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Iniciativa foi anunciada no segundo dia da Semana Paraná Inovador, durante diálogo que reuniu startups de impacto social e representantes do Governo do Estado.
No segundo dia de programação da Semana Paraná Inovador, que acontece no Palácio Iguaçu, em Curitiba, foi anunciada a criação de um grupo de trabalho que vai propor estratégicas de apoio do Estado a projetos inovadores. O grupo terá representantes do governo e da iniciativa privada e deverá atuar para conectar o Estado às iniciativas inovadoras do setor privado.
A medida foi anunciada durante diálogo que reuniu startups de impacto social e representantes do Governo para debater as influências do poder público nos ecossistemas de inovação. “O papel do governo é mostrar que o Paraná quer ouvir e aprender com as iniciativas, buscando formas eficientes de apoio”, afirmou o superintendente de Inovação, Henrique Domakoski.
No palco, o coordenador de Ciência e Tecnologia da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Parreira; o empresário Beto Madalosso; a presidente da Aliança Empreendedora, Lina Useche, e a sócia-fundadora da Youngers, Giovana Conti, dialogaram com a plateia sobre o papel do poder público no incentivo e fomento para as iniciativas privadas.
IMPACTO SOCIAL – Startups de diferentes áreas apresentaram seus projetos com foco nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre elas estavam ações em áreas ambiental, de saúde, inclusão social e mobilidade urbana.
“Temos a missão de transformar a vida dos paranaenses com a inovação social. É possível identificar que o Paraná, representado pelas staturps, tem um potencial gigantesco de soluções para as demandas sociais”, afirmou Paulo Parreira.
A presidente da Aliança Empreendedora, Lina Useche, destacou a importância das pessoas se identificarem como empreendedoras para que possam alavancar seus negócios.
O fundador da startup curitibana VeeVer, João Pedro Novochadlo, apresentou o aplicativo que ajuda pessoas com deficiência visual a se localizarem pela cidade. O aplicativo foi escolhido para participar do Rock in Rio e permitiu que pessoas cegas pudessem usufruir de toda a infraestrutura do festival de música.
“A inovação tem que ser responsável por transformar a vida das pessoas, gerando novas oportunidades nas diferentes áreas”, afirmou a fundadora da Badu Design, Ariane Santos. A startup capacita mulheres de baixa renda gerando itens de papelaria, moda e decoração, possibilitando geração de renda e melhora na qualidade de vida das participantes.
Pela iniciativa inovadora a empresa ganhou reconhecimento em diferentes prêmios que valorizam empreendimentos sociais, como o concurso Hora de Brilhar, da Unilever, e o Prêmio Acolher, da Natura.
PROGRAMAÇÃO – A Semana Paraná Inovador segue até sábado, 19, no Palácio Iguaçu, em Curitiba. Ainda nesta quarta-feira acontece o painel Mulheres Inovadoras. Com participação de lideranças femininas, o evento debaterá as redes de colaboração, dicas para se destacar no mercado e técnicas de influência digital.
O que um projeto inovador precisa para receber recursos e apoio
Como um investidor Anjo e organizações que trabalham com aceleração de startups selecionam projetos para apoiar? A questão foi tema do debate que encerrou o primeiro dia da Semana Paraná Inovador, ontem, 15, no Palácio Iguaçu.
No palco, Robert Jansen, CEO da OBR Global, aceleradora de startups com sede no Vale do Silício; Leonardo Jianoti, investidor do grupo Curitiba Angels; Adriano Krzyuy, presidente da Assespro Paraná; Letícia Preuss, da Endeavor, e Rafael Tortato, do Sebrae, explicaram os critérios que utilizam para avaliar empreendimentos e o que consideram fundamental para transformar uma ideia em um negócio de sucesso.
Com mais de 80 investidores Anjo, a Curitiba Angels injeta capital financeiro e oferece uma rede de relacionamentos para alavancar empreendimentos. Ser um dos escolhidos para receber este apoio, porém, não é simples. “A cada 110 projetos selecionamos um para investir”, explicou Jianoti.
São 25 anjos por negócio, com ticket médio de investimento de cada um de R$ 25 mil. É um negócio de alto risco, mas também de alto retorno. “Nosso portfolio supera em 17 vezes o que aplicamos”, disse. A Curitiba Angels investe apenas em empresas que constroem valor, com empreendedores de perfil arrojado, inovador e realizador.
EXECUÇÃO – O presidente da Assespro, Adriano Krzyuy, disse que a associação está criando um fundo de investimento para promover a inovação e elencou como principal característica de um empreendedor de sucesso a atitude na execução.
A opinião é compartilhada por Rafael Tortato, do Sebrae. Segundo ele, os principais critérios para identificar um empreendimento com potencial de sucesso são a capacidade de execução, o foco no problema e o talento do empreendedor para encontrar competências complementares a ele no mercado.
COLABORAÇÃO – O colaborativismo é outra característica importante, segundo os participantes do debate. As organizações que apoiam o empreendedor e os investidores Anjo oferecem, além de recursos e orientação, também uma rede de conhecimento e de pessoas capazes de alavancar projetos.
Por seu lado, os empreendedores com mais chance de sucesso são aqueles que compartilham suas ideias. “Não tenha medo de compartilhar. Quando mais você compartilha, maior a chance de engajamento”, explicou Tortato.
ESCALAR – Para as empresas maiores, que já passaram da fase de busca de orientação e de recursos iniciais, a Endeavor é o próximo passo. “Quando está na Endeavor a empresa está no desafio de escalar”, explicou Letícia Preuss.
Organização internacional de apoio a empreendedores de alto impacto, a Endeavor trabalha para dar velocidade e escala. “Temos um modelo escalável com potencial de crescimento acelerado”, contou Letícia. Segundo ela, a aceleração de crescimento é de, no mínimo, 100% no ano. Para o empreendedor, a orientação é enxergar oportunidades no mercado e não desistir.
Robert Jansen falou sobre a trajetória do Vale do Silício e como o Paraná pode se inspirar nela, mas sem perder sua identidade. “É possível desenhar um ecossistema inovador como o Vale do Silício nas condições locais”, afirmou. O foco, destacou, tem de ser a velocidade dos negócios. “Esse é o diferencial. A rapidez com que conseguimos transformar inovação em valor.”
OPORTUNIDADE – Os participantes do debate, que representam as frentes de apoio do ecossistema inovador do Estado, estarão presente todos os dias do evento para ouvir ideias e conhecer projetos inovadores. O evento é gratuito e aberto ao público. (Com AEN)