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Vereador do PV será relator da CPI criada no Legislativo Municipal.
A Comissão Especial de Investigação (CEI) do Desvio de Combustíveis da Prefeitura de Ponta Grossa tomou na última semana os primeiros depoimentos. Foram ouvidos na terça-feira, 11, o contador Josnir de Oliveira Mello (confira), e o mecânico industrial Valmir Pinheiro Martins, encarregado da Usina de Asfalto no Distrito Industrial, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP). O secretário Márcio Ferreira foi convocado, mas não compareceu, alegando compromissos com o prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
O presidente da Comissão, vereador Geraldo Stocco (Rede), conta que com base nos depoimentos iniciais, é possível constatar que houve um “furo” de combustíveis na Prefeitura Municipal. “Tem que esperar o final da CEI para chegarmos a uma conclusão, porém, pelos depoimentos iniciais existia um furo de combustíveis na Secretaria de Obras constatado em 2017, de um certo período bagunçado. O combustível chegava, não lançavam no sistema, era feito depois e de maneira equivocada”, aponta o presidente.
FURTO –Stocco afirma que existem indícios de furto de combustível por funcionários da Prefeitura. “Se houve esse furo, que está constatado, muito provavelmente não foi utilizado em um bem público. O que se fala é que funcionários lá de dentro furtavam combustíveis para uso pessoal. É o que a gente espera comprovar”, disse o vereador.
Uma das principais irregularidades apontadas nos depoimentos, segundo o presidente, são lançamentos falsos na Usina de Asfalto, que está desativada. “Isso é mais um rombo. Mandaram, segundo os depoimentos, com ordem de cima jogar no sistema o estoque virtual, como eles chamam, na Usina. Nunca entrou e nem pode colocar gasolina lá”, denuncia.
Ainda sem data marcada, a CEI vai convocar novamente o secretário Márcio Ferreira, o chefe de gabinete Alessandro Lozza de Moraes, ex-secretário municipal de Obras (2013 a 2016), o secretário municipal de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares, e os servidores Joelson Sluzz e Leandro Ximenio “Vamos ouvi-los porque faziam parte da gestão que aconteceu esse furo de combustível”, aponta o presidente.
A CEI aguarda cópia de documentos solicitados à Prefeitura Municipal para dar prosseguimento aos trabalhos. “Vamos nos munir de mais informações para estarmos mais preparados para as oitivas”, afirma Stocco.
Também integram a CEI os vereadores Sebastião Mainardes Júnior (DEM), Rogério Mioduski (PPS), Ricardo Zampieri (PSL) e Felipe Passos (PSDB). Nos próximos dias os vereadores devem procurar a 12ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, especializada na proteção do patrimônio público, fundações e terceiro setor, que instaurou um inquérito civil, e o Núcleo Regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), que abriu Procedimento Investigatório Criminal para investigar o caso. Eles pretendem trocar informações com os promotores responsáveis pela investigação.
Encarregado da Usina de Asfalto ri ao ser questionado sobre armazenamento de gasolina na unidade
Na terça-feira, 11, a Comissão Especial de Investigação (CEI) do Desvio de Combustíveis da Prefeitura de Ponta Grossa ouviu o depoimento do mecânico industrial Valmir Pinheiro Martins, encarregado da Usina de Asfalto no Distrito Industrial, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP), desde 2014. Ele é servidor da Prefeitura há 27 anos. “Não sei nada desse desvio”, disse o servidor.
Martins confirmou o armazenamento de óleo diesel na Usina em 2015, após ter sido desativada, mas negou ser o responsável pela retirada do combustível, informando que as chaves do tanque ficavam com servidores do Parque de Máquinas. Quando questionado do armazenamento de gasolina na unidade, o servidor riu dos vereadores. “Dá onde que vai guardar gasolina lá na Usina de Asfalto. Não tem como”, afirmou, informando que mesmo após ter sido desativada, os tanques não permitem o armazenamento deste tipo de combustível.