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Sanepar alerta para a adequação das instalações, especialmente em relação à água da chuva, que deve ser direcionada para a galeria pluvial. Com irregularidades o esgoto pode retornar para dentro de algum imóvel, pelo ralo do banheiro ou vaso sanitário.
Nos primeiros quatro meses deste ano, em Ponta Grossa, 43,4% dos serviços de manutenção da rede coletora de esgoto executados pela Sanepar foram relacionados ao mau uso do sistema. Além das manutenções, o número inclui limpezas, desobstruções em situações de vazamentos e refluxos de esgoto que resultaram do lançamento indevido de água de chuva na tubulação, gordura e outros objetos.
O gerente regional da Sanepar em Ponta Grossa, Lincoln Vergés, explica que o dado é bastante expressivo, principalmente por se tratar de ocorrências que geram grandes transtornos para a própria população. “São situações que poderiam ser evitadas, como transbordamentos de poços de visita, extravasamentos em vias públicas e até mesmo refluxos para dentro de imóveis”, diz.
Vergés reforça que, para cumprir a finalidade para o qual foi construído, o sistema de coleta e de tratamento de esgoto depende de que cada cliente faça a sua parte, mantendo as ligações hidrossanitárias de seu imóvel dentro das normas técnicas. “Não misturar o esgoto com a água da chuva é uma delas”, destaca.
Em dias chuvosos, a ocorrência de extravasamentos e refluxos de esgoto na cidade aumenta em cerca de 35%. Ele explica que isso se deve à canalização da água de calhas, ralos de varandas e tanques descobertos, entre outros, que estão conectados de forma irregular à rede de esgoto, quando o correto seria ir para a galeria pluvial. Quando chove, há uma sobrecarga na rede coletora da Sanepar, fazendo com que o esgoto transborde nos poços de visita ou retorne para dentro de algum imóvel, pelo ralo do banheiro ou vaso sanitário.
CRIME AMBIENTAL –Na rede da Sanepar só deve ser lançado o esgoto doméstico. Enquanto as tubulações das galerias de água pluvial são dimensionadas com diâmetros iguais ou superiores a 40 centímetros, as tubulações de esgoto são projetadas para ter, na maioria dos casos, 15 centímetros. Por isso, não se pode jogar nada na rede além de esgoto doméstico, que são as águas vindas da cozinha, lavanderia e banheiro.
A água das calhas e ralos externos deve ser desviada para a galeria de água pluvial, instalada pela Prefeitura. Pelas sarjetas ou bueiros, a água da chuva é conduzida às galerias, de onde segue até chegar a um rio. Já o esgoto, que segue pelas redes coletoras da Sanepar, tem como destino final as estações de tratamento.
O Decreto Estadual nº 3.926 determina que é proibido ligar água de chuva na rede pública de esgotamento sanitário. Também não é permitido despejar esgoto nas galerias de águas pluviais. “O cliente que liga a água da chuva na rede de esgoto, ou lança esgoto na galeria de água pluvial, pode ser autuado pela Vigilância Sanitária e terá que corrigir a irregularidade, o que pode inclusive gerar multa”, alerta o gerente. “Isso sem falar nos danos ao meio ambiente. O lançamento irregular de esgoto pode ser caracterizado inclusive como crime ambiental em alguns casos”, reforça.
COMO EVITAR PROBLEMAS – Medidas bem simples podem evitar dores de cabeça. Não devem ser jogados na rede de esgoto materiais como absorventes, papel, embalagens, cigarro, fio dental, ou óleo de cozinha, por exemplo. O esgoto que sai da pia da cozinha e da churrasqueira deve passar pela caixa de gordura antes de chegar à rede da Sanepar.
Os resíduos armazenados nesta caixa devem ser retirados, periodicamente, para evitar que entupam a rede e provoquem o retorno do esgoto para dentro da residência. “Uma ligação bem-feita evita problemas para o cliente, para a Sanepar, para o meio ambiente e para toda a comunidade”, conclui o gerente regional. Estas e outras orientações estão disponíveis no Guia do Cliente Sanepar, no site http://www.sanepar.com.br. (Com AEN)