10 de janeiro de 2019

Produtora de conteúdo Day Lima processa Facebook após ter página desativada

Divulgação

A maquiadora e humorista está com a página fora do ar desde dia 20 de dezembro.

O Facebook ainda é a maior rede social do mundo com mais de 2 bilhões de usuários mensais ativos. Essa é a plataforma que a maquiadora e humorista Day Lima usava para produzir conteúdo para mais de 1 milhão de seguidores, com lives semanais e posts diários. Porém, ela teve a página desativada no dia 20 de dezembro, durante uma live, sem nenhuma explicação da rede.

Day utilizava a página para o seu trabalho e ficou arrasada com o ocorrido. “Eu  fiquei desesperada, meu sentimento era de que toda minha história de ‘Creide’ [personagem interpretada por ela] tinha sido apagada”, conta. Ela também afirma que sempre fez suas postagens dentro da política do Facebook, além de projetos de apoio, como o “Day Lima Transforma”, que ajudou várias mulheres, surgiram dentro da rede social.

“Era no Facebook que eu gerava a maior quantidade de conteúdo, foi lá que eu encontrei um nicho de mulheres que se identificavam comigo, mantinham proximidade, pois são pessoas que agora que utilizam mais essa rede”, completa Day. Para tentar reverter a situação, depois de não receber resposta alguma da rede, Day foi atrás de um escritório de advocacia especializado na proteção de direito dos empreendedores digitais, o Parodi Kassin, e entrou com um processo para reativar a página. A advogada Ana Cecília Parodi, mestre em Direito Econômico e especialista em causas de alta complexidade, explica que a atitude do Facebook foi completamente arbitrária e que viola a Constituição brasileira.

“O Facebook tem feito uma chacina de páginas, descumprindo o contrato que eles têm com seus usuários. Mas o caso da Day é um paradigma para os demais casos, ouve um extermínio de páginas de política, mas o caso da Day é diferente, atingiu a honra e imagem de uma empresa, que ela constituiu como profissional liberal através da internet. Ela depende diretamente da página para exercer o trabalho dela”, declara Ana Cecília.

“Nossa expectativa é que a gente consiga reativar o negócio dela com urgência. O empreendedor digital não pode ser seu negócio desativado assim. Nós acreditamos que esse processo vai se tornar um marco no Brasil para a proteção dos empreendedores digitais. Esperamos que o Facebook torne a rede mais segura e estável para os profissionais que trabalham com internet”, diz o advogado Ricardo Kassin, especialista em direito eletrônico.

O processo já foi aberto e uma liminar solicita a devolução da página em dois dias úteis após o comunicado ao Facebook. Caso não aconteça, é requerido uma multa diária para empresa. “Quando conseguir a página de volta, a primeira coisa que vou fazer é uma live, com certeza chorando de felicidade. Vou continuar fazendo meu conteúdo lá e também outras plataformas, mas sei que a maioria das minhas ‘creidocas’ está lá. Tenho muita esperança de que em breve a página estará na nossa mão de volta”, conclui Day. (Com assessoria)


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