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Em entrevista coletiva no final da manhã de hoje, 11, no Centro da Música, a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (PSD), comparou o momento a uma guerra. “Estamos em uma situação crítica, só comparada a uma guerra”, afirmou a prefeita, lembrando que ontem, 10, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Paula, que atende pacientes com sintomas mais graves da Covid-19, fechou as portas por falta de estrutura e de leitos nos hospitais da cidade.

“Nosso alerta hoje é para uma situação de colapso assustadora. No atual ritmo de contágio e agravamento dos casos, com a escassez de meios para atendimento dessa demanda, teremos um momento de grande tristeza e dor, com aumento significativo de óbitos em nossa cidade e região”, previu Elizabeth, reiterando o pedido para que a população fique em casa. “Meu especial pedido a cada um: fique em casa. Só saia se for indispensável. Proteja a sua vida, da sua família e da sua comunidade. Não há preço que pague uma vida. Não há negócio que compense o luto de tanta gente”.

A prefeita informou que o Município está atuando em três frentes: imunização, prevenção e atendimento. Ela lembrou que a imunização da população não depende do Município, mas do fornecimento das vacinas pelos governos federal e estadual. “Embora estamos tentando adquirir por nós mesmos para acelerar esse processo, realmente está bem difícil”, lembrou, citando a adesão de Ponta Grossa no consórcio de municípios para compra de imunizantes.

Elizabeth Schmidt informou ainda que o Centro de Eventos está sendo preparado para a receber ações de vacinação drive-thru, segundo ela, o que irá permitir maior “agilidade e fluidez”, mantidos outros pontos de vacinação na Estação Arte e Restaurante Popular.

A prefeita também ressaltou que o Município vem atuando na prevenção com medidas que visam a restrição da circulação de pessoas, proibindo aglomerações e recomendando o distanciamento e o isolamento social. “Medidas como o uso de máscaras, distanciamento físico, e a permanência em ambientes seguros, tem baixo custo e alta efetividade. Ainda não é hora de voltarmos a vida normal, porque não há normalidade. Estamos em uma situação de exceção”, disse Elizabeth.

Com o fechamento da UPA Santa Paula, Elizabeth lembrou que a Prefeitura transformou algumas unidades de saúde em referência para atendimentos da Covid. “Por conta da elevada procura, tivemos que remover pessoal de outras unidades básicas de saúde e algumas tiveram as atividades temporariamente suspensas, para que pudesse ser dado esse suporte/atendimento”, explicou, informando que a UPA Sant’Anna deverá entrar em funcionamento em breve, sendo transferido para o local o pronto atendimento do Hospital Municipal Doutor Amadeu Puppi (Pronto Socorro), que irá receber pacientes de Covid.

“Muitos parecem ainda não ter compreendido a gravidade da situação que vivemos. Estamos todos em risco. O uso intensivo dos recursos médicos e hospitalares para atender a pacientes de Covid, deixou as outras áreas descobertas. Este é um momento excepcional. E exige mudanças excepcionais. Não saia de casa. Não admita aglomerações. Não contribua para o caos. A cidade precisa de todos neste momento. Precisamos nos unir contra esse inimigo invisível”, concluiu Elizabeth Schmidt.

Prefeitura reorganiza atendimentos nas estruturas de Saúde

Ponta Grossa vive um dos momentos mais delicados da pandemia de Covid-19 desde o início dos casos no Município. Com saturação na capacidade de atendimento da rede pública e privada de saúde na cidade, autoridades participaram hoje de uma coletiva com a prefeita Elizabeth Schmidt para detalhar o cenário da pandemia em Ponta Grossa. Até o momento, foram registrados mais de 24 mil casos, com cerca de 15 mil recuperados e mais de 400 óbitos. Neste momento, os leitos clínicos e de UTI da rede pública e privada estão ocupados, tanto para casos de Covid-19, como para demais urgências e emergências.

Com saturação da capacidade de atendimento da UPA Santa Paula, que está fechada para novos pacientes, a Prefeitura vai ampliar as UBS com atendimento exclusivo para casos suspeitos e sintomas gripais. Hoje já são três Unidades de referência para atendimento de casos leves (Luiz Conrado Mansani/Romulo Pazinato/Cyro de Lima), que atendem até as 21h, de segunda a sexta-feira. A partir de segunda-feira, 15, estas Unidades atenderão até as 19h, abrindo-se uma quarta unidade na Santa Paula, Egon Roskamp, também das 8h às 19h. Neste momento os pacientes com sintomas respiratórios ou suspeita de Covid, devem dirigir-se às Unidades de referência, ou entrar em contato com o Call Center, das 8h às 17h, no 3220-1019, com atendimentos em telemedicina. Os demais casos devem procurar suas UBS de referência.

“O momento é bastante delicado, pois a rede de saúde está saturada não só para casos de Covid-19, mas qualquer outro tipo de urgência e emergência. Temos que ter em mente que apenas decretos não solucionam as problemáticas, o que precisamos é da conscientização de todos para atender ao que está sendo constantemente alertado. Com o fechamento da UPA Santa Paula, a Fundação Municipal de Saúde está direcionando os pacientes para as Unidades de Saúde com atendimento exclusivo para pessoas suspeitas ou confirmadas de COVID”, explica o secretário de Saúde, Rodrigo Manjabosco.

Dessa forma, o atendimento de casos suspeitos e confirmados está sendo feito nas UBS exclusivas, a UPA Santa Paula não está recebendo novos pacientes e o Hospital Municipal está concentrando demais casos clínicos e de traumas. A vacinação também vem sendo ampliada conforme a disponibilização de doses pelo Governo do Estado, somando já mais de 18 mil doses aplicadas na cidade. (Com assessoria)