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Por determinação da governadora Cida Borghetti, o Estado, que já tem a menor alíquota do País, passará a cobrar o imposto sobre uma base de R$ 2,95. Em reunião com líderes empresariais e caminhoneiros, ela solicitou que gêneros de primeira necessidade, além de caminhões de lixo, não sejam bloqueados
A governadora Cida Borghetti anunciou ontem a diminuição e o congelamento da base de cálculo do ICMS que incide sobre o óleo diesel. A partir de 01 de junho a base para calcular o imposto será R$ 2,95 e o valor valerá por 90 dias. A redução é de R$ 0,25 sobre a base atual e deve representar uma queda de aproximadamente R$ 0,04 sobre o preço do combustível na bomba.
A decisão foi comunicada durante reunião com líderes empresariais e lideranças do movimento dos caminhoneiros do Paraná, no Palácio Iguaçu. “Esta é mais uma contribuição importante do Paraná para tentar solucionar o impasse e permitir a retomada da normalidade nas nossas estradas”, disse a governadora. “Queremos minimizar os impactos da paralisação, que já afetam as famílias”, destacou ela. “Estamos num momento de reflexão e de entendimento”.
Em reunião prévia com caminhoneiros, a governadora destacou a disposição para o diálogo. “Estamos todos do mesmo lado, mas não podemos cometer nenhuma irresponsabilidade”, afirmou. Cida agradeceu o empenho do movimento na liberação de produtos essenciais para o funcionamento dos serviços públicos, principalmente de segurança e saúde. Ela solicitou que gêneros de primeira necessidade, como o gás de cozinha, suprimentos e gases específicos para hospitais, medicamentos de uso contínuo e alimentos, além de caminhões de lixo, não sejam bloqueados.
Para Plínio Dias, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais, a reunião foi muito produtiva. “Nós já fizemos a liberação dos itens solicitados pelo governo e, também, estamos liberando agora o gás de cozinha, o lixo”, afirmou ele. “Os caminhões que passarem pelos pontos de manifestação serão respeitados, conforme acordo com o Estado. Sabemos que esses itens são necessários para atender à população e vamos respeitar. No Paraná nós estamos fazendo tudo em conjunto e a iniciativa do Governo do Estado serve de exemplo ao País”, destacou.
O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, afirmou que o setor produtivo compreende e considera as manifestações legítimas, mas está apreensivo com a continuidade da greve. “No que depender do setor produtivo estamos juntos para buscar soluções”, afirmou. Ele, assim, como o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, pediu que as lideranças dos caminhoneiros considerassem uma trégua na paralisação.
“O Estado do Paraná está de parabéns, a governadora foi pontual. Criou um comitê de crise e chamou todos os envolvidos para dentro. Então o Paraná esta dando um bom exemplo. Tanto é que a maneira que foi conduzida com esse selo de liberação de cargas está sendo utilizado em outros estados. Então existe um bom senso, pelo menos até aqui entre os dois lados e isso deve ser enaltecido”, declarou Edson Campagnolo.
“O Paraná dá mais um exemplo para o Brasil”, afirmou o deputado federal Toninho Wandscheer (PROS) ao comentar a disposição do Governo do Estado para o diálogo e as medidas já anunciadas. Segundo ele, a solução para o fim da paralisação dos caminheiros não depende dos governos regionais.
MEDIDAS –A governadora também anunciou linhas de crédito com juros mais baixos para a compra de caminhões e de insumos para veículos pesados. Os financiamentos serão disponibilizados pela Fomento Paraná e Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE). Outra medida foi a suspensão de voos de autoridades em aeronaves do Estado. Os aviões ficarão à disposição para transporte de órgãos e pacientes.
O coronel, Maurício Tortato, chefe da Casa Militar fez um breve relato do trabalho da Defesa Civil do Paraná a partir do acordo construído com os manifestantes para a liberação das cargas prioritárias nas rodovias paranaenses. “Aqui no Paraná o diálogo e o entendimento têm prevalecido em todos os momentos”, disse.
Segundo ele, a medida de aplicar adesivos de identificação da Defesa Civil nos caminhões com carga prioritária deve ser estendida para outros estados do Sul. “Os caminhoneiros que estão nas barreiras estão respeitando o uso dos adesivos. Inclusive, estamos conversando com os Estados do Codesul para que haja uma uniformização de protocolos. Essa ideia dos adesivos foi pioneira e está avançando para outros Estados”, afirmou. (Com AEN)