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Todas as obras foram retomadas pelo governo Ratinho Junior nos mais de 10 colégios, para a devida entrega à comunidade escolar em várias regiões do Paraná. Mas na avaliação dos deputados da Comissão de Educação, ainda que as construções tenham avançado na atual gestão, não se pode deixar para trás os ilícitos que foram cometidos.
O Paraná está perto de virar completamente uma página triste na história da educação estadual. A expectativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) é que até março do ano que vem todas as 15 escolas envolvidas diretamente com a Operação Quadro Negro sejam entregues à população.
O cronograma atual aponta que oito centros educacionais foram concluídos. A escola Linda Bacila, em Ponta Grossa, só aguarda a ligação da energia elétrica para entrar em funcionamento. Outras três estão com obras em andamento, como a unidade de Campina Grande do Sul, na região de Curitiba, tendo 80% da edificação concluída.
Apenas três escolas, em Campo Largo, Escola Estadual Francisco Pires Machado, no bairro Cará-Cará, em Ponta Grossa e Cornélio Procópio, aguardam nova licitação. Ou seja, o índice de evolução é de 80%.
A readequação e retomada do conjunto de construções atende a um pedido do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e atenderá 4,7 mil alunos nos oito centros já em funcionamento. No total, o investimento será de R$ 44 milhões entre novas construções e reformas das estruturas já existentes.
“É mais uma demonstração da atenção que damos à educação. Não queremos obras paradas e, acima de tudo, queremos que os alunos possam estar em salas de aula aptas a recebê-los”, destacou Ratinho Jr.
CUIDADOS – O diretor-presidente da Fundepar, José Maria Ferreira, explica que o Estado se cercou de todos os cuidados nesse resgate das obras paralisadas, atendendo ao programa de Integridade e Compliance do Governo. Essa é uma ferramenta inédita na administração pública brasileira, que envolve a concepção, implementação e monitoramento de políticas, procedimentos e práticas que primam pela moralidade e eficiência administrativa.
Prerrogativa que, afirma Ferreira, norteará também o processo das três escolas que ainda estão paralisadas. “Estamos buscando licitações prudentes, preços efetivamente praticados no mercado, atendendo a todas as exigências de fiscalização de obras públicas. Ou seja, a eficiência, um pedido do governador Ratinho Junior”, ressaltou Ferreira. “E assim, encerrando um capítulo negro da educação paranaense”, completou.
OUTRAS OBRAS – A retomada de obras vai além da Quadro Negro. A Fundepar informa que há outros centros educacionais espalhados pelo Estado que estavam parados e agora começam a sair do papel, em polos importantes como Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Matelândia e Ibiporã, entre outros municípios.
“Temos um cronograma de obras, reformas e inaugurações para fazer, principalmente atendendo às demandas demográficas da população. Onde tem muita demanda por vaga, vamos ampliar as escolas”, afirmou o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder. “O grande beneficiado será o estudante do Estado do Paraná”, complementou Ferreira.
Há ainda outro aspecto positivo na visão do comando da Fundepar. Com a conclusão das obras paralisadas, o Paraná regulariza sua situação junto ao Ministério da Educação, abrindo a possibilidade de acessar novos recursos federais. “À duras penas, estamos fazendo com que as coisas sejam colocadas no seu devido lugar”, disse o presidente da Fundepar.
IDEB – As ações reforçam outros compromissos do Governo do Paraná na área da educação. A Secretaria de Educação tem como meta fazer o Paraná liderar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conter a evasão escolar, valorizar os professores e fortalecer as redes comunitárias e a integração entre alunos, docentes, pedagogos, diretores e chefes de núcleos regionais.
O desafio contempla um universo de 1,1 milhão de estudantes matriculados nas 2.143 escolas, 63 mil professores, 29 mil servidores e 200 mil aulas/dia. “Temos a missão de melhorar o Ideb do Estado, que hoje ocupa a sétima posição no País. Queremos chegar nas primeiras posições”, afirmou o governador.
QUADRO NEGRO – A operação foi deflagrada em julho de 2015 pela Polícia Civil do Paraná e investiga desvio de cerca de R$ 30 milhões que deveriam ter sido usados na construção e reformas de escolas públicas no Estado entre os anos de 2013 e 2015. (Com AEN)