Como defensor do agronegócio do Paraná e do Brasil, o deputado estadual Plauto Miró (DEM) criticou ontem o enredo "Xingu - O clamor que vem da floresta", da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. O parlamentar acusa que no próximo carnaval a escola carioca desfilará na Sapucaí insultos aos trabalhadores do campo e à principal atividade comercial brasileira.
Segundo Plauto, com a justificativa de contar a história indígena brasileira, principalmente a partir dos povos do Xingu, no estado do Mato Grosso, a Imperatriz Leopoldinense acusa os agricultores e produtores rurais de utilizarem agrotóxicos e poluírem terras. Uma das fantasias utilizadas representa um fazendeiro com um símbolo de caveira no peito, exaltando a nocividade da atividade agropecuária.
"A agricultura é indispensável para a população brasileira e inseparável da história do nosso país. Segundo o Ministério da Agricultura, apenas em 2016 a produção de grãos chegou a 200 milhões de toneladas no Brasil", defende o deputado que sai em apoio a outros representantes do setor de agronegócio no Paraná e no Brasil.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná, em recentes declarações, também manifestou-se contra o tema do desfile da escola de samba. "É lamentável que uma escola de samba como a Imperatriz Leopoldinense, que tantas glórias deu ao nosso samba, se preste a um papel como esse, ignorando a importância dos produtores rurais para a sociedade brasileira, tentando pregar neles a falsa condição de bandidos", diz a nota oficial publicada no site da instituição.
O principal trecho da música questionado pelas entidades representativas dos produtores rurais é esse: "O belo monstro rouba as terras dos seus filhos/ Devora as matas e seca os rios/ Tanta riqueza que a cobiça destruiu". Ouça o samba e veja a letra no site oficial da Imperatriz Leopoldinense. (Com assessoria)