9 de outubro de 2018

Saldo da eleição para PG: perdeu dois estaduais que pouco fazem e a chance de renovar

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Nesse processo de renovação, Ponta Grossa aposentou o petista Péricles de Mello e deu a chance para Pauliki aprender com os seus erros na política.

O saldo da eleição do último domingo, 07, para Ponta Grossa foi positivo pela cidade ter mantido seus dois deputados federais, Sandro Alex (PSD) e Aliel Machado (PSB), ambos com trabalhos reconhecidos em benefício da cidade e da região, e o saldo negativo foi a perda de duas cadeiras na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), Péricles de Mello (PT) e Márcio Pauliki (SD), que saiu candidato a deputado federal. Negativo não pelos nomes, que pouco fazem pela cidade, mas pela representatividade que o Município e a região perdem na ALEP com a chance de apostar na renovação.

Sandro Alex se mostrou eficiente. Como vencedor em Ponta Grossa e entre os cinco mais votados do Paraná, mostra que os pontagrossenses aprovam o seu trabalho e, também, do seu irmão, o prefeito Marcelo Rangel (PSDB), que teve uma participação decisiva nesse resultado. Se consolidou como um dos principais aliados do governador eleito Ratinho Junior (PSD) no Estado, tanto é que contou com a presença do apresentador Ratinho em sua campanha.

Aliel Machado, mesmo com o deslize de ter votado contra o impeachment da ex-presidente Dilma (PT), teve o recall da eleição municipal em Ponta Grossa, conseguiu em seu primeiro mandato destinar emendas em favor dos Municípios – ação pela qual recebeu reconhecimento e apoios -, e percorreu incansavelmente diversas regiões do Estado. A sua reeleição o credencia como potencial concorrente a Prefeitura de Ponta Grossa em 2020.

Plauto Miró (DEM), reeleito deputado estadual, foi pré-julgado pela população de Ponta Grossa e região pelo seu suposto envolvimento no desvio de verbas da educação (Operação Quadro Negro). Até antigos aliados do democrata não aderiram a sua campanha. Por outro lado, Plauto fez a lição de casa, ampliou o seu reduto eleitoral para todo o Estado e foi reeleito para o seu oitavo mandato de deputado. E 28 anos de vida pública não é para qualquer um, tem que ter serviço prestado.

Mabel Canto (PSC) foi a grande revelação. Jovem, mulher e com o DNA do pai, o radialista e apresentador de televisão Jocelito Canto, Mabel faz parte de um importante processo de renovação da política no país. A transferência de votos de Jocelito para a filha o credencia como concorrente forte para a Prefeitura em 2020, podendo vir a receber o apoio do governador eleito Ratinho Jr.

Também teve quem amargou com a derrota. Felipe Passos (PSDB) fez quase 50 mil votos, mas errou na estratégia. Caiu na conversa do filho do ex-governador Beto Richa, Marcello, que foi candidato a deputado estadual, e ao invés de sair estadual, saiu federal. Como estadual, muito provavelmente teria sido eleito. Mas com essa votação, sendo a metade em Ponta Grossa e a outra fora, Passos mostra que tem futuro na política.

Já Márcio Pauliki sonhou alto demais. Ao invés de disputar a reeleição para a Assembleia – que levando em consideração a votação que recebeu para deputado federal teria dificuldades até para se reeleger -, quis se comparar a Sandro Alex e Aliel Machado, e ‘errou o pulo’. ‘Subiu no muro’ durante todo o seu mandato. Após a eleição em 2014, declarou-se independente, mas era visto pelo governo como oposição por não apoiar as medidas do Executivo na ALEP. Depois pegou carona no ‘camburão’ de Beto Richa (PSDB) já em movimento, mas nunca conquistou ‘assento na janela’. Não soube criar relação com prefeitos e vereadores, foi mal assessorado e desleal com vários companheiros. Colou a sua candidatura com a de Doutor Zeca (PPS) para deputado estadual, o que limitou o seu teto eleitoral. Vai voltar agora, como ele mesmo disse em um vídeo divulgado nas redes sociais, “para a lojinha”.

Doutor Zeca se tivesse dobrado com Sandro Alex teria mais chances de sair vencedor do que com Pauliki.

Poderiam representar uma aposta pela renovação na Assembleia nomes como os de Doutor Zeca, Professor João Carlos Gomes (PP), Júlio Küller (MDB) e Doutor Magno (PDT), mas não tiveram a chance.

Nesse processo de renovação, Ponta Grossa aposentou o petista Péricles de Mello e deu a chance para Pauliki aprender com os seus erros na política.


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