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O maior desafio da oposição é unir o deputado federal Aliel Machado e o ex-deputado e empresário Márcio Pauliki. Embora o prefeito Marcelo Rangel não tenha um nome e nem um projeto definido, a sua situação política é favorável: possui o apoio da direita e do governador Ratinho Júnior.
O racha da oposição, que possui pelo menos quatro pré-candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa, a maioria de esquerda, deve favorecer a eleição de um sucessor do prefeito Marcelo Rangel (PSDB) nas eleições municipais de 2020.
Com divergências políticas de eleições anteriores, o maior desafio da oposição é unir o deputado federal Aliel Machado (PSB) e o ex-deputado e empresário Márcio Pauliki (SD).
No exercício do mandato, em ascensão em Brasília e no Estado, seria mais conveniente Aliel adiar o seu sonho de ser prefeito de Ponta Grossa. Ao fazer isso, terá que apostar em entregar o comando da cidade para Pauliki e contar com a sua palavra de fazer uma gestão participativa e de retribuição do apoio em 2022. Em contrapartida, Aliel possui ampla base de apoio para disputar a Prefeitura no ano que vem.
Já para Pauliki apoiar Aliel a dificuldade é mais ideológica – embora o empresário nunca teve uma posição política clara -, do que política. Caso decida ser candidato sem o apoio de Aliel, Pauliki terá dificuldades em formar a sua base de apoio, uma vez que a direita orbita em torno de Rangel e a esquerda estaria alinhada com Aliel. Pauliki deixa claro a sua intenção de disputar a Prefeitura, o que dificulta o diálogo com Aliel.
Além das divergências políticas e ideológicas, existe também a vaidade de ambos. Embora mais jovem, Aliel parece mais maduro politicamente. Nenhum dos dois compreende e/ou aceita o outro.
FAMÍLIA CANTO – O radialista, apresentador de televisão, ex-prefeito e ex-deputado Jocelito Canto, pai da deputada estadual Mabel Canto (PSC), busca emplacar a outra filha, Joce (Pode), como vice. Jocelito já declarou que em busca de um consenso entre Aliel e Pauliki abriria mão da indicação da vice, porém, fica claro a sua preferência por Pauliki. Jocelito também já sentenciou que não apoiará o candidato de Rangel e do seu irmão, o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex (PSD).
ZAMPIERI – Já o vereador Ricardo Zampieri deve deixar o PSL após ter sido afastado da direção local do partido pelo presidente estadual Fernando Francischini. Ele procura um novo partido para sair candidato a prefeito.
PT/PCdoB/PSOL – PT/PCdoB liderados pelo ex-deputado Péricles de Mello (PT) não serão aceitos por Aliel e nem Pauliki e deverão lançar uma candidatura própria. Os nomes cotados são o ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Celso Lacerda, ou o da ex-vereadora e ex-deputada Selma Schons (ambos do PT). Selma possui a simpatia também do PSOL.
WOSGRAU – Quem também se assanha é o ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho (PP). Um dos defensores da sua volta para a Prefeitura é o ex-secretário de Estado do Esporte e do Turismo, João Barbiero, que busca convencer o deputado federal Ricardo Barros da viabilidade eleitoral do ex-prefeito que possui 72 anos de idade.
SUCESSOR DE RANGEL – Embora o prefeito Marcelo Rangel não tenha um nome e nem um projeto definido para as eleições de 2020 – a única definição é de que não quer a eleição de Márcio Pauliki custe o que custar -, a sua situação política é favorável: possui o apoio da direita e do governador Ratinho Júnior (PSD).
O nome escolhido por Rangel para a sua sucessão é o do secretário municipal de Infraestrutura e Planejamento, Celso Sant’Anna, que teria como companheiro de chapa o chefe de gabinete Alessandro Lozza de Moraes.
Recentemente foi lançado o nome do secretário municipal de Cidadania e Segurança Pública, Ary Lovato, na intenção de se criar um perfil que se identifique com a imagem do Presidente Jair Bolsonaro (PSL). Lovato é oficial da Polícia Militar e poderia ter como companheiro de chapa o secretário municipal de Fazenda, Cláudio Grokoviski, ou o secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Barros.
Correm por fora ainda os vereadores Daniel Milla (PV), presidente da Câmara Municipal, que parece ter cooptado o vereador Pastor Ezequiel (PRB) como seu pretenso candidato a vice, e do vereador Felipe Passos (PSDB).
O PSL comandado atualmente pelo presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Douglas Taques Fonseca, anda em rota de colisão com Rangel ultimamente, mas as chances de entrar em rota de coalizão são grandes, podendo abrigar um dos candidatos do prefeito.
AS OPÇÕES DE RANGEL – Rangel pode apostar todas as fichas em um destes nomes na tentativa de eleger um “poste” (Plano A): a chance maior é de Sant’Anna, pois é o seu braço direito e possui a sua confiança. Lançar várias candidaturas em busca de enfraquecer os opositores (Plano B). Ou apostar em um acordo branco com Aliel Machado caso decida concorrer sem o apoio de Pauliki (Plano C), e o mais viável.
NOVO NOME – Em um novo momento político do país, a população pode ainda surpreender e fazer a opção de um nome novo, buscando a mudança e uma alternativa às figurinhas carimbadas da política local. Neste cenário, os nomes de Felipe Passos e Ricardo Zampieri surgem com força, podendo inclusive estarem juntos, como também um dos nomes apoiados por Rangel ocupar esse espaço.