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O presidente da Alep presta um desserviço ao Estado do Paraná ao impedir a aprovação da proposta ainda este ano.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), Ademar Traiano (PSDB), barrou a proposta de redução do orçamento do Legislativo para 2019. Na contramão do anseio popular, que espera dos seus governantes medidas como esta, inicialmente apresentada pelo deputado Plauto Miró (DEM), e encampada pelo governador eleito Ratinho Junior (PSD), o presidente da ALEP, descartou discutir a medida ainda este ano, alegando que o “assunto não pode ser atropelado”. Ele disse ainda que a proposta seria uma afronta ao Poder Judiciário, já que a medida pode incentivar a mesma prática, que também é esperada pela sociedade. Traiano ainda culpou a governadora Cida Borghetti (PP) por não enviar a proposta em tempo hábil.
O deputado Ademar Traiano, que apoiou a eleição de Ratinho Junior e recebeu o seu apoio para permanecer como presidente da ALEP, confronta os interesses do governador e da sociedade paranaense.
A proposta de diminuição do repasse de dinheiro à Alep surgiu em novembro, quando o deputado Plauto Miró apresentou um projeto de lei propondo reduzir o índice do Legislativo de 5% para 4,4%. “Não foi dessa vez! Eu tentei, fiz a minha parte e respeito a decisão tomada. Porém, vou continuar trabalhando para que a redução do orçamento da Assembleia Legislativa do Paraná aconteça no futuro, pois já provamos que é possível gastar menos”, lamentou o deputado em publicação nas redes sociais.
Vereadores e Câmaras Municipais por todo o Estado também já estão discutindo a proposta. No final do mês passado o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Serginho do Posto (PSDB), anunciou em entrevista para a imprensa, que irá reduzir em R$ 72 milhões o orçamento do Legislativo para 2019. A decisão foi tomada pela Mesa Executiva da Casa. Em Ponta Grossa, o vereador Mingo Menezes (DEM) apresentou no último dia 19 de novembro, o projeto de lei que propõe redução de 0,7% do orçamento fiscal do Poder Legislativo, que passará de R$ 24.020.038,61 para R$ 22.338.635,91. Se aprovada, a proposta resultará anualmente em uma economia de R$ 1.681.402,70 e de R$ 6.725.610,81 durante o mandato aos cofres públicos.
Há um clamor da sociedade para o uso mais adequado do dinheiro público. Espera-se que a prestação de serviços governamentais ocorra com qualidade e que o Estado utilize racionalmente os recursos dos contribuintes. Isso exige o aprimoramento do Estado de forma a torná-lo mais eficiente. Esta ideia, que espera-se que volte a ser discutida em 2019, e em breve deve ser aprovada nos Legislativos Municipais, é sem sombra de dúvidas um bom exemplo disso e está em sintonia com a voz que vem das ruas e o recado dado aos políticos nas urnas. O que se espera dos governantes são medidas de redução dos gastos, austeridade e o fim dos privilégios.
Traiano presta um desserviço ao Estado do Paraná ao barrar a aprovação da proposta ainda este ano, uma vez que o Estado sairia mais uma vez na vanguarda e daria exemplo para o Brasil, que vive um novo momento. Um momento de esperança, de moralização ética e economia para que o país volte a crescer e se desenvolver.