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Estão sendo realizadas reuniões entre técnicos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Secretaria de Estado do Planejamento para dar início à elaboração da proposta de investimentos.
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) terá US$ 100 milhões (mais de R$ 370 milhões) do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para aplicação em projetos nas áreas de saúde, turismo e mercado de trabalho nos municípios dos três Estados do Sul.
A carta-consulta elaborada pelo BRDE para captação de recursos foi aprovada pelo governo federal em setembro de 2018. Nesta semana, tiveram início as reuniões entre os técnicos das duas instituições para formatação da proposta de investimento nos três Estados.
Gestores dos governos estaduais também participam das reuniões para que a proposta leve em conta programas e diretrizes dos novos governadores.
Nas reuniões são discutidos critérios de elegibilidade dos financiamentos e formas de identificação das demandas dos municípios. A previsão é que a autorização para contratação dos recursos seja anunciada antes do final deste ano. “O BRDE fez um bom trabalho para ter a captação de recursos aprovada”, disse a especialista em Saúde do BID, Márcia Rocha.
A reunião na Agência Paraná do BRDE realizada hoje, 17, contou com a presença do secretário de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, Valdemar Bernardo Jorge, e do diretor-geral, Mauricio Scandelari. Na ocasião, Jorge explicou aos especialistas do BID como será feito o levantamento das demandas e potencialidades dos municípios paranaenses, a partir da divisão do Estado em 24 regiões.
O presidente do BRDE, Orlando Pessuti, destacou a robustez do banco, que passou de um capital social de R$ 85 milhões para R$ 1,2 bilhão em oito anos e os resultados de 2018, que alcançaram R$ 23,6 bilhões em investimentos no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mesmo com a lenta recuperação da economia. “Parte desses bons resultados atribuímos à busca por novas fontes de recursos”, apontou Pessuti.
“Precisamos seguir um modelo de composição de investimentos, usando os recursos da maneira mais estratégica possível”, afirmou Márcia Rocha, lembrando a importância de oferecer também aos municípios assistência técnica e ações de capacitação. “Devemos seguir a lógica do desenvolvimento integrado e regional, adicionando recursos aos planejamentos que já existem”, acrescentou ela.
Os recursos contratados no BID serão aplicados por meio do Programa de Promoção do Desenvolvimento Local da Região Sul do BRDE, o Desenvolve Sul.
PARCERIAS – A captação de recursos no BID representa a terceira parceira internacional da história do BRDE, que já contratou 50 milhões de euros na Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e outros 80 milhões de euros no Banco Europeu de Investimentos (BEI). Os recursos contratados na AFD são destinados ao financiamento de projetos relacionados à produção e consumo sustentáveis na região Sul.
As parcerias internacionais fazem parte da política de diversificação de fontes de recursos (fundings) adotada pelo BRDE para diminuir a dependência do BNDES e principalmente captar mais recursos. Em 2018, os novos fundings passaram a representar 26,7% do total das contratações do BRDE, ante 6,6% no ano anterior.
RESULTADOS – Dos R$ 2,36 bilhões contratados pelo BRDE no ano passado, 32,89% foram investidos em empreendimentos no Paraná, o equivalente a R$ 776, 4 milhões. Dado o perfil econômico do Estado, o agronegócio foi o setor com maior representatividade nos financiamentos em 2018. O resultado geral superou os números de 2017, quando as operações somaram R$ 2,18 bilhões. (Com AEN)