A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União Brasil), e o presidente da Câmara Municipal, vereador Julio Küller (MDB), denunciaram que a cidade é preterida pelo Governo do Estado de acordo com a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2026, divulgado pela Secretaria de Estado da Fazenda na última semana.

“Estamos recebendo 15 vezes menos que Curitiba, 6 vezes menos que Cascavel, 5 vezes menos que as regiões de Londrina e Maringá e 3 vezes menos que Guarapuava. Socorro, governador. Estamos aprisionados pelos políticos maldosos que se autointitulam representantes da região”, denunciou a prefeita em postagem nas redes sociais (confira abaixo a distribuição de recursos por região).

Elizabeth relata que tentou telefonar para o governador Ratinho Júnior (PSD) e para o Chefe da Casa-Civil, João Carlos Ortega, sem sucesso. Ela informou que irá entregar para o governador uma carta no encontro da Associação dos Municípios do Paraná nesta semana em Curitiba (confira a íntegra abaixo).

“Os documentos oficiais do Plano de Investimento do Governo do Estado para 2026 colocam a nossa cidade e nossa região na rabeira dos R$ 7,1 bilhões de recursos garantidos”, completou a prefeita.
Elizabeth defendeu que a região dos Campos Gerais precisa “abrir os olhos” e reitera a luta por Ponta Grossa. “E não adianta a conversinha de que a prefeita está brigando com o governador. Não estou. Isso é ruim para a cidade. Ruim, péssimo aliás, é ter representantes que boicotam a cidade tentando desgastar diariamente o nosso trabalho sério! Ninguém silencia Ponta Grossa!”, concluiu a prefeita.

REPÚDIO – O presidente da Câmara Municipal, vereador Júlio Küller, informou que irá apresentar uma Moção de Repúdio ao Governo do Estado. “Com esses números eu continuo perguntando, onde estão aqueles que deveriam defender a nossa cidade? Onde estão aqueles que foram eleitos representando o Ponta Grossa para nos defender? Fechamos os olhos e deixamos levar tudo para Guarapuava? Para Cascavel? Ou tomamos uma atitude? Eu estou cobrando como eleitor e como representante do povo de Ponta Grossa. Estou cobrando”, discursou Küller na tribuna da Câmara. Ele também divulgou uma nota de repúdio à disparidade nos investimentos do Governo do Estado (leia abaixo).

ÍNTEGRA DA CARTA DA PREFEITA ELIZABETH SCHMIDT PARA O GOVERNADOR RATINHO JÚNIOR (ASSISTA):

NOTA OFICIAL DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA

Assunto: Repúdio à disparidade nos investimentos do Governo do Estado e a defesa intransigente dos interesses de Ponta Grossa.

O Poder Legislativo de Ponta Grossa, por meio de sua Presidência, vem a público manifestar sua profunda indignação e repúdio diante dos planos de investimentos anunciados pelo Governo do Estado do Paraná. Os números, que vieram a público, confirmam uma discrepância inaceitável e um tratamento desrespeitoso com a nossa cidade, o verdadeiro motor da Região dos Campos Gerais.

Receber 15 vezes menos recursos que Curitiba, 6 vezes menos que Cascavel e 5 vezes menos que Londrina e Maringá não é apenas uma injustiça matemática; é um ato de sabotagem política contra uma cidade que não para de crescer, gerar empregos e produzir riquezas para todo o Paraná.

Contudo, que fique claro: Ponta Grossa não implora, Ponta Grossa trabalha. Nossa cidade é pujante, nossa indústria é forte e nosso povo é resiliente. Crescemos e continuaremos a crescer, mesmo diante da inércia ou da má vontade de alguns. O que nos causa perplexidade é constatar que a força da nossa gente parece ser deliberadamente ignorada e, pior, boicotada por uma representação política estadual que, ao que tudo indica, age contra os interesses da cidade que os elegeu.

Ponta Grossa não está refém de ninguém. Temos uma liderança forte e uma sociedade civil atuante. A prefeita Elizabeth Schmidt tem a solidariedade e o apoio desta Casa Legislativa na denúncia desta covardia política. Não permitiremos que o futuro de Ponta Grossa seja comprometido por fofocas palacianas ou pela velha política que visa enfraquecer lideranças em vez de fortalecer municípios.

Enquanto projetos essenciais para a população mais pobre, como os R$ 60 milhões para asfalto em vilas e bairros são bloqueados, vemos recursos sendo distribuídos de forma desproporcional, premiando articulações de bastidores em detrimento das necessidades reais do nosso povo.

Diante do exposto, a Câmara Municipal de Ponta Grossa, sob minha presidência, exige do Governo do Estado:

Transparência e revisão imediata dos critérios de distribuição de recursos, para que a importância econômica e social de Ponta Grossa seja devidamente reconhecida.

O fim do bloqueio político a projetos essenciais para nossa cidade, que não servem a um governo ou a um partido, mas sim à população.

Respeito. Ponta Grossa não é um balcão de negócios para políticos que se dizem “amigos do governador” enquanto, na prática, apunhalam nossa cidade pelas costas.

O Paraná avançou, e o governador Ratinho Júnior sabe que Ponta Grossa foi e é um pilar deste avanço. Não faz sentido, portanto, que o progresso do Estado se construa sobre o prejuízo da nossa cidade.

Esta Presidência e todos os vereadores comprometidos com Ponta Grossa não se calarão. Seguiremos vigilantes e combativos, pois nosso único compromisso é com o povo ponta-grossense.

Ponta Grossa é maior que qualquer tentativa de sabotagem.

Julio Küller (MDB)

Presidente da Câmara Municipal de Ponta Grossa