Divulgação/Montagem BJ
Ela declarou 150 mil reais ao TSE em gastos com o Facebook.
A Revista Piauí trouxe neste final de semana uma reportagem sobre os gastos dos candidatos em impulsionamento de posts nas redes sociais, na primeira eleição no país em que há regulamentação desse tipo de propaganda. Mas a reportagem apontou que os eleitores não tem sido simpáticos à propaganda política em suas timelines (linha do tempo). Passadas duas semanas do início oficial da campanha, os candidatos declararam gastos de 2 milhões de reais em impulsionamento, mas isso não representou necessariamente mais popularidade nas redes nesse período.
Uma análise de desempenho dos candidatos feita pela Piauí com a ferramenta CrowdTangle mostra que o impulsionamento não só não garante exposição, como às vezes o engajamento chega a cair após o pagamento.
Até agora apenas 367 candidatos informaram ter gasto com impulsionamento à Justiça Eleitoral. A governadora Cida Borghetti (PP) é quem mais gastou em propaganda nas redes entre todos os candidatos a todo e qualquer cargo até aqui. Ela declarou 150 mil reais ao TSE em gastos com o Facebook. Os resultados que ela obteve – embora tenha impulsionado apenas 29 vezes entre os dias 28 e 30 de agosto – não foram positivos. Na primeira quinzena do mês, a governadora conquistou 114,2 mil interações em 71 posts analisados. Na segunda, foram 42,7 mil interações em 37 publicações. Isso representa uma queda de 62,6%.
Henrique Meirelles (MDB) é o candidato a presidente mais empenhado em engajar eleitores nas mídias sociais. A Piauí analisou 420 impulsionamentos de posts, publicados entre 22 e 30 de agosto, tanto no Facebook, quanto no Instagram (que é da mesma empresa). Meirelles declarou gastos de 50 mil reais com o Facebook – por enquanto, a única despesa declarada pela sua candidatura ao TSE. Desde o início da campanha, porém, os números de interação no Facebook do ex-ministro da Fazenda caíram 59%, segundo análise usando o CrowdTangle (ferramenta que hoje é do Facebook). No Instagram, o cenário é parecido. De 1 a 15 de agosto, o candidato teve 43,3 mil interações em 79 posts analisados pela Piauí. De 16 a 30 de agosto, foram 19,8 mil interações em 52 postagens analisadas. Uma queda de 54,2%. Meirelles está usando também a estratégia de “dark posts”, publicações que só aparecem no feed de notícias de um determinado público-alvo. Esses posts não são mensuráveis pelo CrowdTangle.
A reportagem analisou o desempenho das redes dos candidatos que declararam ao TSE gastos em patrocínio de postagens em dois períodos: nos 15 dias anteriores ao início oficial da campanha, em 15 de agosto, e na quinzena posterior, a partir de 16 de agosto. Posts impulsionados são os que são pagos pelos donos de uma página, para ter alcance maior ou chegar a usuários específicos – seguidores ou não do perfil. Até o início da campanha oficial, não era permitido fazer impulsionamentos de divulgação das candidaturas.
Entre as regras do TSE para a primeira eleição no país com leis estabelecidas para a propaganda nas redes sociais, estão a transparência dos gastos com posts e outras formas de impulsionamento. O Twitter não quis participar e apenas Google e Facebook estão permitindo impulsionamento de propagandas políticas. (Com informações Revista Piauí)