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Mercado envolve não apenas alimentos, mas também fármacos/cosméticos, turismo, vestuário, entre outros. Quanto às proteínas animais, os procedimentos diferenciados incluem aspectos como a matéria-prima, higienização, armazenagem e transporte.
Municípios dos Campos Gerais estudam investir no mercado halal, que segue exigências da religião muçulmana. O assunto foi discutido em Ponta Grossa ontem, 08, em encontro organizado pela Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG) e a empresa Cdial Halal, uma das principais certificadoras do Brasil. Além de prefeitos e lideranças da região, o evento teve a participação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Na ocasião, a AMCG e a Cdial Halal assinaram um protocolo de intenções para desenvolver ações de capacitação, como uma forma de aproximar certificadora e empresas. Quando um produto recebe certificação halal, significa que seu consumo é lícito e permitido ao muçulmano, passando por processos diferentes dos produtos convencionais.
Esse mercado envolve não apenas alimentos, mas também fármacos/cosméticos, turismo, vestuário, entre outros. Quanto às proteínas animais, os procedimentos diferenciados incluem aspectos como a matéria-prima, higienização, armazenagem e transporte. Entre as indústrias certificadas no Paraná estão Copacol, C.Vale, Jaguafrangos, Seara, Vibra, Coopavel, BRF e Avenorte.
Ortigara apresentou o potencial da agropecuária paranaense, setor que representa cerca de 34% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, e destacou que o Paraná tem interesse em ampliar a relação com esse público.
O Estado é o maior exportador de proteína halal do Brasil, considerando o embarque conjunto de derivados de aves e bovinos. Com o grande número de consumidores muçulmanos em todo o mundo – quase 2 bilhões – o Paraná tem potencial para entrar nesse mercado com ainda mais intensidade.
“Tive o privilégio de mostrar a capacidade competitiva que temos de ingressar no mundo, ampliar nossa presença, especialmente no mercado de alimentos. Estamos construindo um ambiente favorável para obter mais certificação de produtos para atender às exigências de um consumidor especial”, disse.
ECONOMIA E COMPORTAMENTO – O CEO da Cdial Halal, Ali Saifi, destacou a importância da certificação para a economia e a geração de empregos nos municípios. É o caso de Carambeí, onde o frigorífico certificado para abate halal gera aproximadamente 1.800 empregos diretos. “Halal é um modo de vida, indica o que é permitido, é um comportamento, uma forma de negociar, de lidar com as pessoas, de produzir”, disse Saifi.
As primeiras tratativas entre a Cdial Halal e a AMCG aconteceram durante a visita da comitiva paranaense a Dubai, em outubro deste ano. A região dos Campos Gerais abrange 19 municípios e se destaca no setor agropecuário. “A ideia é que possamos ter um maior número de certificações para servir o mundo árabe. Tenho certeza que contaremos com apoio do Governo do Estado para ampliar esse comércio”, explicou o presidente da Associação e prefeito de Castro, Moacyr Fadel.
Segundo a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, a iniciativa da região segue o exemplo de municípios como Foz do Iguaçu, que trabalha para se tornar o primeiro polo turístico halal do Brasil. “A terra da soja, do leite e dos campos pode também ser a terra que fornecerá alimento para uma das regiões consumidoras que mais cresce no planeta. Hoje discutimos a adequação das nossas linhas de produção à certificação halal, e esperamos plena adesão de autoridades e setores produtivos”, afirmou. (Com AEN)