9 de janeiro de 2020

Cultivar Energia torna produtivas áreas ociosas sob linhas da Copel

Divulgação

Copel firma parceria com municípios visando a otimização de espaços que estão sob linhas de transmissão. Programa possibilita desenvolvimento social e renda para moradores que plantam nesses espaços.

O Cultivar Energia, programa corporativo da Copel que objetiva montar hortas comunitárias em imóveis sob as linhas de transmissão e distribuição, completou seis anos em 2019. Já são 15 mil metros quadrados com nova paisagem e mais de 120 famílias atendidas, em Cascavel, Maringá e Ponta Grossa, podendo atingir 150 com a instalação da horta em Curitiba.

A ação é uma parceria entre a Copel e as prefeituras, que disponibilizam áreas que poderiam ser ociosas para plantação, o que contribui para a segurança alimentar e a geração de renda das pessoas cadastradas para usar.

As hortas têm viés de sustentabilidade e proporcionam ocupação responsável dos espaços urbanos, além de evitar descarte irregular de resíduos, acúmulo de lixo e, até mesmo, acidentes. A única pré-condição é a existência de programas municipais de agricultura urbana ou agricultura familiar, que colaboram com a redução das desigualdades sociais.

COMPARTILHAMENTO – Para a Copel, o Cultivar Energia significa compartilhamento seguro e eficaz de espaços urbanos. “Quando há um terreno aparentemente ocioso sob uma linha de transmissão, um terreno de fácil acesso, há ideia de abandono e algumas pessoas acabam descartando objetos. Pode haver problemas com insetos e outros animais”, explica Joylhiana Traiano, gerente da Divisão de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Copel.

“O que idealizamos é um programa de ocupação de espaço de maneira responsável. Além da questão social, da geração de oportunidade para as comunidades, que é um ganho quase incalculável”, afirma ela.

A Copel estabelece parcerias com as cidades que tenham interesse em participar do Cultivar Energia por meio de termos de cooperação em que ambas partes devem cumprir com sua finalidade original.

Os termos têm quatro anos de duração e são passíveis de renovação. A prefeitura é responsável por fazer a intermediação com a comunidade, passar orientações sobre o que plantar, como plantar e como cuidar.

A horta de Cascavel não tem fonte própria de água, então a produção se limita a frutas, verduras e legumes que não dependam de cuidados constantes, como limão, feijão, batatas e cebolinha. Porém, segundo Joylhiana, está sendo avaliada uma parceria com a Sanepar nessa horta em específico. Todos os produtos servem para subsistência e comércio.

EXPERIÊNCIAS – A Copel iniciou o projeto-piloto em parceria com Maringá, em 2013, e as três hortas comunitárias em pleno funcionamento já atendem mais de 50 famílias. Hoje, além das parcerias com Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, há outras cidades que estão em processo de implementação, como Francisco Beltrão, Umuarama e Curitiba.

Nas hortas já existentes a comunidade tem possibilidade de plantar variadas opções de alimentos, de acordo com variações climáticas e do comércio.

Elisa Kazue, coordenadora da comissão de voluntários de Maringá, cidade que conta até mesmo com lista de espera de participantes, afirma que o trabalho é totalmente colaborativo.

“Plantamos hortaliças e leguminosas. O forte é salsinha, cebolinha, alfaces de vários tipos, almeirão e couve manteiga, mas também temos quiabo, chuchu”, destacou. “Construímos essa variedade com apoio da comunidade”.

“Algumas pessoas entregam os produtos em restaurante, lanchonetes, e tem freguês que vem e compra direto na horta. É um programa que oferta dignidade para diversas famílias do Paraná”, complementa Hideo Ono, presidente de uma horta comunitária da Vila Esperança em Maringá.

APOSENTADOS – O município de Cascavel, que aderiu ao projeto recentemente, já conta com 12 famílias participantes e oferta integração e interação entre vizinhos. No Oeste, um dos pontos de atenção é com os aposentados.

“As famílias cadastradas contribuem para a manutenção da horta e usam o imóvel para fazer renda complementar. O trabalho também funciona como uma espécie de terapia, principalmente para aqueles com mais idade. É a prova de que o poder público pode criar espaços como esses com baixo custo”, afirma Carmem Seguro, coordenadora do projeto na cidade.

APRIMORAR – Ao longo dos últimos seis anos, as cidades e a empresa também aprenderam a aprimorar o projeto. Apesar da boa aderência nas compras, ainda havia sobras de alguns itens das plantações, o que ocasionava, eventualmente, descartes.

Para resolver esse dilema a Comissão Interna Socioambiental da Copel organizou um grupo de funcionários da própria empresa que recebe quinzenalmente uma sacola da horta com sete itens de hortaliças, por R$ 10. “Aprendemos que esse modelo também pode funcionar em pequenas cadeias. É o que vamos aprimorar nos próximos anos”, arremata Eliza Kazue. (Com AEN)


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