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O ex-governador do Paraná foi preso na última sexta-feira, 25, após ser acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em esquema de fraude na gestão das concessões rodoviárias federais do Estado.
A pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, o Juízo da 13ª Vara Criminal de Curitiba determinou, no início da noite de hoje, 14, a conversão da prisão temporária em preventiva para 10 dos 15 presos na Operação Rádio Patrulha.
Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada estão o ex-governador Beto Richa, o seu irmão, Pepe Richa, os ex-secretários de governo Ezequias Moreira, Deonilson Roldo e Edson Casagrande, o empresário Celso Frare, o advogado Túlio Bandeira, além de Luiz Abi Antoun, Aldair Wanderlei Petry – “Neco” e Dirceu Pupo Ferreira.
Não foi pedida a conversão de prisão da esposa do ex-governador e ex-secretária estadual Fernanda Richa e de outras quatro pessoas. Fernanda segue em prisão temporária, com vencimento amanhã, 15.
Richa está preso desde terça-feira, 11, no Regimento da Polícia Montada, em Curitiba. Ele foi levado a depor hoje, mas preferiu ficar calado. Todos os investigados foram ouvidos nesta sexta, incluindo Fernanda Richa, que falou por mais de uma hora.
O juiz Fernando Fischer, que assina a decisão, considerou haver risco à ordem pública e à ordem econômica para manter os investigados presos. “Analisando os autos, verifico haver risco à ordem pública e à ordem econômica, cuja extensão evidencia a insuficiência de medidas mais brandas, justificando o uso excepcional da segregação cautelar por meio da prisão preventiva”, explicou o juiz.
Fischer também disse levar em conta a gravidade dos crimes na decisão. “Não estamos diante de mais um dos tantos crimes ‘comuns’ que diariamente são processados neste Juízo, mas de um dos maiores esquemas de fraudes e pagamentos de propinas do Estado do Paraná, esquema este que, segundo o Ministério Público, era capitaneado pelo próprio governador do Estado à época dos fatos”, ponderou o juiz.
Deflagrada na última terça-feira, 11, a operação apura indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça, no programa Patrulha do Campo, do Governo do Estado do Paraná, no período 2012 a 2014. (Com assessoria)