14 de março de 2019

Paraná sedia a primeira reunião do BRICS em 2019

Divulgação

Estão em Curitiba para participar do evento os embaixadores do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A cerimônia de abertura contou com a participação do prefeito da Capital, Rafael Greca, cônsules e lideranças de diversos setores. O governador Ratinho Junior foi representado pelo vice Darci Piana.

Curitiba foi escolhida para sediar a reunião inaugural do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2019. Durante o discurso de boas-vindas aos embaixadores dos países integrantes, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, declarou que paranaenses sempre trabalham pensando no futuro e por isso a cidade foi uma boa opção para a realização do evento.

O vice-governador Darci Piana representou o governador Carlos Massa Ratinho Junior (ambos do PSD) na cerimônia de abertura. O encontro reuniu embaixadores dos cinco países, cônsules, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), e lideranças de diversos setores da economia. A reunião do BRICS na Capital segue até amanhã, 15.

“Estamos certos de que os produtos do Brasil podem estar mais presentes no mundo. Essa diversidade de culturas e pluralidade de origens do Paraná são motivos de orgulho para todo o país”, afirmou Araújo. “Há muitas décadas Curitiba tem oferecido ao mundo soluções criativas no desenvolvimento urbano, sistema de transporte público e coleta de lixo”, acrescentou.

Cada presidência do BRICS elege uma prioridade para as discussões multilaterais e neste ano a área escolhida foi a de inovação. “Achamos que é uma área de convergência, onde todos temos políticas que podem ser interessantes para os outros. Também a parte de tecnologia e economia digital, que é uma das grandes fronteiras da inovação, sempre nesse espírito de cooperação”, destacou o ministro brasileiro.

Para o secretário nacional de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos e principal representante do país no BRICS, Norberto Moretti, o grupo reúne cinco economias de grande magnitude com potencial de arranjos duradouros. “A história do Paraná é construída sobre uma base multiétnica de convivência e integração. É disso que se trata o BRICS”, apontou Moretti.

PRESTÍGIO E PARCERIAS –  Piana lembrou que os países do BRICS absorvem 34,5% das exportações totais do Estado. O Paraná mantém relações superavitárias com as nações representadas e garantiu em 2018 saldo positivo de US$ 4,025 bilhões na balança comercial (diferença entre exportações e importações).

“Temos um relacionamento extraordinário com todos os países do BRICS, especialmente a China, cujas exportações já ultrapassaram a casa de US$ 6 bilhões. O Paraná será o Estado mais moderno do país, para isso precisamos de investimentos”, disse Piana.

O prefeito de Curitiba ressaltou que o Paraná abriga nesta semana grande parte da economia mundial. “Os países têm grande interesse nas commodities que o Estado produz na indústria e no nosso modelo de planejamento urbano e transporte”, afirmou Greca.

BRICS – O encontro em Curitiba serve de preparação para a 11ª Cúpula dos países, que será realizada no mês de novembro em Brasília com a presença dos cinco presidentes.

Os quatro membros fundadores e a África do Sul estão em estágio similar de mercado em nível global e representam 1/2 da população e 1/4 da economia do mundo. Apesar de o grupo ainda não ser um bloco econômico ou uma associação comercial formal, como a União Europeia, os países têm procurado formar políticas em conjunto.

“O Brics mostra que as grandes nações não precisam se reduzir a princípios abstratos para poder cooperar. Podemos fazer isso a partir das nossas identidades. É o grande desafio ao qual nos propomos”, declarou Araújo. “O presidente Jair Bolsonaro disse em seu discurso no Fórum Econômico de Davos que o Brasil quer abrir a economia. Essa perspectiva é a que une todos os países do BRICS. Nossas parcerias não são excludentes”, completou.

Rússia, Índia, China e África do Sul foram destino, em 2018, de 30,7% das exportações brasileiras. O valor dos bens comprados por esses países atingiu US$ 73,8 bilhões (contra US$ 56,4 bi em 2017). Em relação ao Paraná, o BRICS absorve 34,5% das exportações totais (US$ 20,04 bilhões), com negócios que somam quase US$ 7 bilhões. O montante registrado em 2018 é 121% maior do que em 2010 (US$ 3,127 bilhões). (Com AEN)


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