André Jonsson - Blog do Johnny
O secretário de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, acusou o servidor Joelson Sluszz de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, quantia suficiente para dar 150 voltas ao mundo. Sluszz atuou na pasta na gestão anterior, de Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete do prefeito Marcelo Rangel.
O secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, em entrevista ao BLOG DO JOHNNY na última segunda-feira, 18, acusou o servidor municipal Joelson Sluszz de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa. Segundo o secretário, o servidor atuou na pasta na gestão anterior, de Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete do prefeito Marcelo Rangel (PSDB), e fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada.
“Constatamos algumas ilegalidades que aquele Joelson mandou como se tivesse sido utilizado na usina. Ele era o administrativo do Alessandro e depois foi transferido para a Secretaria de Saúde. Ele não era contador e esse cargo é obrigatório ser um contador. Dai eu coloquei o Josnir [de Oliveira Mello] no lugar dele. Ele quem cuidava do combustível e lançava como se estivesse sendo usado pela usina. Não pode, a usina está desativada. Esse é um erro dele, que eu creio que o Alessandro não sabia. Ele fazia por conta”, acusou Ferreira, relatando que a informação consta na auditoria e sindicância interna realizada pela Prefeitura sobre o caso.
Segundo o atual secretário, o desvio não ocorreu somente no primeiro mandato de Rangel. O esquema iniciou na gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho, quando a Secretaria era comandada por Celso Sant’Anna, atual secretário de Infraestrutura e Planejamento. “No governo do Wosgrau também. Quando eu entrei proibi de lançarem na usina. Na minha gestão não teve mais nenhum lançamento da usina. Por isso eu abri a sindicância, pra mim não me ferrar”, contou Ferreira.
Segundo a presidente da Fundação Municipal de Saúde, Angela Pompeu, Sluszz atua na pasta vistoriando obras. Ele é servidor de carreira da Prefeitura desde 2011, no cargo de Assistente de Administração II.
Procurado pela reportagem do BLOG DO JOHNNY hoje, 21, Joelson Sluzz, não quis gravar entrevista, se limitando a responder que já prestou a sua versão sobre o caso na investigação conduzida pela Prefeitura. “Eu não vou conseguir te ajudar porque o que eu tenho de informação eu já passei na minha manifestação, e como corre com sigilo, então, para maiores informações você tem que solicitar via Prefeitura”, alega.
O BLOG DO JOHNNY não conseguiu localizar Alessandro Lozza de Moraes para comentar a acusação. A Prefeitura de Ponta Grossa, através da sua assessoria de imprensa, também não quis comentar o caso. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) investiga denúncia, que corre em segredo de justiça.
Em 2017, no início das investigações, o BLOG DO JOHNNY conseguiu ouvir Alessandro Lozza e Celso Sant’Anna. Eles negaram o desvio.
“Existe um desvio. Era muito mal administrado o combustível. Todos que chegavam lá abasteciam. Eram 600 mil litros que estavam faltando. Em valores de hoje, o litro a R$ 4,00, daria dois milhões e quatrocentos mil reais”, revelou Márcio Ferreira. Considerando o consumo de um litro a cada dez quilômetros rodados, a quantia seria suficiente para dar 150 voltas ao mundo.