18 de março de 2019

Desvio de combustível da Prefeitura de PG pode chegar a R$ 2,4 milhões, revela secretário

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A licitação objetiva a contratação de empresa para gerenciar o abastecimento de combustíveis para os veículos e equipamentos da frota pública da administração direta, indireta e autárquica dos Poderes do Estado, por meio da implantação e operação de sistema informatizado e integrado com a utilização de pagamento via cartões magnéticos ou com chip em postos credenciados no Paraná e em Brasília.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) investiga denúncia de desvio de combustível da Prefeitura de Ponta Grossa. Em outubro de 2017, o BLOG DO JOHNNY noticiou que o secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, havia aberto uma sindicância para apurar o caso supostamente ocorrido na última gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho e no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel (PSDB). Na época, quem comandava a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, responsável pelo abastecimento da frota de veículos do Município, eram os atuais secretário municipal de Infraestrutura e Planejamento, Celso Sant’Anna (2009-2012), e chefe de gabinete Alessandro Lozza de Moraes (2013-2016).

Segundo informou Ferreira em 2017, era a segunda vez que o caso estava sendo investigado. De acordo com ele, uma sindicância anterior foi arquivada com a alegação de que as contas do Município haviam sido aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR). “Existe um desvio, uma diferença grande do combustível. Eu não sei se foi desviado ou se faltou controle”, confirmou.

O secretário disse à época que esperava a punição dos responsáveis pelo desvio. “As pessoas que erraram, sejam responsabilizadas. Queremos saber para onde foi. O contribuinte pontagrossense tem esse direito”.

“Todos que chegavam lá abasteciam. Um funcionário me contou que tinha secretário que abastecia para levar pra fazenda”, relatou Márcio Ferreira.

150 VOLTAS AO MUNDO – Em entrevista ao BLOG DO JOHNNY na tarde de hoje, Márcio Ferreira fez novas revelações sobre o caso. “Constatamos a diferença no combustível e ilegalidades. Foi lançado que o combustível era usado na usina [de asfalto]. Isso não pode, porque a usina está desativada desde o segundo governo do Wosgrau [2005-2008]. A diferença é de governos anteriores, do Wosgrau e do Marcelo. Era muito mal administrado o combustível. E para que eu não tivesse problemas com aquilo, tomei todas as providências”, conta o secretário, informando que foram realizados uma sindicância, encaminhada para a Controladoria Geral do Município, e uma auditoria, destinada à Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, para que adotassem as medidas cabíveis. Desde que assumiu, o secretário informa que implantou um sistema rigoroso de controle no abastecimento da frota. “Saiu um litro de gasolina tem a nota para quem foi abastecido. Até a gasolina de uma roçadeira está lá”.

Márcio Ferreira revelou que foram desviados ao todo 600 mil litros de combustível. “Eram 600 mil litros que estavam faltando. Em valores de hoje, o litro a R$ 4,00, daria dois milhões e quatrocentos mil reais”, disse o secretário, informando que os dados constam na sindicância e na auditoria. Considerando o consumo de um litro a cada dez quilômetros rodados, a quantia seria suficiente para dar 150 voltas ao mundo.

“Todos que chegavam lá abasteciam. Um funcionário me contou que tinha secretário que abastecia para levar pra fazenda”, relatou Ferreira, não sabendo informar o nome do secretário, confirmando que o caso ocorreu na gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau.

O secretário contou que já foi convocado para prestar esclarecimentos no GAECO duas vezes.


Ex-secretários negam desvio

Na época, quem comandava a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, responsável pelo abastecimento da frota de veículos do Município, eram os atuais secretário municipal de Infraestrutura e Planejamento, Celso Sant’Anna (2009-2012), e chefe de gabinete Alessandro Lozza de Moraes (2013-2016).

O BLOG DO JOHNNY ouviu os secretários Alessandro Lozza de Moraes e Celso Sant’Anna sobre a denúncia em 2017. À época, Alessandro disse que o problema é uma questão contábil e que estava sendo analisado pela Controladoria Geral do Município. “Não é desvio, é uma questão contábil. Nem eu sei explicar direito, quem pode explicar melhor é a Controladoria. Tudo foi sendo resolvido gradativamente ao longo dos primeiros quatro anos”, afirmou o atual chefe de gabinete, negando qualquer tipo de irregularidades na sua gestão.

Celso Sant’Anna rebateu a acusação de Ferreira de que não havia controle. “Sempre tivemos um controle muito rígido. De acordo com a nota fiscal que chegava dos caminhões, era dividido pelas secretarias. Tanto que todas as nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas”, afirmou o atual secretário de Planejamento, negando irregularidades. “Desconheço por completo e vejo com muita tranquilidade. Não cabe questão de desvio. Não sei da onde que esse rapaz [Márcio Ferreira] está tirando isso”, rechaçou o atual secretário de Infraestrutura e Planejamento.

O GAECO, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que não pode passar detalhes sobre a investigação porque corre em segredo de justiça. O BLOG DO JOHNNY entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa por meio da sua assessoria de imprensa, mas não recebeu retorno.

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