Divulgação
A concessão do principal ativo da companhia se encerra em 2023 e a outorga mínima do leilão deve girar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.
A Copel prepara uma reserva de caixa para a relicitação da usina hidrelétrica Foz do Areia (Governador Bento Munhoz da Rocha Netto), principal ativo da companhia. A concessão se encerra em 2023 e a outorga mínima do leilão deve girar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Com 1.667 megawatts (MW) de potência, a hidrelétrica localizada na cidade de Pinhão (centro-sul do Paraná) representa um terço de toda capacidade instalada da Copel.
A barragem foi a primeira a ser construída no Brasil e a maior do mundo no gênero na época (1980), com 160 metros de altura e 828 metros de comprimento. Sua construção provocou a desativação da Usina Salto Grande do Iguaçu (1967 a 1979), primeiro aproveitamento energético do rio Iguaçu com 15,2 MW.
De acordo com o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, a preparação para a relicitação encontra respaldo no novo direcionamento da Copel, de concentrar esforços para gerar, transmitir, distribuir e comercializar energia, que compõem a base de sua operação comercial, e aumentar os investimentos no Paraná. Esses compromissos foram direcionados pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) ao novo gestor da empresa.
OLHO NO FUTURO – A Copel encerra neste primeiro semestre um ciclo de investimentos iniciado nos anos anteriores e prevê geração adicional de caixa de até R$ 450 milhões, recursos que vão reduzir o endividamento e serão retidos em caixa para a relicitação de Foz do Areia.
A companhia programa investimentos de R$ 1,99 bilhão em 2019, 23% a menos que em 2018. Desse total, R$ 1,359 bilhão vão para a operação, sendo R$ 836 milhões para distribuição, R$ 233 milhões para geração e R$ 290 milhões para a Copel Telecom.
O investimento em distribuição de energia para 2019 será histórico. “Com a transformação por que passa o segmento de distribuição na atualidade, o investimento em inovação é vital, voltado à construção da infraestrutura das futuras cidades inteligentes”, afirmou o presidente da Copel.
Também estão preparados investimentos de R$ 292 milhões em obras de distribuição de energia no Sudoeste do Paraná, R$ 163 milhões para o programa Mais Clic Rural, R$ 297 milhões para obras de melhorias, expansão e manutenção nas redes de média tensão e R$ 196 milhões na linha de transmissão Curitiba Leste-Blumenau.
A empresa ainda se programa para os leilões de geração de energia A-4 e A-6, que fazem parte de um cronograma do Ministério de Minas e Energia (MME) e devem acontecer em junho e setembro.
No braço de distribuição, a prioridade da Copel é zerar a diferença entre o Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) realizado e o regulatório. Em 2018 a companhia realizou um Ebitda de R$ 800 milhões, 23% abaixo do regulatório, de R$ 1,043 milhão. Em 2016, a diferença foi de 86%.
O Ebitda é o retorno que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) calcula para a distribuidora na revisão tarifária. Quando fica abaixo do valor determinado, significa que o retorno está menor do que poderia ser.
LUCRO EM 2018 – A Copel apresentou resultados econômicos sólidos no ano passado. Em seu balanço financeiro divulgado ao mercado na noite da última quinta-feira, 28, a Companhia apresentou lucro líquido de R$ 1,444 bilhão, 29% a mais que em 2017. A geração de caixa da companhia em 2018 foi de R$ 3 bilhões.
“Os bons números apresentados pela Copel e a disponibilidade para investimento neste ano, de R$ 1,993 bilhão, refletem um programa efetivo de redução de custos, melhoria de eficiência e rigorosa disciplina na alocação de capital”, destacou o presidente Daniel Slaviero. (Com AEN)