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Cerca de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, teriam sido desviados da Prefeitura de Ponta Grossa durante as gestões do ex-prefeito Pedro Wosgrau e do prefeito Marcelo Rangel (2013 a 2016).
Depois do desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, a Prefeitura de Ponta Grossa realizou na última quinta-feira, 18, licitação (Pregão Eletrônico nº 54/2019), para contratação de serviços e locação de software para gerenciamento e gestão de combustível, com valor máximo estimado em R$ 2.272.593,00 por um ano, com taxa de administração de 1,91% do valor do litro de combustível a ser utilizado pelos veículos da frota do Município.
A disputa do tipo Menor Preço da Taxa de Administração – Global, até hoje pela manhã, não se tinha conhecimento do vencedor na página de licitações no site da Prefeitura e no Diário Oficial do Município. Além dos serviços e locação de software para gerenciamento e gestão de combustível, a empresa vencedora ficará responsável por implantar cartões magnéticos personalizados e a realização de treinamento operacional presencial para uso do sistema.
No edital de licitação, Anexo I, a justificativa e objetivo da contratação dada pela Prefeitura é “controle, monitoramento e gerenciamento da logística de abastecimento da frota de veículos da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa – PR, através de sistema informatizado, por meio de cartão magnético, o qual deverá possibilitar o efetivo gerenciamento e controle dos gastos prioritariamente de combustíveis da frota, através de sistema informatizado 100% on-line, que deverá possibilitar o controle total dos abastecimentos realizados na frota oficial”.
DESVIO – Em entrevista ao BLOG DO JOHNNY no último dia 18 de março, o secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, acusou o servidor municipal Joelson Sluszz de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa. Segundo o secretário, o servidor atuou na pasta na gestão anterior, de Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete, e fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada. Os desvios, segundo Ferreira, ocorreram de 2013 até 2016, no último mandato do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho, e no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
Procurado pela reportagem do BLOG DO JOHNNY no mês passado, Joelson Sluzz, não quis gravar entrevista, se limitando a responder que já prestou a sua versão sobre o caso na investigação conduzida pela Prefeitura.
Em fevereiro deste ano, Rangel foi questionado sobre o desvio durante entrevista a uma emissora de rádio. Ele tratou a denúncia como uma “conversa de bastidor”. A Prefeitura de Ponta Grossa, através da sua assessoria de imprensa, não quis comentar o caso.
INVESTIGAÇÕES – A Câmara Municipal instaurou na última segunda-feira, 22, uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar o caso. “A expectativa agora é fazer um trabalho responsável e célere para que possamos apresentar respostas à população. Até porque 600 mil litros de combustível foram desviados de baixo dos nossos olhos, sob a nossa supervisão. Uma orgia do dinheiro público aconteceu no Parque de Obras da nossa cidade”, criticou o vereador Ricardo Zampieri (PSL), autor e membro da CEI.
A 12ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, especializada na proteção do patrimônio público, fundações e terceiro setor, instaurou um inquérito civil e o Núcleo Regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) um Procedimento Investigatório Criminal para investigar o caso.