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A volta do contista: De onde vem a insônia (Grua, 2024), seis contos inéditos que se caracterizam pela extensão mais longa, o que permite que cada um seja lido como uma novela sobre a solidão humana e seus tormentos.
O escritor Miguel Sanches Neto (Bela Vista do Paraíso, 1965), estreou como contista em 2002, quando obteve o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos Cruz e Sousa, para livros inéditos. Eram 1444 originais que foram avaliados por um júri antológico: Carlos Heitor Cony, Luiz Vilela, Moacyr Scliar, Italo Moriconi e Flora Süssekind. Publicado inicialmente pela Fundação Catarinense de Cultura, Hóspede secreto foi reeditado pela em 2003 pela Record e passou a integrar o Plano Nacional do Livro junto às bibliotecas públicas brasileiras.
Este prêmio fez com que o autor reunisse seus contos de juventude no volume Primeiros contos (Arte & Letra, 2008), em que explorava narrativas minimalistas e com situações fantásticas. Esta primeira produção demonstra que o autor nunca deixou de praticar este gênero, talvez pela influência de Dalton Trevisan em sua formação como ficcionista. Em seguida, a editora Record lançou Então você quer ser escritor (2011) e a Companhia das Letras, A bicicleta de carga (2018). Sobre seus contos, escreveu Marçal Aquino: “Uma literatura que deixa de lado todos os malabarismos e vai ao ponto, ao osso, e fala do humano, que, no fundo, é o que interessa em qualquer literatura”.
Agora, Sanches publica seis contos inéditos em De onde vem a insônia (Grua, 2024), relatos que se caracterizam pela extensão mais longa, o que permite que cada um seja lido como uma novela sobre a solidão humana e seus tormentos. Não há paz para personagens que experimentam todos os tumultos interiores.
Entre os contos do livro, destaca-se “Oficina de reescrita dos clássicos”, uma crítica contundente à destruição da literatura praticada por grupos retrógrados. O conto apresenta a trajetória de um jovem em busca de seu caminho na literatura em um momento em que uma seita tenta deformar os clássicos da literatura. Resta-lhe ou a insubordinação existencial ou a anulação total de sua voz.
Em todos os contos, há sempre um estranhamento com a condição humana, em uma linguagem ao mesmo tempo densa e acessível, que nos coloca frente a frente com nossas fragilidades.
LANÇAMENTOS – Em Ponta Grossa dia 27 de novembro, quarta-feira, às 19 horas, SESC Estação Saudade.
Em Curitiba: 30 de novembro, sábado, às 16 horas, Casa de Pedra (antiga Livraria Arte & Letra), Alameda Presidente Taunay, 130 – Batel, durante o Festival de Literatura.
TRECHO SOBRE BLOQUEIO DE ESCRITA
“Enquanto você aprendia a falar, seu pai se divertia com os seus erros. Viu você virar linguagem. E o livro não saía. Foi difícil para mim viver esses anos. Quando você soltava um termo espirituoso, ele corria para a máquina de escrever, como se algo superior houvesse visitado a imaginação dele. E a folha continuava em branco. Era desesperador. Você ganhava linguagem, ele perdia”.
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(Com informações da Assessoria)