30 de maio de 2019

Paraná é o segundo estado mais inovador do país e quer avançar

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Pesquisa organizada pela Federação das Indústrias do Ceará mostra o Estado como vice-líder em um balanço de oito indicadores que medem do capital humano à infraestrutura. O Paraná também aparece em segundo em investimentos em ciência e tecnologia.

O Paraná é o segundo Estado mais inovador do país e também aparece na vice-liderança em investimentos em ciência e tecnologia, atrás apenas de São Paulo. É o que revela o Índice de Inovação dos Estados, lançado neste mês pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

A pesquisa é resultado de um balanço de oito indicadores que medem do capital humano à infraestrutura, partindo da capacidade de inovar para resultados concretos. Os dados foram consolidados a partir de estudos técnicos do Tesouro Nacional, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), CAPES, Anatel e Ministério do Trabalho.

No índice de 0 a 1, o Paraná pontuou com 0,66, praticamente o dobro da média nacional das 27 unidades da federação, de apenas 0,35. O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) avalia que os dados mostram que o Paraná tem um ecossistema equilibrado e eficiente, fundamental para fazer a inovação avançar em todas as áreas, no setor público e na iniciativa privada.

“Este levantamento demonstra nosso potencial. Mas queremos avançar e ser o Estado mais inovador do país”, afirma o governador. Para isso, relata ele, o governo do Estado programa investimentos robustos em infraestrutura, tecnologia no campo, capacitação profissional e no estabelecimento de pontes entre a produção científica das universidades estaduais e institutos de pesquisa e as demandas do setor produtivo.

Ratinho Jr. destaca ainda que esteve no Vale do Silício, nos Estados Unidos, para aproximar o Paraná de startups focadas em soluções tecnológicas inovadoras e que o Estado também discute parcerias com corporações como a Microsoft. Ele ressalta que, além as universidades, estatais como a Celepar, Tecpar, Copel e Sanepar têm papel fundamental no fomento à inovação e soluções tecnológicas.

CAPACIDADE – Os dados da FIEC mostram que o Paraná, com esse conjunto de ativos públicos, que também envolve a Fundação Araucária, é o segundo Estado que mais investe em ciência e tecnologia. São Paulo pontua com nota máxima (1) e o Paraná com 0,78, bem à frente da média nacional, de apenas 0,25.

Na qualidade de pós-graduação e inserção de mestres e doutores na indústria, índices que medem o capital humano, o Paraná aparece sempre entre os primeiros dez colocados. A oferta de mão de obra qualificada é determinante tanto para a absorção de novas tecnologias, processos e modelos de negócios que despontam no mundo, como para estimular atividades internas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).

Para Aldo Bona, superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o resultado desse estudo demonstra que o Estado encara seu sistema de ensino como grande ativo para o desenvolvimento. “O desafio é fazer com que os resultados das universidades se conectem ao desenvolvimento regional, para que haja articulação com a indústria, o agronegócio, a agricultura familiar, ou seja, com todo o setor produtivo”, aponta.

O levantamento revela que o Paraná é segundo no índice de propriedade intelectual na indústria, atrás apenas de Santa Catarina e na frente do Rio Grande do Sul, o que posiciona a região Sul como a maior produtora de patentes por habitantes. Os dados foram compilados a partir do banco do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Em relação à produção científica, medida com publicações em periódicos especializados, o Paraná aparece em sétimo. Na intensidade tecnológica da estrutura produtiva, que é o conjunto de competências para produzir bens de maior complexidade, o Paraná aparece em quinto, atrás apenas de Amazonas, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

No índice de competitividade global em setores tecnológicos, que revela que os produtos brasileiros podem aliar alta qualidade e baixo custo, o Paraná aparece em sétimo, atrás de São Paulo, Pernambuco, Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia. Esse indicador é medido pela parcela das exportações de alta e média-alta tecnologia, e também pela diversidade das exportações. Além de medir a inserção internacional de bens, é verificado se essa inserção não está concentrada em pouquíssimos itens.

PESQUISA – O Índice de Inovação dos Estados da FIEC é dividido em duas áreas: capacidades e resultados. Elas avaliam tanto o ecossistema de inovação quanto a inovação em si. O conjunto de indicadores, quando postos em conjunto, constroem a base para o crescimento da competitividade e produtividade estadual. Segundo a FIEC, o estudo é um raio-x de como cada estado se posiciona em diferentes aspectos do processo inovador. Ele terá periodicidade anual.

BRASIL – O Brasil ocupa atualmente a 64º posição no ranking mundial de inovação (Global Innovation Index), atrás de diversos países em desenvolvimento como Chile (47º), México (56º), Índia (57º) e África do Sul (58º). Além disso, o País está em 58º no ranking que mede as capacidades e em 70º no ranking que mede os resultados.


Paraná tem instrumentos para ampliar a inovação

O governo do Paraná tem um conjunto de instrumentos diverso e amplo de apoio à inovação de indústrias, agronegócio e municípios. O menu engloba a Fomento Paraná, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE), o Tecpar e a Fundação Araucária, além de empresas públicas, secretarias e superintendências.

A Casa Civil é o órgão onde toda a estrutura pública está sendo articulada. Para Guto Silva, titular da pasta, o Paraná está se preparando para disputar a liderança na área. Segundo ele, o objetivo do governo paranaense é oferecer condições tornar o Estado próspero, forte na geração de empregos e oportunidades para a população.

No setor público, a gestão estadual atua para ofertar serviços ágeis, de qualidade e que utilizem ferramentas tecnológicas. “Hoje temos uma política específica para gerar mais eficiência e resultados à gestão pública. Inovação é isso. Só acontece de fato quando produz riqueza, prosperidade, emprego e soluções para a população”, destaca.

FOMENTO – Na área privada, uma das portas de entrada de incentivo aos negócios inovadores é a Fomento Paraná, agência que tem como função oferecer crédito para empresários. A Fomento Paraná participa como cotista em dois fundos de investimento, Criatec3 e Sul Inovação, que têm foco em empresas inovadoras de setores voltados à tecnologia e com alto potencial de crescimento e lucro.

O BRDE busca fortalecer a inovação no ambiente produtivo na Região Sul mediante financiamentos de longo prazo para empresas e projetos inovadores com juros, condições, tarifas e acompanhamento diferenciado. São apoiados projetos inovadores em produto, processo ou modelo de negócio (Inovacred), projetos de empresas com histórico inovador (MPME Inovadora) e empresas em estágio inicial com perfil inovador.

A Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico olha para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Estado por meio de investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Ela é uma das 26 fundações estaduais de amparo à pesquisa do Brasil. Seus projetos são direcionados a partir de três grandes eixos estratégicos: fomento à pesquisa científica e tecnológica; verticalização do ensino superior e formação de pesquisadores; e disseminação da pesquisa científica e tecnológica.

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) conta com iniciativas para apoiar o empreendedorismo tecnológico inovador, com a Incubadora Tecnológica do Tecpar (Intec), que já apoiou mais de 100 negócios ao longo de sua história, e, mais recentemente, o Parque Tecnológico do Tecpar em Maringá, cujo edital foi lançado em maio pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Esta iniciativa prevê o chamamento de empresas de base tecnológica para o local, que estará disponível para que companhias brasileiras e estrangeiras tragam, em um mesmo ambiente, possibilidades múltiplas de industrialização, mas também abre espaço para outros setores, como saúde, energia e engenharia.

Para dar salvaguarda a todo esse ciclo e ampliar a participação dos cidadãos, o governador Ratinho Jr. também criou um Comitê de Política Digital para definir políticas para aperfeiçoar a prestação de serviços públicos estaduais. (Com AEN)

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