24 de julho de 2019

Governo pede explicações de universidades sobre excesso de gasto com pessoal

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Desde 2019, foram coordenadas grandes intervenções regionais nos polos das instituições, potencializando a produção acadêmica, modernizadas estruturas físicas e hospitais universitários, implementados novos cursos e reforçado, de maneira permanente, o acesso universal à educação gratuita.

A Comissão de Política Salarial (CPS) do Governo do Estado pediu esclarecimentos às universidades estaduais por causa do aumento excessivo da despesa com a folha de pagamento neste ano. No primeiro semestre, as instituições já gastaram R$ 20 milhões do dinheiro público para pagar horas extras sem qualquer anuência do comitê que é responsável pela gestão dos recursos humanos do Poder Executivo.

Os recursos destinados ao pagamento dessas horas extras foram pagos especialmente a servidores que recebem salários superiores a R$ 40 mil. Segundo dados das secretarias da Fazenda e da Administração, o aumento deliberado das despesas com pessoal nas universidades estaduais gera um déficit orçamentário de R$ 123 milhões no ano em razão das várias inconformidades.

Entre os problemas detectados estão remunerações acima do teto constitucional; pagamentos da gratificação de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva para agentes universitários e docentes temporários; pagamentos de serviços extraordinários sem autorização; e pagamentos de vantagens, gratificações e adicionais remuneratórios sem fundamento legal.

Em reunião realizada no último dia 18 de julho, a Comissão de Política Salarial deliberou por solicitar mais informações para cinco universidades estaduais antes da autorização de contratação de horas extraordinárias para o segundo semestre deste ano. A decisão está amparada nas leis de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2018 e 2019.

Das sete universidades públicas do Estado, duas foram autorizadas a contratar docentes para o segundo semestre, a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). As demais (Unespar, UEPG, UEM, Unioeste e UEL) tiveram os pedidos indeferidos e deverão apresentar individualmente os esclarecimentos sobre as inconformidades listadas.

META4 – O Governo do Estado também reforçou a necessidade de que todas as universidades estaduais sejam integradas ao Sistema META4, plataforma responsável pela gestão da folha salarial dos servidores que permite que toda a população saiba, através do Portal da Transparência, onde estão sendo investidos os recursos públicos. Até o momento, somente UENP e Unespar estão totalmente integradas.

Outras cinco universidades ainda não entraram no sistema. A UEPG e a Unicentro enviaram as informações requisitadas pela Secretaria de Estado da Administração e Previdência para atender ao cronograma estabelecido para o cumprimento do Acórdão n° 1525/2017 do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). De outra parte, UEL, UEM e Unioeste não enviaram até o momento os dados solicitados. (Com AEN)

UNIVERSIDADES QUE REALIZARAM SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO DA CPS:

Universidades Ensino Hospital Universitário Total/IES
UEL R$ 1.450.869,88 R$ 4.525.656,19 R$ 5.976.526,07
UEM R$ 3.084.149,21 R$ 4.434.605,51 R$ 7.518.754,72
UEPG R$ 1.781.480,13 R$ 3.570,85 R$ 1.785.050,98
Unioeste R$ 1.016.812,10 R$ 3.497.892,90 R$ 4.514.705,00
TOTAL R$ 7.333.311,32 R$ 12.461.725,45 R$ 19.795.036,77

UEPG rebate governo e diz ter responsabilidade na gestão de pessoal

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) informou em nota divulgada ontem, 24, que as horas extras questionadas pelo Governo do Estado através da Comissão de Política Salarial (CPS) são destinadas aos servidores da limpeza, vigilância, motoristas, laboratoristas e àqueles que realizam serviços gerais para a Prefeitura do Campus. “A necessidade horas extras nessas áreas essenciais decorre do déficit de funcionários por morte ou aposentadoria, perda agravada pela falta de reposição dos quadros ao longo dos anos pelo Governo do Estado”, justifica a instituição.

Segundo a UEPG, em 2014 a instituição tinha em torno de 900 servidores e hoje conta com cerca de 720. Em média, a cada ano, a UEPG perde 50 servidores, o que aumenta a disparidade entre demanda de serviços e capacidade de atendimento. Estes argumentos e outros esclarecimentos, entre os quais a UEPG destaca a instalação de relógio-ponto para controle das jornadas de trabalho, foram encaminhados à CPS.

A Pró-Reitoria de Recursos Humanos reitera que, de acordo com a folha de pagamento do mês de julho, nenhum salário pago pela instituição ficou acima do teto legal. Quanto à necessidade da contratação de professores colaboradores, considerando-se que há cursos em que estes profissionais representam 50% dos docentes, a instituição aguarda nomeação dos aprovados em concurso e espera autorização de novos processos seletivos.

A instituição se colocou à disposição para fornecer informações adicionais à Comissão de Política Salarial. (Com assessoria)

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