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Se não segurar a curva ascendente de casos, o Estado não terá leitos, equipes profissionais intensivistas e remédios anestésicos, que já estão faltando em muitas unidades no Brasil.
Com populações equivalentes a Bolívia (11,3 milhões de habitantes) entrou em colapso de sua saúde pública e privada, colocando em alerta vermelho as autoridades sanitárias do Paraná, com seus 11 milhões de habitantes.
O Paraguai (7 milhões de habitantes) alertou que com a flexibilização no seu comércio houve um crescimento de casos de coronavírus e afeta estratégia, voltando as restrições para não sofrerem como a Bolívia.
“Com a Covid em pleno crescimento, os hospitais não têm espaço para atender a todos os doentes”, diz a imprensa boliviana.
O Instituto Estatal Forense daquele país recomendou a compra de caminhões refrigerados para armazenamento dos cadáveres – os cemitérios já entraram em colapso e os mortos são enterrados em vala comum. “A recomendação é que as autoridades adquiram ou aluguem carros refrigerados para abrigo temporário dos corpos”, explicou o diretor do instituto, Andrés Flores.
O principal hospital de La Paz – capital da Bolívia – “está lotado, tanto em pacientes de internação quanto em terapia intensiva”, alertou o diretor de saúde, Cristian Pereira. O segundo centro de saúde de referência da cidade que também atende pacientes com a doença “também ficará lotado” ainda nesta semana, ressaltou.
PREOCUPANTE – Guardada as devidas diferenças na estrutura de saúde e oferta de testes entre a Bolívia e do Paraná, os dados da doença são mais preocupantes e mostram que se não houver rígido controle a situação inverte-se em pouquíssimo tempo.
A Bolívia superou mais de 1,5 mil mortes por coronavírus, 46 mil casos confirmados e suspeitos, entre eles seis parlamentares. Só em um dia, o país registrou 1.036 novos casos.
Se não houver controle da doença, os epidemiologistas paranaenses temem uma situação análoga à da Bolívia.
É preciso dizer ainda que a estrutura hospitalar do Paraná não é infinita. O Estado tem a capacidade de leitos até certo ponto e há um limite de contratação da equipe multiprofissional especializada e treinada.
AVANÇO – Se não segurar a curva ascendente de casos, o Estado não terá leitos, equipes profissionais intensivistas e remédios anestésicos, que já estão faltando em muitas unidades no Brasil.
“As pessoas de repente esqueceram como se começa um foco disseminador da doença, e que em poucos dias colapsa todo o setor de saúde”, diz um médico da linha de frente de combate ao vírus.
O principal e mais efetivo remédio, por enquanto, é o isolamento domiciliar, higiene pessoal e o distanciamento social. Não se pode cometer erros e alguns prefeitos parecem mais preocupados com a eleição do que continuar enfrentando a mais séria doença que o mundo enfrenta.
MEDIDAS – Para evitar o avanço do vírus, o Estado inclui as sete cidades do Litoral às limitações impostas pelo decreto estadual 4942/20 que restringe o funcionamento de atividades econômicas consideradas não essenciais e a circulação de pessoas em locais públicos por 14 dias.
Agora são 141 municípios atingidos por medidas restritivas mais severas. Eles pertencem às regionais de saúde de Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Toledo e Litoral. (Com assessorias)