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Ele foi um dos fundadores do Grupo Positivo, o qual presidiu por 40 anos, tornando-o um dos principais grupos educacionais, industriais gráficos e de informática do Brasil. A sessão solene acontece na próxima segunda-feira, 17, às 18 horas, no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná.
Eleito pelo Paraná, o senador pretende trabalhar em conjunto com os governos estadual e federal.
Rafaela Czelusniak
Depois de 40 anos à frente do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães (PODE) assumirá em 2019 um cargo na Câmara Alta do Congresso Nacional. Ele foi eleito senador no Paraná com 2.957.239 votos (29,17% dos válidos), sendo o mais votado no Estado. Em Ponta Grossa, Guimarães também conquistou o primeiro lugar, com 34,38% (103.289 votos).
Como empresário, Oriovisto sempre acompanhou a política, a história do Brasil e a economia. Durante entrevista, concedida ao BLOG DO JOHNNY, o senador eleito enfatizou que não precisa de dinheiro e está ingressando na vida pública para promover mudanças. “O Brasil é o amor da minha vida e deveria ser o amor de todos os brasileiros. O nosso país passou por uma fase doente, uma fase de políticos muito ruins, com muito escândalo, como Petrolão e a televisão anunciando todos os dias políticos sendo presos. Muitas pessoas interpretaram essa sujeira toda que apareceu na política, em conluio com alguns empresários, como se o país não tivesse jeito. Olha gente. O país tem jeito. O país esteve e está doente ainda, mas as eleições servem para a gente curar essas doenças”, declarou.
Ele acredita que as demandas prioritárias para o futuro do Brasil são a educação, saúde, segurança e o combate a corrupção. “O governo que não cumpre esses quatro pontos está muito mal”, apontou. “Essas questões têm que ser resolvidas. Isso vai fazer o país ser mais moderno, isso vai dar segurança jurídica ao empresariado, isso vai tornar as pessoas mais honestas”, completou.
REFORMAS – Entre as mudanças emergenciais, Oriovisto aponta as reformas política, tributária, previdenciária e jurídica. O senador eleito defende a criação de leis mais severas de combate à corrupção. “A reforma no judiciário é importantíssima. É preciso mudar as leis para que o condenado seja preso na primeira ou segunda instância e não leve dez, vinte, trinta anos, sempre com a possibilidade de mais um recurso”, disse.
Guimarães julga necessária a reforma previdenciária, principalmente, no que diz respeito a privilégios. “Temos muitas aposentadorias especiais para desembargadores, deputados, senadores e eu acho que tudo isso tem que acabar. Eu acho que a previdência tem que ser a mesma para todos os brasileiros”, argumentou. Ele comparou o salário médio da aposentadoria de um contribuinte do INSS (R$ 2.000) com o de governador aposentado (R$ 35.000).
Outro caso avaliado por Oriovisto é a idade mínima para a aposentadoria da população brasileira. “A população está vivendo mais. Então a tendência é nós termos um número de aposentados superior. Nossa pirâmide populacional está mudando. O número de jovens daqui a pouco será menor do que o número de idosos e isso provoca um desiquilíbrio”, analisa. Para ele, há a necessidade de análise e estudos, mas as mudanças terão que ser realizadas.
Através de uma reforma política, o senador eleito espera contribuir com o fim do foro privilegiado e excessos que existem no Senado Federal. Ao tratar de privilégios, Oriovisto desataca que não fará uso de alguns recursos que são disponibilizados para parlamentares, como benefícios especiais, auxílio moradia e aposentadoria. “Eu não quero mordomia, não quero apartamento funcional, não quero nada dessas coisas. Eu vou fazer tudo da minha maneira com o dinheiro que sair do meu bolso. Eu vou brigar contra isso, então não posso aceitar. Tenho muito trabalho pela frente”, expressou.
GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL – Oriovisto foi um dos apoiadores do governador eleito Ratinho Junior (PSD) e pretende realizar seu mandato em conjunto com o governo do Paraná. “Ratinho Jr. é uma pessoa honesta, bem-intencionada”, disse. “Queremos fazer uma representação do Paraná em Brasília buscando atender os interesses do Estado e trazer o maior número de verbas federais possíveis. Queremos trabalhar juntos com a bancada de deputados federais e com o governador do Estado”.
Guimarães também falou sobre a sua expectativa em relação ao Presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “Espero apoiar esse governo em tudo o que ele quiser fazer de bom para o nosso país”, manifestou. Ele torce para que Bolsonaro consiga formar uma boa equipe e elogiou a escolha dos nomes Sério Moro (Ministro da Justiça) e Paulo Guedes (Ministro da Fazenda). “Espero que eles sejam democratas, que respeitem os direitos previstos na Constituição, respeitem a liberdade. Tudo indica até agora, pelas suas posições, seus discursos, seus pronunciamentos, que ele está indo em um bom caminho”, declarou Oriovisto.
EXPERIÊNCIA – Para Guimarães, a experiência profissional adquirida ao longo de sua vida será bastante válida para a atuação durante o seu mandato. Ele considera que há muitos pontos do setor privado que devem ser utilizados pelo governo, como por exemplo, a produtividade (capacidade de fazer mais com menos dinheiro). O senador eleito confia que poderá contribuir para que os recursos arrecadados através de impostos sejam bem aplicados. “Há recursos suficientes para fazermos um Brasil maravilhoso, com saúde, educação e segurança de qualidade, mas é preciso administrar bem”, acredita.
Membro titular da Academia Paranaense de Letras, Oriovisto Guimarães trabalhou como professor em cursos pré-vestibulares e, junto com amigos, fundou o Curso Positivo, em Curitiba. Posteriormente foram abertas as escolas de ensino médio, fundamental e a Universidade Positivo, da qual foi o precursor e atuou como reitor durante dez anos. Oriovisto também contribuiu para a criação da Positivo Informática, que se tornou a maior fabricante brasileira de computadores. Deixou a presidência do grupo com cerca de dez mil funcionários e mais de um milhão de alunos que utilizam o método de ensino do Positivo no Brasil e exterior.