Arquivo
Segundo dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgados pelo IBGE no mês de julho, o Estado do Paraná respondeu por 9,2% do emprego da indústria de transformação do País em 2020, com 641.269 pessoas ocupadas no setor. Esse percentual é o maior da série histórica iniciada em 2007, quando o peso estadual era de 8,1%.
A produção industrial paranaense cresceu 5,7% em 2019 no comparativo com o ano anterior, maior evolução do País, segundo dados divulgados hoje, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas oito dos 15 locais pesquisados variaram positivamente entre os dois anos, enquanto a indústria nacional recuou 1,1%.
Na variação mensal entre novembro e dezembro de 2019, o setor cresceu 4,8% no Paraná, também o maior resultado do Brasil. Nesse índice apenas o Pará (2,9%) e a Região Nordeste (0,3%) registraram crescimento, enquanto o acumulado nacional apontou recuo de 0,7%. Já entre dezembro de 2019 e dezembro de 2018, a indústria local cresceu 2,5% e se posiciona entre os melhores resultados neste indicador.
Para o governador Ratinho Junior (PSD), o desempenho industrial paranaense resulta da capacidade técnica, de pessoal e de investimento do setor. “É um número que mostra a força econômica do Paraná e se sobressai no setor no País. A indústria é importante porque emprega muito e é a base da evolução tecnológica”, afirmou. “O crescimento do setor é um termômetro da confiança do setor empresarial e de como o Estado evolui rapidamente”.
O governador destacou, ainda, a atração de R$ 23 bilhões em projetos privados para o Estado em 2019, o que tende a aumentar o volume da produção industrial nos próximos anos. Neste ano já foi anunciado um investimento de R$ 650 milhões da Prati-Donaduzzi em uma nova planta em Toledo, no Oeste. “Para manter esse ritmo econômico há um esforço de todo o Governo do Estado em atrair investimentos, gerar empregos, descomplicar os trâmites burocráticos e aumentar a nossa capacidade produtiva”, complementou Ratinho Jr.
MAIOR DESDE 2011 – O resultado acumulado do ano (5,7%) é o maior do Paraná desde 2011, quando a indústria cresceu 11,2% em relação a 2010. Nos últimos oito anos foram quatro índices negativos (2012, 2014, 2015 e 2016). Em 2018, contra igual período de 2017, o resultado foi de 1,4%.
Os maiores avanços do ano passado foram em veículos automotores, reboques e carrocerias (25,7%), máquinas e equipamentos (9,5%), alimentos (8,8%), produtos de metal (7,1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,3%). Nos setores automotivo e alimentício, bases consolidadas da economia estadual, os índices paranaenses também foram os maiores do País. No Brasil, os crescimentos foram de 2,1% e 1,6%, respectivamente.
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias também conquistou o maior resultado acumulado dos últimos oito anos (entre janeiro e dezembro). A fabricação de alimentos alcançou resultado ainda mais expressivo nessa mesma base comparativa: o crescimento de 8,8% em relação a 2018 é o maior de toda a série histórica do IBGE, desde 2002.
DINAMISMO – O pesquisador Julio Suzuki Júnior, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), aponta que os resultados do Estado são reflexos do dinamismo local. “A diferença entre os resultados do Paraná e do Brasil reflete o alto patamar de produtividade, inovação e investimento de várias atividades industriais do Estado, abrangendo desde o ramo automotivo até a agroindústria”, destacou. “O desempenho paranaense é surpreendente não apenas por conta do resultado do exercício completo de 2019, mas devido também à pujança apresentada no final do ano passado, quando a maioria dos estados apresentou números desfavoráveis”.
Além do Paraná, registraram crescimento industrial no acumulado do ano Amazonas (4%), Goiás (2,9%), Rio Grande do Sul (2,6%), Rio de Janeiro (2,3%), Santa Catarina (2,2%), Ceará (1,6%) e São Paulo (0,2%).
PIB DO SETOR – O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria paranaense cresceu 2,3% no acumulado dos três primeiros trimestres de 2019, segundo o Ipardes. Também houve crescimento de 1,89% no 3º trimestre na comparação com o mesmo período de 2018. A projeção do instituto para o PIB estadual de 2019, com todos os setores econômicos, é de crescimento de 0,7%.
Variação mensal também foi a mais elevada do País
O Paraná também apontou o avanço mais elevado do País no mês de dezembro em relação a novembro, com crescimento de 4,8%. A evolução do Estado interrompeu ciclo de duas quedas (outubro e novembro) e foi o maior índice do ano, que teve oito variações positivas mês a mês. Pará (2,9%) e a Região Nordeste (0,3%) também registraram índices positivos nesse comparativo.
Em relação a dezembro de 2018, o Paraná oscilou positivamente em 2,5%, quinto melhor resultado do País, atrás de Amazonas (12,2%), Ceará (4,5%), Rio de Janeiro (4,5%) e Região Nordeste (3,8%). Espírito Santo (-24,8%) e Minas Gerais (-13,6%) assinalaram os recuos mais intensos nesse contexto.
Produção nacional recua 1,1%
Após dois anos de expansão, a produção industrial brasileira recuou 1,1% em 2019, na comparação com o ano anterior. Em 2018, a indústria havia crescido 1%. Nos últimos dez anos, foram cinco altas (2010, 2011, 2013, 2017 e 2018) e cinco baixas (2012, 2014, 2015, 2016 e 2019).
Segundo o IBGE, entre as dez atividades que apontaram ampliação na produção, as principais influências foram registradas por produtos alimentícios (1,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), produtos de metal (5,1%) e bebidas (4%).
As maiores quedas foram das indústrias extrativas (-9,7%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%), equipamentos de transporte (-9,0%), produtos de madeira (-5,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,9%).
Em dezembro do ano passado, a produção industrial nacional recuou 0,7% em relação ao mês anterior. Em relação a dezembro de 2018, a indústria caiu 1,2%. Com esses resultados, o setor industrial recuou tanto no fechamento do quarto trimestre de 2019 (0,6%), como no acumulado do segundo semestre do ano (0,9%), contra iguais períodos do ano anterior. (Com AEN)