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Tucanos experientes e que se movimentam nos bastidores, avaliam que o prefeito Marcelo Rangel não agrega para o partido pois tem compromisso com o governador Ratinho Júnior e com a reeleição do irmão, deputado federal licenciado e secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
Afilhado do ex-governador Beto Richa no PSDB, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, não emplacou a presidência estadual como esperava sendo indicado pelos cabeças pretas (líderes mais jovens), que o enxergaram umbilicalmente ligado à velha guarda do partido. Já a velha guarda não confia em Rangel por suas ligações com o governador Ratinho Junior (PSD), e o consenso entre os dois grupos foi o deputado estadual Paulo Litro como cabeça de chapa e o ex-presidente da sigla e presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, como vice.
Rangel, um estranho no ninho tucano abandonado por Beto Richa, ficou com a secretaria. Escanteado no PSDB, o prefeito de Ponta Grossa, que devaneia em seus sonhos e agora diz que trabalha para ser candidato ao Senado em 2022, cogita deixar o partido.
Marcelo Rangel não preparou um sucessor para a disputa pela Prefeitura no ano que vem, o que não agrada e preocupa o governador Ratinho Jr. Ele e o irmão, o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex (PSD), deputado federal licenciado, possuem um projeto político familiar. A intenção é que Rangel assumisse o cargo de Sandro ao deixar a Prefeitura no ano que vem, e o irmão reassumisse o mandato. “Se já está difícil para o Sandro se manter como secretário com mandato à frente de uma das mais importantes e cobiçadas pastas, imagina para o Marcelo sem mandato e sem sucessor”, rechaçou uma fonte do alto comando do Palácio Iguaçu ouvida pelo BLOG DO JOHNNY.
Juventude tentar salvar PSDB da decadência no Paraná
Ainda “juntando os cacos” das eleições de 2018, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) do Paraná elegeu ontem como presidente de seu diretório estadual o jovem deputado Paulo Litro, de 27 anos, que cumpre seu segundo mandato na Assembleia Legislativa. Litro foi o único candidato a lançar chapa. Esta é a primeira vez que alguém tão jovem comanda a sigla que já foi a mais poderosa do Estado. Os últimos três presidentes foram expoentes do poder no Estado: Ademar Traiano e Valdir Rossoni, atual presidente e ex-presidente do Legislativo Paranaense, e, até o fim do ano passado, o ex-governador Beto Richa, que se licenciou do cargo após ser preso pela primeira vez, em setembro, na véspera da eleição que concorreria ao Senado. Richa, que despontava como líder nas pesquisas, teve, depois disso, 3,5% dos votos e ficou em quinto lugar na disputa pelas duas vagas.
Paulo Litro, embora jovem, representa, na verdade, o sexto mandato de sua família na Assembleia. Paulo Henrique Coletti Fernandes foi eleito deputado pela primeira vez com 22 anos, é advogado, e adotou o nome político do pai, Luiz Fernandes Litro, que foi vereador em Dois Vizinhos e deputado estadual três vezes. A mãe, Rose Litro, ocupou a cadeira no legislativo estadual por um mandato.
A primeira estratégia para reverter a condição do partido, segundo Litro, será uma mudança na comunicação dos integrantes da legenda. “O núcleo de comunicação do partido, passa ter maior interação nas redes sociais. Não há mais necessidade de intermediários para falar com a população”, afirma.
O partido também deve reorganizar suas bases nos municípios. “Promover reuniões nos polos do Paraná. Vamos buscar valorizar pessoas que já estão no partido. É um momento um pouco difícil, mas o pior já passou. Pretendemos lançar candidatos na majoritária, prefeitos e vices, nos maiores municípios do Paraná. Vamos verificar como está situação do partido. Agora não há mais necessidade de coligações na proporcional”, observa.
A queda de Beto Richa foi apenas uma das derrotas do PSDB, evidente em todo o Paraná, com seu pior desempenho eleitoral no Estado. Neste ano, nenhum candidato a deputado federal se elegeu. Na Assembleia, apenas três estaduais garantiram vagas. Havia 12 até 2018. Na Câmara eram quatro até o ano passado.
A crise no PSDB não é exclusiva do Paraná, onde seu último grande líder, Richa, foi preso por três vezes em um período de seis meses. Nacionalmente, o partido estuda mudar de nome. “O PSDB mais do que nunca, a partir de agora, deverá ser o partido da juventude, das novas ideias, daqueles que sabem respeitar os cabelos brancos”, discursou no domingo o governador de São Paulo, João Doria, na convenção do partido naquele Estado. Uma pesquisa encomendada para consultar filiados é que vai dizer se a mudança de nome será necessária. Dória e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atual presidente nacional do PSDB, divergiram em estratégias para reanimar o partido. Enquanto Dória prega “o novo”, Alckmin tenta o resgate da tradição. Dória, durante a convenção estadual, foi aclamado “presidente da República” pelos correligionários. Sua proximidade com o PSL do presidente Jair Bolsonaro pode embolar disputa. A convenção nacional do PSDB será em 31 de maio.
No Paraná, é consenso entre os jovens tucanos que assumiram o apoio às reformas de Bolsonaro. “É uma posição de centro, apoio ao governo federal às reformas que o Brasil precisa fazer. Doria tem se debruçado sobre a bancada de 70 deputados para que as reformas vão em frente, mas sempre com a discussão de centro. O PSDB vai ter que fazer muita discussão de centro”, diz o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, que encabeça, junto com Paulo Litro, o ‘novo PSDB’ do Paraná. Pimentel só não integra o diretório estadual em razão de uma limitação imposta pela Lei das Estatais. Seu irmão, Daniel Pimentel Slaviero, é presidente da Copel, indicado pelo governador Ratinho Junior (PSD).
Caciques, Traiano e Hauly mantêm espaço
Além de Paulo Litro, a chapa única aclamada é formada por Ademar Traiano, como vice-presidente; Marcelo Rangel, como secretário-geral; e Beti Pavim, prefeita de Colombo, como secretária do PSDB Mulher. “Rossoni não faz parte do diretório, por vontade própria”, afirma Paulo Litro. Tucano melhor colocado para a Câmara pelo Paraná no ano passado, embora também não tenha conseguido a vaga, o ex-deputado Valdir Rossoni é suplente.
Cacique remanescente, o ex-deputado Luiz Carlos Hauly, que não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal com seus 35.133 votos, depois de 28 anos consecutivos na Casa, vai presidir o Instituto Teotônio Vilela (ITV), que é o centro de estudos e formação política do PSDB. (Com informações do Bem Paraná)