30 de outubro de 2019

Paraná realiza maior modernização da rede elétrica no campo

Divulgação

Paraná Trifásico recebe R$ 2,1 bilhões da Copel e foi lançado pelo governador Ratinho Junior. Serão implantados 25 mil quilômetros de redes trifásica, garantindo mais segurança energética à produção rural.

O Governo do Paraná vai realizar o maior programa de modernização energética na área rural do Estado. Lançado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) ontem, 29, o Programa Paraná Trifásico será implantado pela Copel e envolve investimentos de R$ 2,1 bilhões e 25 mil quilômetros de redes trifásicas de energia no campo, em todo o Paraná, até 2025. O lançamento foi em solenidade no Palácio Iguaçu, junto com o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.

É o maior investimento da Copel Distribuição e o principal do País nesta área. A espinha dorsal da rede de distribuição no campo será trifaseada, substituindo a tecnologia monofásica hoje existente, que foi implantada na década de 1980.

A modernização, afirmou o governador,  acompanha o desenvolvimento do agronegócio paranaense, que é cada dia mais produtivo. “É o maior programa do Brasil de linha trifásica, que trará um aumento de produtividade a todo o setor, desde o pequeno agricultor até as grandes cooperativas”, disse Ratinho Jr.

Ele ressaltou que um produtor que tenha uma granja de frango, por exemplo, muitas vezes não consegue ampliar a produção porque a rede não aguenta os equipamentos ou novas tecnologias. O novo sistema elimina essa dificuldade. “O programa vai transformar as cadeias produtivas do leite, da avicultura, piscicultura e suinocultura e, acima de tudo, vai levar uma energia de qualidade, garantir que não tenha queda e dar a tranquilidade para o Paraná crescer nos próximos 30 anos”, completou.

O presidente da Copel afirmou que o investimento eleva a área de distribuição da Companhia a outro patamar. “O programa vai atender melhor o nosso consumidor, permitir que ele continue crescendo e melhore a sua produção para contribuir com o desenvolvimento do Estado”, afirmou.

“A Copel terá um benefício triplo: ela melhora o fornecimento de energia, reduz os custos, porque a rede demanda um custo menor de manutenção, e aumenta sua base regulatória, por onde é remunerada pelos seus ativos”, explicou Slaviero.

MENOS QUEDAS – Com o Paraná Trifásico, a Copel vai garantir melhoria da qualidade no fornecimento de energia para o campo, além de renovar seus ativos e prover mais segurança aos seus empregados e à população. Os novos cabos são todos protegidos, com nível de resistência reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.

Hoje, redes isoladas sofrem com a queda de energia. Com o trifaseamento, haverá interligação entre elas. O efeito será a criação de redundância no fornecimento, ou seja, redes que hoje estão próximas mas não se conversam, passarão a ser interligadas. Se acabar a energia em uma ponta, a outra fornece o abastecimento e, em caso de desligamentos, os produtores rurais terão o restabelecimento da energia mais rápido.

BENEFICIADOS – Culturas que dependem da energia elétrica intensiva para a sua produção, como de leite e derivados, suinocultura, avicultura, piscicultura e fumo, serão as grandes beneficiadas. O reforço nas redes também será importante para a irrigação das lavouras e abastecimento de água pelos poços artesianos, que dependem de energia de qualidade.

AGRONEGÓCIO – O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou que o investimento representa um grande ganho para o agronegócio paranaense.

“Energia é um insumo cada vez mais importante no campo. A produção evolui na mecanização, digitalização e nos processos de produção de animais, que têm uso intensivo de energia”, explicou. “O agronegócio paranaense cresceu muito, mas não houve investimentos mais consistentes na área energética que acompanhasse esse crescimento”, afirmou.

De acordo com o secretário, o trifaseamento das redes de distribuição contribuirá muito com o crescimento ainda maior da produção paranaense e do processamento industrial. “Os produtores às vezes ficam sem o lucro do ano porque perderam uma fornada de tabaco, um tanque de expansão de leite, morreram pintainhos ou leitões por causa da queda de energia”, disse.

O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou que muitas cooperativas aguardam o fortalecimento da rede de energia para ampliar seus investimentos. “Energia em quantidade e qualidade é um fator de desenvolvimento, o produtor tem possibilidade de se modernizar e evoluir”, afirmou.

MENOS CUSTOS – Além de garantir energia de mais qualidade e com maior segurança, o investimento da estatal vai proporcionar o acesso do produtor rural à rede trifásica a um custo muito inferior ao que hoje é pago. Além disso, equipamentos com motores trifásicos normalmente são mais eficientes, baratos e têm uma taxa de falha menor.

NOVAS TECNOLOGIAS – O programa também será a base para levar novas tecnologias às redes de energia rurais. Um exemplo é a automação que a Copel está implantando em todo o Estado com, por exemplo, os religadores automáticos. Outra novidade é o controle da rede à distância, por meio de Centro de Operações centralizado da Copel, instalado em Curitiba.


Programa se soma ao maior investimento da história em distribuição

O programa Paraná Trifásico se soma ao maior investimento da Copel na área de distribuição de energia da sua história. Além dos R$ 2,1 bilhões no programa, serão investidos mais R$ 2,6 bilhões entre 2019 e 2021 em distribuição.

Estão previstas a construção 42 novas subestações, mais de 7 mil quilômetros de linhas de distribuição de alta e média tensão e milhares de novos religadores, chaves, reguladores de tensão e transformadores de potência. A companhia também atua nas áreas de geração, transmissão e comercialização de energia.

EVOLUÇÃO DA ENERGIA – O Paraná Trifásico é uma evolução do Clique Rural, iniciativa que levou energia para mais de 120 mil propriedades rurais nos anos 1980 e se tornou o principal programa de eletrificação rural da época. Com ele, o Paraná se tornou o Estado com maior número de consumidores rurais ligados à rede de energia elétrica, o que contribuiu para dar condições a quem vivia no campo seguir trabalhando na terra.

Mas, para executá-lo e atender às necessidades do momento, a Copel definiu como estratégia diminuir as sofisticações técnicas e focar no barateamento dos serviços, para torná-los acessíveis. Na época, todas as redes instaladas eram monofásicas.

Passados mais de 30 anos, o perfil do consumidor rural também mudou. Com o avanço dos processos tecnológicos no campo, cada vez mais mecanizados e automatizados, a preocupação com a qualidade do fornecimento de energia elétrica passou a ser prioridade, tanto para o investidor quanto para a Copel. (Com AEN)

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