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O prefeito Marcelo Rangel convocou reunião de emergência com a imprensa e representantes municipais para discutir soluções imediatas.
Na tarde de hoje, 14, o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) reuniu a imprensa local para tratar de assuntos que atingem diretamente a população nas áreas de saúde e transporte.
O assunto principal e que tomou conta da coletiva foi a surpreendente notícia de que o Governo Cubano suspendeu o acordo do programa Mais Médicos com o Brasil. Atualmente o país conta com aproximadamente 11.500 médicos intercambistas em cerca de 4.500 municípios brasileiros. Ponta Grossa, desde que o programa iniciou em 2014, possui 60 profissionais – 75% dos médicos que trabalham no Sistema Único Saúde (SUS) da cidade.
O Governo Cubano já encaminhou o comunicado aos profissionais, que deverão deixar as cidades e o país dentro de uma semana. “Reunião de emergência, com Secretaria de Saúde e com a Procuradoria Geral do Município, estamos trabalhando em regime de urgência com o corpo técnico e jurídico para saber quais serão as ações imediatas a serem tomadas”, destaca o prefeito.
Se houver possibilidade jurídica, a Prefeitura inicialmente pretende dar prioridade para que os médicos intercambistas continuem com os atendimentos. “Todos os nossos profissionais cubanos gozam de credibilidade e um trabalho louvável e fizeram com que a nossa Atenção Básica tivesse ganhos expressivos. Fomos pegos de surpresa, mas se juridicamente isso for possível, vamos fazer”, diz Rangel.
Cada médico intercambistas atende cerca de 4 mil pessoas e a decisão de encerrar o programa terá ações diretas nos hospitais municipais. Está sendo analisada a possibilidade dos profissionais concursados prestarem serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Logo após o comunicado, nós iniciamos o primeiro contato com a Secretaria de Saúde para que faça o levantamento de todos os médicos concursados pela Prefeitura e que prestam atendimento nos hospitais municipais. Há uma possibilidade de que os concursados, temporariamente, saiam dos hospitais e atendem nas UBS, porque nós não podemos terceirizar serviços da UBS, mas sim de hospitais”, explica o Procurador Geral do Município, Marcus Freitas
MAIS MÉDICOS – Criado em 2013, o programa teve o objetivo de levar médicos para as regiões distantes e periferias do país. A vinda dos cubanos foi viabilizada por meio de convênio firmado entre os governos brasileiro e de Cuba, através da Organização Pan-americana de Saúde (Opas). O programa dispensava a validação do diploma dos profissionais para a atuação.
A decisão de não fazer mais parte do Mais Médicos foi divulgada pelo governo de Cuba hoje, 14. A justificativa do Ministério da Saúde cubano é que as exigências feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) são ‘inaceitáveis’ e ‘violam’ acordos anteriores. Bolsonaro disse, na sua conta do Twitter, que a permanência dos profissionais cubanos está condicionada à realização do Revalida, que é o exame aplicado aos médicos que se formam no exterior e querem atuar no Brasil.
“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, publicou Bolsonaro em sua rede social hoje.
NOVO PROJETO DO FEIRA VERDE – Durante a coletiva de imprensa, Rangel também apresentou um novo projeto que deve ser desenvolvido a partir do próximo ano. Trata-se do programa Passe Verde, uma extensão do Feira Verde, que possibilitará à população a troca de materiais recicláveis por passagens de ônibus do transporte coletivo de Ponta Grossa. “É uma forma da população andar de ônibus gratuitamente, com base na sustentabilidade. Encaminhamos hoje o Projeto de Lei aos vereadores e queremos colocar esse projeto em prática no próximo ano. Como a destinação de recicláveis para o aterro consome nosso orçamento, com um número maior de material reciclável tendo o destino correto, esse programa não terá nenhum impacto na tarifa do transporte”, apontou o prefeito. (Com assessoria e informações da Agência Brasil)