mãos com água e sabão e/ou álcool em gel 70%, entre outras.
É proibido o consumo de alimentos nas salas de prova e cada candidato deve levar sua própria caneta. Não é permitido nenhum tipo de cumprimento social, como apertos de mão, abraços ou beijos, entre candidatos, colaboradores ou demais pessoas presentes nos locais de prova. Será aferida a temperatura de todos que circularem pelos espaços.
Os locais receberão uma série de adaptações, além de higienização cuidadosa antes e depois das provas. Nos corredores haverá um direcionamento de fluxo em sentido único para minimizar o tráfego de pessoas frente a frente, sempre que possível.
Outras medidas estão disponíveis no Protocolo de Biossegurança. (Com AEN)