A atual administração da UEPG, que tem como reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, possui estreitas ligações com o PT. A sua eleição foi apoiada pelos “intelectuais” petistas ligados ao deputado estadual Péricles de Holleben Mello
A publicação de um cartaz do 2º aniversário do Acampamento Maria Rosa do Contestado, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Fazenda Capão do Cipó, em Castro, no próximo dia 27, que leva o nome da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) como principal colaboradora do evento, vem gerando polêmica nas redes sociais entre acadêmicos e ex-acadêmicos da instituição. “Nossa UEPG patrocinando os “Sem Terras”…. aí fica difícil defender a autonomia, não? [sic]”, publicou João Ney Marçal Júnior.
Entre as atrações, o evento terá churrasco, pescaria, show de prêmios, salgados, bolos, sorvetes, algodão doce, entre outras mais.
“… Virou profissão é mau caratismo ser dirigente desse absurdo. Mais absurdo colocar dinheiro público nisso [sic]”, comentou Washington Takeuchi.
“Tem que achar quem colocou a caneta da UEPG nisto… [sic]”, cobrou Paulo Overcenko.
“Recurso pra investir no Campus não tem, né? Nem envelope timbrado eles não têm, pq dizem que a Universidade não tem orçamento… vai entender?! [sic]”, critica Melina Bourguignon Marçal Wardil.
A publicação recebeu dezenas de outros comentários e compartilhamentos.
A UEPG passa por dificuldades estruturais em diversos setores. Uma onda de violência vem assustando a comunidade acadêmica. Recentemente um estudante do curso de pós-graduação em Odontologia foi baleado no peito durante um assalto em um ponto de ônibus dentro do Campus de Uvaranas.
A atual administração da UEPG, que tem como reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, possui estreitas ligações com o PT. A sua eleição foi apoiada pelos “intelectuais” petistas ligados ao deputado estadual Péricles de Holleben Mello (PT). Como retribuição ao apoio, Vargas nomeou a professora Solange Aparecida Barbosa de Moraes Barros como sua chefe de gabinete. Solange foi secretária municipal de Assistência Social no governo Péricles do PT.
Num perfil do Acampamento do MST no Facebook, os sem-terra chamam os proprietários de terra de “ladrões e assassinos”. “Oque mata é o latifundio!!! Na raiz da desigualdade social está a concentração de terras rurais nas mãos de poucas famílias ou empresas. Cerca de 3% do total das propriedades rurais do país são latifúndios, ou seja, tem mais de mil hectares e ocupam 56,7% das terras agriculturáveis – de acordo com o Atlas Fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em outras palavras, a área ocupada pelos estados de São Paulo e Paraná juntos está nas mãos dos 300 maiores proprietários rurais, enquanto 4,8 milhões de famílias estão à espera de chão para plantar. Ladrões e assassinos. Obrigado. [sic]”.
Integrantes do MST invadiram a Fazenda Capão do Cipó em agosto de 2015. Na propriedade, está instalada a Fundação ABC, voltada para pesquisas agropecuárias para as cooperativas Capal, Batavo e Castrolanda.
A UEPG, por meio da sua assessoria de imprensa, negou a destinação de recursos financeiros para o evento. Segundo a assessoria, o Curso de Jornalismo, o Laboratório de Mecanização Agrícola do Curso de Agronomia e a Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESOL) da UEPG desenvolvem projetos junto ao acampamento e, por isso, o evento leva o nome da instituição.