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Ao longo das últimas décadas, companhia levou conforto e qualidade de vida a todo o Estado com investimentos na ampliação e modernização da infraestrutura elétrica.
A Copel lançou na última sexta-feira, 12, um projeto de tecnologia de ponta em gestão de redes de energia, dando um passo fundamental para a entrada definitiva na era das smart grids e projetando-se como uma das distribuidoras de energia mais inovadoras do Brasil e do mundo.
A solução ADMS – Advanced Distribution Management System (Sistema Avançado de Gerenciamento de Distribuição) consiste em uma plataforma integrada, que agrega softwares capazes de fazer o controle da rede em tempo real e com precisão total, possibilitando manobras mais eficientes, rápidas e seguras em linhas, subestações e equipamentos de rede. O projeto, que tem investimentos de R$ 45 milhões, é componente fundamental para a gestão da energia compartilhada, produzida a partir da geração distribuída, uma vez que agrega ferramentas de comando dos pequenos geradores.
Por isso, o ADMS chega à Copel cumprindo duplo papel: o de modernização e o de ocupação de um novo espaço em termos de tecnologia de gerenciamento de redes. “É um divisor de águas para a Copel, que vai elevá-la a um outro patamar, de referência em eficiência, modernidade e tecnologia em gestão do sistema de distribuição de energia”, afirma o presidente da Companhia, Daniel Pimentel Slaviero.
“Este sistema coordenará praticamente toda a operação da nossa rede, com um grande salto de qualidade. É um dos mais modernos do mundo e poucas empresas o possuem. No Brasil, operando ainda não há nenhum, havendo apenas outras duas distribuidoras em fase de implantação, além da Copel. Estamos realmente na vanguarda desse processo”, diz o diretor da Copel Distribuição, Maximiliano Orfali.
O primeiro passo para a instalação do sistema foi dado com a integração dos centros de operação da distribuição da Companhia em um só lugar, o polo Smart Copel, em Curitiba. A partir de agora, a nova ferramenta vem para dar mais sinergia na visualização do sistema de distribuição como um todo, “enxergando” as redes de alta, média e baixa tensão em uma só plataforma.
Atualmente, a Copel opera a rede até o consumidor com intervenção de um profissional. Com o ADMS, boa parte deste trabalho será feita por softwares, permitindo avisar e gerenciar automaticamente as interrupções de energia, além de permitir integração em tempo real para fornecer informações aos consumidores.
“Imagine que são 200 mil quilômetros de rede e mais de quatro milhões de consumidores. O sistema nos dará condições de visualização georreferenciada de todo este ambiente; poderemos operar a rede literalmente olhando para cada um de seus componentes, com interface de cálculo capaz de determinar, com precisão, as manobras que precisam ser feitas”, explica o superintendente de Smart Grid e Projetos Especiais da Copel, Julio Omori.
Isso significa restabelecimento de energia mais rápido e seguro em casos de contingência e informação que chega muito mais rápido à Copel sobre a situação do fornecimento. “Antes mesmo do consumidor ligar saberemos exatamente em que ponto está o problema e o que precisa ser feito, além de termos mais precisão sobre o tempo de restabelecimento”, complementa.
NOVAS FUNCIONALIDADES – No campo da inovação, a ferramenta permite, ainda, a implantação da tecnologia self-healing, que consiste em dotar a rede de capacidade de auto reconfiguração. A solução torna a comunicação entre as linhas de distribuição multidirecional, redirecionando a energia por meio de diferentes caminhos em caso de falhas – e garantindo a recuperação do fornecimento mais rapidamente.
E oferece a capacidade de interação com o cliente, sendo possível visualizar remotamente até a entrada do medidor da unidade consumidora. Neste ponto, além de leitura remota do consumo, da previsibilidade de problemas e resolução mais precisa e rápida, o sistema sacramenta a era das smart grids, as chamadas redes inteligentes de energia – uma vez que a distribuidora terá controle de todos os pontos com geração distribuída instalada e do volume de armazenamento de energia excedente.
“As simulações em tempo real que o ADMS faz podem considerar não apenas a energia distribuída pela Copel, mas também a que é produzida via geração distribuída. Assim, podemos fazer até mesmo o despacho da produção que vem dos pequenos geradores, unificando a gestão de toda a energia disponível no sistema”, explica Omori. Uma preparação para o os novos tempos, que permitirá suporte e controle de todas as novas formas de geração e distribuição de energia que estão despontando agora e prometem crescer exponencialmente num futuro breve.
IMPLANTAÇÃO – O sistema começa a ser implantado agora na Copel e tem previsão de três anos para ser finalizado. Serão seis meses de planejamento e o go live da primeira ferramenta (o módulo SCADA, que contempla redes de alta e média tensão) já deve acontecer em um ano e meio. Na sequência virão os demais softwares, voltados à automatização de subestações, redes de baixa tensão, robotização do sistema e à automação dos consumidores.
Vencedora da licitação e responsável por desenvolver a plataforma junto à Copel, a Siemens tem no projeto uma expectativa de aliar o know-how construído em sua planta de pesquisa e desenvolvimento instalada em Curitiba à consolidação da tecnologia, um produto genuinamente brasileiro, em solo paranaense. “Temos engenheiros aqui no Paraná, desenvolvendo esse produto para outros países, como Estados Unidos e Alemanha, e até então nunca tínhamos tido um projeto no Brasil. Por isso, pra nós é uma dupla realização poder fazer este projeto aqui, onde estamos instalados, e ainda construir mais conhecimento, com estes profissionais de alto valor agregado”, finaliza o vice-presidente da área de Smart Infrastructure da empresa, Sergio Jacobsen. (Com AEN)