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Parlamentar se posicionou contrário ao corte de 5,6 mil bolsas para pesquisas.
O deputado federal Aliel Machado (PSB) falou ontem, 04, sobre o corte de mais de 5,6 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado anunciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes). O parlamentar defendeu a manutenção dos investimentos durante reunião da Comissão de Educação, da qual é membro titular, e na Comissão de Finanças e Tributação, com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub. O ministro participou de audiência pública sobre o Programa Future-se.
Aliel cobrou medidas sobre o programa proposto pelo governo federal, que pretende criar novas formas de financiamento das universidades federais, com gestão feita por organizações sociais e criação de um fundo privado. Para o parlamentar, essa é uma questão de soberania das nossas universidades. “Temos mudança de direcionamentos sobre a responsabilidade financeira das instituições, que exercem um papel importante da graduação não só nas universidades, mas também no atendimento às comunidades. Vai muito além da Educação, pois cumpre um papel social”, defendeu ele.
Ainda de acordo com o parlamentar, os países que passaram por crises econômicas graves fizeram um papel inverso ao que o Brasil tem feito ao longo dos anos. “Eles investiram a mais em Pesquisa e Ciência e na formação qualificada dos profissionais”, disse.
Aliel fez também um apelo para que o ministro cuide da Educação e faça o enfrentamento com a equipe econômica contra os cortes. “Peco que o senhor cobre do ministro da economia que não corte da Capes, das bolsas do CNPq. Educação não tem partido, ela é de todos”, lembrou.
Para ele, o corte nas bolsas causa muita preocupação. “A Educação não é gasto, é investimento. E cortar recursos justamente nessa área mostra uma falta de prioridade muito grande por parte do Governo. Esse é o terceiro corte só este ano. São investimentos em pesquisa que contribuem para o desenvolvimento do nosso país, isso precisa ser entendido como essencial por qualquer governo, não só por esse”, alertou o deputado.
Além do prejuízo educacional, o parlamentar destacou o financeiro, já que o corte nas bolsas atinge também a economia. Para se ter uma ideia, só através da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), as bolsas CNPq movimentam mais de R$ 700 mil em um ano. Já as bolsas CAPES (mestrado, doutorado e pós-doutorado) movimentam mais de R$ 21,3 milhões durante um período específico que dura entre 24 a 50 meses. De acordo com um levantamento da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, cerca de 500 pessoas recebem as bolsas através da instituição. (Com assessoria)