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As trapalhadas e a falta de planejamento do governo municipal em relação ao tema de interesse da população, seja ela usuária ou não do transporte coletivo, dão a impressão que o objetivo é manter a VCG na operação do sistema. Enquanto isso, a Câmara Municipal também segue omissa em relação ao assunto.
Depois de abandonar a área da saúde por mais de um ano, há pouco mais de três meses para encerrar o contrato do transporte coletivo com a Viação Campos Gerais (VCG) – 11 de junho –, o governo da prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) ainda não publicou e não deverá publicar a tempo o edital de licitação da nova concessão. O projeto de lei do Poder Executivo somente foi enviado para a Câmara Municipal em outubro do ano passado e até hoje, 27, passado quatro meses, ainda não foi aprovado pelos vereadores. Até o momento, a proposta conta com 28 emendas no Legislativo.
A Prefeitura de Ponta Grossa contratou por R$ 2,11 milhões por dispensa de licitação a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para elaborar o novo modelo da concessão.
A consulta e a audiência pública sobre o tema, marcada para o início do mês, também foram adiadas.
A Comissão Especial do Transporte formada por integrantes da administração foi dissolvida no início do mês e novos integrantes foram nomeados. O ex-presidente da Comissão, o procurador Márcio Rezende, divulgou uma carta à Imprensa disparando que teriam sidos destituídos “em razão da discordância pela gestão na nossa forma de atuar e de enumerar as prioridades e os objetivos do projeto”.
O secretário de Infraestrutura e Planejamento, Henrique do Vale, admite que a Prefeitura estuda uma “operação transitória”. “Há um leque de opções em debate, como uma licitação emergencial ou até a encampação do serviço”, declarou.
Em qualquer hipótese, seja de prorrogação ou até mesmo de uma licitação emergencial, a favorecida deverá ser a VCG que opera o serviço.
As trapalhadas e a falta de planejamento do governo municipal em relação ao tema de interesse da população, seja ela usuária ou não do transporte coletivo, dão a impressão que o objetivo é manter a VCG na operação do sistema. Enquanto isso, a Câmara Municipal também segue omissa em relação ao assunto e dá carta branca às ações no mínimo questionáveis por parte do governo, inclusive com questionamentos já feitos pelo Tribunal de Contas do Estado do paraná (TCE-PR) em ofício enviado para a prefeita.
Com o mico na mão, a prefeita Elizabeth Schmidt embarca depois de amanhã, 1º, para uma missão de dez dias do Governo do Estado rumo ao Japão.