8 de fevereiro de 2018

Cultura política, artigo de Marcello Richa

Divulgação

“A democracia necessita de pluralidade e envolvimento. Para isso acontecer, porém, é preciso criar instrumentos que estimulem a participação, especialmente junto aos jovens”

Em todo ano eleitoral são promovidas campanhas que ressaltam a importância do voto consciente e que buscam incentivar as pessoas a conhecerem mais sobre os candidatos e suas propostas. A iniciativa é extremamente válida, porém só se tornará realmente eficaz quando conseguirmos enraizar no país uma cultura política que desperte o interesse e o debate sobre o funcionamento do poder público, suas instituições e representantes.

A democracia necessita de pluralidade e envolvimento. Para isso acontecer, porém, é preciso criar instrumentos que estimulem a participação, especialmente junto aos jovens, que possuem uma característica mais crítica e que, infelizmente, encontram-se afastados desse processo.

Recente pesquisa com alunos da rede pública de ensino do Paraná promovida pelo Ministério Público/Secretaria Estadual da Educação, por meio do projeto Geração Atitude, dimensiona a enorme dificuldade que ainda temos que superar. De 10.952 entrevistados, apenas 37,7% afirmaram ter algum interesse na política e 85,6% disseram nunca ter participado ou saber do que se tratava uma audiência pública.

Os dados mostram ainda uma realidade mais complicada em relação à desinformação, com 41,2% dos entrevistados afirmando não saber o que é a Constituição Federal ou o que faz um deputado estadual, enquanto mais de 30% disseram não conhecer as funções de um juiz ou do Ministério Público. Por outro lado, a pesquisa apontou que 53,6% concordam totalmente com a ideia de educação política nas escolas e 27,8% concordam parcialmente.

O conceito de educação política nas salas de aula gera controvérsia devido à questão de ideologia partidária, mas se for promovida com um foco voltado a apresentar para novas gerações as funções, papéis e limites da estrutura e dos agentes da esfera pública, sem dúvidas seria uma importante ferramenta para despertar o interesse do jovem em participar da construção e melhoria das políticas públicas.

Um excelente exemplo nesse sentido é a ação Parlamento Universitário, promovido pela Assembleia Legislativa do Paraná, que permite que acadêmicos tenham a oportunidade de vivenciar o processo de trabalho dos deputados estaduais. Sem foco partidário, o projeto representa uma oportunidade para que os estudantes aprendam de maneira prática e teórica sobre o funcionamento do legislativo.

Conhecimento e informação são essenciais para que possamos ter uma melhor capacidade de interpretação e avaliação em relação a política, desde a escolha do representante público até a fundamental fiscalização dos serviços e propostas. Criar canais de comunicação e aprendizado que estimulem as novas gerações a participarem desse processo é imprescindível para a constante evolução da gestão pública e para alcançarmos, gradualmente, a tão desejada melhoria de nossa sociedade.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)


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