Marcelo Rangel assina acordo com MP para escapar de investigação

Marcelo Rangel assina acordo com MP para escapar de investigação
10 dez, 2025
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Paraná investiga o fato de que funcionários lotados na Assembleia Legislativa teriam atuado na campanha eleitoral para a Prefeitura de Ponta Grossa em 2024. Deputado terá de pagar R$ 75.439,75 como ressarcimento e multa.
Crédito: Arquivo

O deputado estadual Marcelo Rangel (PSD) assinou um Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) com o Ministério Público do Paraná que suspendeu o inquérito civil que apurava um eventual desvio de função de três assessores parlamentares lotados no gabinete do parlamentar desde junho 2024. O acordo é de 14 de agosto de 2025 e ainda aguarda homologação judicial.

O Blog Politicamente teve acesso ao documento. Na prática, o MP investiga o fato de que funcionários públicos lotados na Assembleia Legislativa, recebendo salário do Legislativo, teriam atuado na verdade na campanha eleitoral de Marcelo Rangel para a prefeitura de Ponta Grossa em 2024.

Pelo ANPC, Marcelo Rangel terá de pagar R$ 75.439,75 — sendo R$ 50.239,37 como ressarcimento integral do eventual prejuízo ao erário e o restante, como multa, corresponde a 50% do valor devido. O pagamento desta multa será direcionado ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos — enquanto os pouco mais de R$ 50 mil serão depositados na conta da Alep.

O pagamento pode ser feito em até 12x com a primeira parcela em 30 dias depois que Marcelo Rangel tomar ciência da homologação judicial do acordo. Os comprovantes terão que ser juntados mensalmente no processo.

Além de Marcelo Rangel, assinam o ANPC a promotora de Justiça, Maria Natalina Nogueira de Magalhães Santarosa, e o advogado Cássio Prudente Vieira Leite — que representou o deputado estadual neste ato. Uma das cláusulas do acordo cita que a anuência, por parte do deputado do PSD, não importa em reconhecimento de responsabilidade nem em confissão do ato ilícito.

Marcelo Rangel é deputado estadual pelo PSD, está no terceiro mandato e é vice-líder do governo Ratinho Junior na Assembleia Legislativa. Ele foi também secretário de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital do Paraná e prefeito da cidade de Ponta Grossa.

Mesmo com o apoio explícito do governador Ratinho na eleição municipal de 2024, Rangel terminou na terceira posição, com 21,07% das intenções de voto, ficando atrás de Mabel Canto (PP) e da prefeita Elizabeth Schimidt (União Brasil) — que acabou reeleita no 2º turno.

Até o fechamento desta reportagem, o advogado e o deputado Marcelo Rangel não haviam se manifestado sobre o ANPC. O espaço fica aberto. (Com informações do Blog Politicamente)

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