24 de junho de 2024

O recomeço da história: MCG reabre prédio histórico depois de duas décadas

Divulgação

O prédio histórico do Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa teve as suas portas reabertas ao público na última quinta-feira, 20.

Na noite da última quinta-feira, 20, quem passou pela Rua Engenheiro Schamber via as luzes acesas e as portas abertas. Pelas frestas das janelas, já se viam os sorrisos e os olhares atentos. Todo o cenário foi montado por um motivo: o prédio histórico do Museu Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (MCG-UEPG) voltou. Depois de mais de duas décadas sem atividades, o local se reencontrou com a comunidade e apresentou três exposições simultâneas.

Ao subir os primeiros degraus da escada de mármore e ir para o lado esquerdo, podem ser vistas as salas da “Aula de Anatomia”, exposição em parceria com o Museu de Ciências Forenses. Do outro lado, está “Meu Coração de Polaco Voltou”, que resgata as raízes de Paulo Leminski. Basta subir um pouco mais as escadas de madeira, seguir para o lado direito e conferir as peças de “Albary, o Prefeito”.

No peito, o sentimento é de missão cumprida. “Este é um momento importante para a UEPG, porque devolvemos o prédio para a comunidade. Mais do que uma abertura, este momento simboliza o retorno de um espaço que faz parte da história moderna”, destaca o reitor da UEPG, professor Miguel Sanches Neto. Em fevereiro, a instituição realizou a entrega do restauro – a noite de ontem marcou o reencontro com o público. “Aqui é um espaço de cultura, mas também de ensino e pesquisa, em um prédio icônico, que precisava ser devolvido para a comunidade, e é por isso que a universidade pública tem um papel importante para a desenvolvimento da cultura e ciência das comunidades”.

Que momento. Não deu pra esconder a alegria e gratidão por finalmente ver tudo pronto no olhar do diretor do MCG, Niltonci Batista Chaves. “A nossa equipe está extremamente feliz de poder retomar os trabalhos no prédio”. Há uma importância histórica e cultural sobre tudo o que constitui o espaço. “Por toda essa afetividade que existe da nossa população com o prédio do antigo fórum, a equipe está absolutamente integrada ao processo, muito feliz e com uma expectativa grande de poder voltar a receber as pessoas aqui”, completa. O público pode conhecer as mostras e conferir toda a beleza de um Museu totalmente restaurado e, em breve, a expectativa é que todas as salas sejam ocupadas com exposições.

Toda a atmosfera de cultura impactou também o coordenador de Ensino Superior da Superintendência Geral de Ciências, Tecnologia e Ensino superior (Seti) para Cultura e Museus, Renê Wagner Ramos. Emocionado em seu discurso, ele ressaltou a importância de existência de museus para as pessoas. “Um museu, antes de tudo, significa a visão que uma sociedade tem do seu futuro. Quem não investe em museu e na compreensão do seu passado, não tem futuro”. Ciência é um direito e, segundo o Renê, a defesa dela garante a liberdade de que todos tenham acesso a ela. “É uma alegria estar na abertura do Museu, é uma sensação especial sentir aqui toda a emoção das pessoas”, salienta.

GRATIDÃO – No meio do público, tinha um olhar que viu tudo começar. Maria Aparecida Gonçalves mal podia acreditar que estava presenciando o recomeço do espaço que ela viu nascer. A professora aposentada do Departamento de História foi a primeira diretora do Museu, nos anos 80. “Quando viemos pra cá, praticamente era eu e a escada por aqui”, relembra. Hoje, ambas permanecem em pé, para uma nova história. A primeira exposição foi feita de fotos da cidade, que a equipe solicitou para a comunidade. “Fomos pedindo fotografias e objetos das pessoas, para remontar o centenário de Ponta Grossa. Lembro de ver a confecção do primeiro mobiliário e, aos poucos, fomos montando a primeira exposição, ainda mais modesta”.

Sentada no meio da plateia, ela recebeu um agradecimento especial de Niltonci, por ter guiado ele e a muitos profissionais de História pelo caminho da arte. Ver o resultado de um local reformado, pronto para contribuir para a trajetória cultural de uma região é um privilégio, segundo ela. “É uma emoção muito grande ver o progresso de todos que vieram depois de mim. Me sinto tão feliz de estar aqui e saber que pude contribuir, vendo toda essa mudança tão maravilhosa que foi realizada aqui”. Maria recorda das vezes que chamava escolas para visitas em grupo no Museu e em como todos se acomodavam na sala do júri para ouvir as palestras. “Foi tempo muito agradável, repleto de emoções, tínhamos algumas dificuldades em conseguir as coisas naquela época, mas vejo que hoje existe um trabalho maior pelo espaço. Graças a Deus estou viva para ver o trabalho frutificar”, finaliza.

HISTÓRICO – A primeira vez que o prédio histórico abriu as portas foi em 04 de janeiro de 1928, como símbolo do Poder Judiciário. Foi a data da inauguração do Fórum da Comarca de Ponta Grossa, primeiro do interior do Paraná. Por ser um espaço de grandes proporções, juntamente funcionavam a Coletoria Estadual, a Delegacia de Polícia, tabelionatos, Cartórios do Crime e de Registro Civil e o atendimento jurídico gratuito ofertado pelo curso de Direito da UEPG. Depois de 55 anos, o prédio passou a ser do Museu Campos Gerais, em 28 de março de 1983, com transferência do Fórum para uma nova sede, em Oficinas. Por conta de danos estruturais, o Museu foi interditado em 2003 e transferido para outro prédio, na mesma quadra, esquina as ruas Engenheiro Schamber e XV de Novembro. Enquanto pró-reitor de Extensão e Assuntos Culturais, o professor Miguel Sanches Neto, em 2008, entrou com uma licitação para restauro do edifício. Em 2010, a UEPG captou R$1 mi via Lei Rouanet, valor utilizado para reforma nos pontos mais emergenciais da estrutura: forro, vigamento e telhado, bem como a pintura externa e interna do pavimento térreo. Na época, o restauro não foi possível, mas foram realizados reparos que mantiveram a estrutura até 2021. Foi em 2022 em que a obra que deu nova vida ao prédio e o restauro iniciou, graças a uma verba de R$ 10,5 milhões, vindas do Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos.

SERVIÇO – As visitações individuais dispensam a necessidade de agendamento, em caso de visitas de grupos, a atividade deve ser combinada pelo e-mail [email protected]. O horário de atendimento é de terça-feira a sábado, das 9h às 11h45 e das 13h30 às 17h. (Com assessoria)


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