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Dados coletados apontam que a circulação diária de carros passou de 58.420 para 37.429.
Além do impacto no desenvolvimento do município, a inadimplência dos contribuintes com o pagamento do IPTU e a Taxa de Lixo podem também acabar impactando na prestação de serviços, como a coleta de lixo em Ponta Grossa. O valor recebido com o pagamento dessa taxa é repassado integralmente à concessionária para a execução do serviço. Mas com a inadimplência na cidade em 28%, a administração acaba tendo que tirar recursos de outras áreas para manter o caminhão de coleta circulando nas ruas todos os dias. Um levantamento mais detalhado identificou que em ruas da região central, ocupadas principalmente por estabelecimentos comerciais, a inadimplência chega a quase 60%.
“Estamos usando uma ferramenta para identificar em que pontos da cidade a inadimplência é mais alta. Começamos com as ruas da região central e ficamos bastante preocupados em identificar que vias de grande movimento comercial, como Doutor Colares, Ernesto Vilela e Coronel Bitencourt, contam com altos índices de inadimplência, superiores a 40%. A região central da cidade é a única que conta com a coleta do lixo diariamente, atendendo todas às necessidades dos comerciantes, com coletas em períodos de menor impacto no movimento, como durante a noite. Hoje a arrecadação da coleta de lixo é deficitária frente ao valor devido à empresa concessionária, lembrando que além da inadimplência, existem várias isenções nesta taxa por conta da vinculação com o IPTU. Até hoje, nenhum dia o caminhão de lixo deixou de passar, mas não sabemos até quando poderemos arcar com esta despesa com estes índices de inadimplência”, adianta o secretário da Fazenda, Cláudio Grokoviski.
O levantamento da Secretaria da Fazenda identificou inadimplência de 59,53% na rua Doutor Colares, 49,21% na rua Coronel Bitencourt, 48,42% na Avenida Ernesto Vilela, e 43,36% na rua Coronel Dulcídio (em breve, a ferramenta onde é possível verificar o índice de inadimplência por rua será disponibilizada para acesso da população, no Portal da Inadimplência). Mesmo diante destes índices de inadimplência, em janeiro deste ano, a Prefeitura de Ponta Grossa executou obras de recapeamento asfáltico na região central, integrando um pacote de R$ 2,5 milhões para recuperações asfálticas anunciado pelo prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
“Não esperávamos uma inadimplência tão alta em regiões com movimento comercial, justamente porque não existe empresa que consiga sobreviver sem receber valores tão altos. Não conseguimos realizar o pagamento integral do serviço de coleta de lixo por conta da inadimplência e isso pode acabar afetando a prestação desse serviço na cidade. Esses números mostram que a população continua sendo displicente com os impostos municipais e a Prefeitura não terá condições financeiras de continuar arcando com uma despesa que não está prevista em nosso orçamento”, avalia o procurador geral, Marcus Freitas.
Conforme o Portal da Inadimplência, os valores não pagos ao Município referente apenas ao exercício financeiro de 2018 já ultrapassam R$ 25 milhões. No último ano, a Prefeitura deixou de receber R$ 60 milhões, que poderiam ser investidos no desenvolvimento da cidade, com ações de infraestrutura, como pavimentação e instalação de novas áreas de lazer. Diante deste cenário, a administração municipal já informou que não irá realizar novos programas com facilidades para regularização de dívidas, como PRT, Refis ou Profis. (Com assessoria)
INADIMPLÊNCIA REGIÃO CENTRAL:
Rua Dr. Colares – 59,53%
Rua Coronel Bitencourt – 49,21%
Avenida Ernesto Vilela – 48,42%
Rua Flávio Carvalho Guimarães – 48,21%
Rua General Carneiro – 46,17%
Rua XV de Novembro – 45,95%
Rua Coronel Dulcídio – 43,36%
Rua Engenheiro Schamber – 42,28%
Rua Doutor Francisco Burzio – 41,97%
Rua Coronel Francisco Ribas – 41,83%