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Indústria da República Tcheca prevê iniciar a produção na fábrica paranaense em setembro. Modelos que foram apresentados ao governador e a prefeita, no Palácio Iguaçu, são off-road, de alta tecnologia. Fábrica vai gerar 300 empregos diretos.
O governador Ratinho Junior e a prefeita Elizabeth Schmidt (ambos do PSD), conheceram hoje, 18, os caminhões Euro 5 e Euro 6, modelos escolhidos para abrir a linha de montagem da TatraBras em Pobta Grossa, que prevê iniciar a produção a partir de setembro. Os veículos off-road, na categoria 6X6, foram levados ao Palácio Iguaçu para serem apresentados pelo presidente da empresa, Rui Lemes. A embaixadora da República Tcheca no Brasil, Sandra Lang Linkensederová, acompanhou a demonstração.
A indústria instalada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é a primeira planta da montadora Tatra Trucks fora da República Tcheca, fruto de uma articulação do Governo do Paraná.
Beneficiada pelo programa de incentivos fiscais do Estado, a companhia está investindo R$ 102,7 milhões na unidade, com a previsão de gerar cerca de 300 empregos diretos até 2026. Os dois caminhões apresentados pela multinacional vieram do país europeu e devem rodar o Brasil para demonstração ao mercado.
Para o governador Ratinho Jr., o início da produção da companhia tcheca consolida o Paraná como um dos polos automobilísticos da América do Sul. “São veículos de grande porte que vão atender os mercados brasileiro e internacional. É mais um grande investimento do setor automotivo no Estado, que conta com importantes multinacionais como a Caterpillar, New Holland, Volvo, DAF, Renault e Volkswagen”, disse.
Depois do impacto da pandemia na produção, a indústria automobilística paranaense está em plena retomada e cresceu 4.006,9% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No primeiro quadrimestre do ano, o crescimento foi de 41% ante os primeiros quatro meses de 2020, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
PLANTA PARANAENSE – A negociação para instalar a indústria no Paraná iniciou há cerca de três anos, e o protocolo de intenções com o Governo do Estado foi assinado em setembro de 2020. “Foi um trabalho que exigiu muita diplomacia e contou com a intermediação da Embaixada, porque é a primeira fábrica dessa empresa centenária, uma das principais fabricantes de caminhões do mundo, fora da República Tcheca”, destacou o governador. “É uma conquista que demonstra a capacidade do Paraná como um estado competitivo e com mão de obra capacitada”.
Ex-cônsul honorário da República Tcheca, o vice-governador Darci Piana foi um dos principais articuladores para a atração da empresa. “O Estado foi sempre muito solícito durante o processo e atendeu as expectativas da companhia, que entendeu a importância de expandir sua produção para além da Europa”, disse. “O Paraná e a cidade de Ponta Grossa são beneficiados com a geração de empregos e investimentos essenciais, mas a qualidade e a tecnologia desses veículos também vão atender outros setores estratégicos do Estado”.
A negociação foi bastante célere, afirmou a embaixadora da República Tcheca, porque o Paraná foi receptivo e demonstrou desde o início que reunia as condições de infraestrutura, mão de obra capacitada e um programa de incentivo fiscal atrativo. “Foi uma abertura inédita e em tempo recorde para tirar um projeto desse porte do papel”, explicou Sandra.
“É um grande momento para a indústria tcheca, porque nossa economia é orientada para a exportação e este pode ser o primeiro passo para conquistar novos mercados, não apenas o brasileiro, mas também a América Latina e outros países”, acrescentou. “E para o Paraná também é um processo interessante, porque não é apenas uma fábrica e novos modelos de caminhões que vêm para o Estado, mas são empregos, novas tecnologias e outros potenciais investimentos”.
PRODUÇÃO – A previsão é iniciar a produção no último trimestre do ano pelo sistema CKD, no qual as peças são trazidas de fora e só a montagem é feita no Paraná. Mas o investimento no Estado deve contemplar todas as etapas de fabricação, a partir de partes, motores, componentes e acessórios fabricados ou fornecidos por empresas brasileiras, especialmente paranaenses. A linha de montagem iniciaria no começo de 2021, mas a pandemia acabou atrasando o processo.
No início, a expectativa é fabricar cerca de 100 veículos no ano, mas a planta de Ponta Grossa tem capacidade para produzir de 800 a 1.000 veículos anualmente. Além dos modelos 6X6, também está prevista a montagem de caminhões 8X8, todos eles voltados para os setores de mineração, produção florestal e sucroalcooleiro, e de veículos pesados para as áreas militares e de defesa.
A produção atenderá os mercados brasileiro, sul-americano e a África, e a expectativa de volume de negócios deve ultrapassar R$ 500 milhões nos próximos anos. “Existe uma demanda grande pelos modelos off-road no Brasil, que não circulam nas estradas e são utilizados por aqueles setores que exigem veículos de alta tração, como a área florestal, de mineração e sucroalcooleira”, explicou o presidente da TatraBras, Rui Lemes.
“A suspensão desses caminhões é totalmente diferente de qualquer outro modelo fabricado no Brasil, e atende a uma necessidade do mercado nacional. São modelos totalmente diferenciados”, disse Lemes.
TATRA – A montadora automotiva é uma das fábricas de caminhões mais antigas do mundo, com 170 anos de história. Ela é conhecida pelos veículos de alta tecnologia, caminhões para a indústria bélica e sobreviveu a duas grandes guerras mundiais no século passado e às grandes transformações da República Tcheca, antigo Império Austro-Húngaro e Tchecoslováquia. (Com AEN)