André Jonsson - Blog do Johnny

Minutos após o líder da oposição na Câmara Municipal, vereador George de Oliveira (PMN), ter protocolado um pedido de cassação contra o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) ontem, foi divulgado pela assessoria de imprensa da Prefeitura a informação da interdição do Centro de Eventos para a realização de reformas e a suspensão das reservas do espaço.

Além de vereador, George é promotor de eventos, e organiza há 30 anos o tradicional Baile de Aleluia, agendado para acontecer no local no dia 20 de abril. “O prefeito, depois que foi protocolada a denúncia contra ele, tomou essa atitude em retaliação”, acusa o vereador, informando que a confirmação da reserva da data foi dada por Rangel em reunião intermediada por ele com representantes da União Municipalista Brasileira (UMB), que participa do baile.

“Tudo começou quando a Câmara não aprovou o projeto do Passe IPTU, que eu chamo de IPTU VCG”, alega o líder da oposição. Ele ressalta que a represália do prefeito atinge um público de 7 mil pessoas e 34 entidades sociais beneficiadas com a arrecadação alimentos através do evento, que tinha uma expectativa de receber a doação de mais de 10 mil quilos. “É uma situação vexatória para a cidade porque fica claro que o prefeito não é nada republicano, que mistura política com profissional. Um posicionamento da Câmara não poderia incomodar tanto o prefeito”, lamentou George, que hoje esteve no Centro de Eventos para uma vistoria e denuncia que não existe no local nenhum material para início das obras.

Segundo o empresário-vereador com a eventual mudança do local, as expectativas de público, arrecadação de alimentos e trabalhadores informais contratados para a festa serão reduzidas. “O baile no Centro de Eventos é para 7 mil pessoas. Em outro lugar será para 1.500. Aqui são 70 seguranças. Em um espaço menor serão 30. Não existe outro lugar que comporte o evento na cidade”.

No ano passado, parte do lucro do baile foi destinado à aquisição de uma ambulância para o Hospital Municipal. Neste ano, George revela que iria comprar uma ambulância para a implantação do SAMU Animal no Município, destinado ao resgate de animais de pequeno porte em situação de risco.

O parlamentar informou que está tomando medidas judiciais contra a decisão, mas procura um novo local para a realização do evento. “O baile acontece de qualquer maneira, as pessoas podem ficar tranquilas. Se não for no Centro de Eventos vai ser em outro local”, tranquiliza.

DENÚNCIA –George também critica a contratação do empresário Iran Taques, nomeado pelo prefeito Marcelo Rangel como Assessor Especial de Relações Públicas, com salário de 75% do subsídio de secretário municipal, da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, e de Janceleide Tozetto, assessora de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde. “Sob o artifício da Feira do Paraná foram contratados duas pessoas diretamente ligadas a eventos, o Iran Taques, que era dono da Play, e a Jance Tozetto, que era funcionária dele, para fazer tráfico de influência lá dentro. O Iran Taques tem uma dívida milionária com a Prefeitura em dívida ativa”, denuncia George.

PEDIDO DE CASSAÇÃO REJEITADO –O pedido de cassação feito por George, que se baseava no não cumprimento da Lei Municipal nº 11.325/13, que veda o Poder Público Municipal realizar solenidade, cerimônia ou qualquer ato para inauguração de obras públicas incompletas ou que não atendam ao fim que se destinam, foi rejeitado por unanimidade pelos vereadores hoje. O autor é impedido de votar a proposição por ser o denunciante.

Segundo a denúncia, o Pronto Atendimento Infantil do Hospital da Criança inaugurado na última sexta-feira, 22, pelo prefeito Marcelo Rangel, ainda não estaria em funcionamento.

A interdição do Centro de Eventos, segundo a Prefeitura, se deu porque a Secretaria Municipal de Turismo deve iniciar, nas próximas semanas, a realização de melhorias e adaptações no local para a realização da Feira Paraná.