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Acusado pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, em entrevista ao BLOG DO JOHNNY em março, de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível da Prefeitura de Ponta Grossa, Joelson Sluszz, foi condenado pela Justiça a sete anos e quatro meses de prisão. Atualmente ele possui uma FG como chefe da Seção de Controle de Abastecimento e Manutenção de Frota da Fundação Municipal de Saúde.
Apontado pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, em entrevista ao BLOG DO JOHNNY em março, de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa, o servidor Joelson Sluszz, Assistente de Administração II da Fundação Municipal de Saúde, foi condenado pela Justiça a sete anos e quatro meses de prisão pelos crimes de apropriação indébita e estelionato em 2012, pena que somente será cumprida em março de 2022.
Entre os anos de 2001 a 2005, exercendo a profissão de contador, Sluszz apoderou-se de valores que recebeu de três clientes para pagamento de impostos, taxas e contribuições, falsificando os comprovantes de pagamentos.
Segundo Ferreira, o servidor atuou na pasta no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel (PSDB), na gestão de Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete, e fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada. “Constatamos algumas ilegalidades que aquele Joelson mandou como se tivesse sido utilizado na Usina. Ele era o administrativo do Alessandro e depois foi transferido para a Secretaria de Saúde. Ele quem cuidava do combustível e lançava como se estivesse sendo usado pela Usina. Não pode, a Usina está desativada”, acusou o secretário.
Os desvios, segundo Ferreira, ocorreram de 2013 até 2016, no último mandato do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho, sob o comando de Celso Sant’Anna, atual secretário de Infraestrutura e Planejamento, e no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel.
Segundo a presidente da Fundação Municipal de Saúde, Angela Pompeu, em entrevista ao BLOG DO JOHNNY em março, Sluszz atua na pasta vistoriando obras. Ele é servidor de carreira da Prefeitura desde 2011 e possui uma Função Gratificada (FG) 09, como chefe da Seção de Controle de Abastecimento e Manutenção de Frota, no valor de R$ 1.122,74.
A Função Gratificada (FG) é concedida aos servidores efetivos em cargo de chefia por ato do prefeito.
Procurado pela reportagem do BLOG DO JOHNNY também em março, Joelson Sluzz, não quis gravar entrevista, se limitando a responder que já prestou a sua versão sobre o caso na investigação conduzida pela Prefeitura.
Em fevereiro deste ano, Rangel foi questionado sobre o desvio durante entrevista a uma emissora de rádio. Ele tratou a denúncia como uma “conversa de bastidor”. A Prefeitura de Ponta Grossa, através da sua assessoria de imprensa, também não quis comentar o caso.
A 12ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, especializada na proteção do patrimônio público, fundações e terceiro setor, instaurou um inquérito civil e o Núcleo Regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) um Procedimento Investigatório Criminal para investigar o caso.
Eleição da CEI do Desvio de Combustíveis da Prefeitura é marcada por desentendimentos
No mês passado os vereadores instauraram uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar o desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa. Embora a CEI seja formada por maioria oposicionista, o vereador Geraldo Stocco (Rede) da oposição foi eleito presidente na última quarta-feira, 15, com o apoio dos governistas Sebastião Mainardes Júnior (DEM) e Rogério Mioduski (Cida), retribuindo o voto em Mioduski para a relatoria e deixando de fora os seus companheiros de bancada: Ricardo Zampieri (PSL) e Sargento Guiarone.
Autor do pedido de instalação, Zampieri lamentou o voto de Stocco. “Se eu ver que o trabalho não será a contento, não vou fazer parte e tentar investigar em paralelo”, avalia o parlamentar.
Sargento Guiarone lembrou que investiga o caso desde 2017 e anunciou que por ter ficado de fora da presidência e da relatoria estava se retirando da Comissão. “Não vou fazer parte dessa sujeira. Vereadores que nunca me perguntaram o que poderíamos fiscalizar sobre isso ficaram como presidente e relator. Jamais vou me sujeitar a participar dessa trama”, criticou o vereador.
O presidente da CEI, vereador Geraldo Stocco, alega que buscou o voto dos governistas porque não teria apoio dos colegas de bancada. Na próxima quarta-feira, 22, os vereadores voltam a se reunir para a escolha de um novo membro da CEI, que irá ocupar a vaga deixada pelo vereador Sargento Guiarone. “A partir daí vamos fazer os requerimentos pertinentes e iniciar os trabalhos de investigação”, propõe Stocco, informando que somente após a Comissão estar completa poderá discutir com os demais membros os primeiros passos da investigação.