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Caso apenas Sandro ou ninguém seja eleito, Ponta Grossa perderá a sua representação em Brasília e haverá um retrocesso histórico que refletiu diretamente no desenvolvimento do Município ao longo das últimas décadas
Numa primeira impressão quando lemos na imprensa local no final do ano passado a declaração feita pelo deputado federal Sandro Alex (PSD) que “Ponta Grossa pode ficar sem representante na Câmara Federal”, dava a impressão que o parlamentar estaria receoso de enfrentar o deputado federal Aliel Machado (PSB), que busca a reeleição, e o deputado estadual Márcio Pauliki (SD), que busca uma vaga na Câmara Federal, como adversários nas eleições de outubro.
Mas fazendo uma reflexão mais aprofundada e do momento atual, talvez a declaração de Alex seja um tanto quanto pessimista para si próprio, que possui uma base eleitoral consolidada em toda a região dos Campos Gerais e Centro Sul do Paraná, formada em sua maioria por prefeitos e seus grupos políticos. É certo que não se pode prever o resultado das urnas, mas com certeza pelo serviço prestado ao longo dos seus dois mandatos, o nome de Sandro Alex está em todas as listas de apostas dos eleitos.
A dúvida é a reeleição de Aliel Machado, e a eleição de Márcio Pauliki.
Aliel vinha fazendo um bom trabalho, coordenado por ele próprio e pelo ex-vereador e ex-secretário municipal, Paulo “Cenoura”, na região dos Campos Gerais, Centro Sul e em outras regiões do Estado, como o Norte. Mas a troca da REDE pelo PSB e o apoio à reeleição da governadora Cida Borghetti (PP) o afastaram da sua base de esquerda. Lideranças políticas e movimentos sociais que antes o apoiavam, estão declarando apoio às candidaturas da senadora Gleisi Hoffmann, que disputará uma vaga na Câmara Federal, ou do deputado federal Ênio Verri (ambos do PT), que disputa a reeleição. O próprio deputado estadual Péricles de Holleben Mello (PT), seu companheiro de dobrada, em suas recentes visitas à região não tem mais sido acompanhado por Aliel. E isso irá refletir diretamente em sua reeleição. A estratégia adotada por Aliel é manter o discurso de esquerda, “jogando pra torcida”, na esperança de que pelo menos uma parte desse seu eleitorado seja mantido.
Já as chances de eleição de Márcio Pauliki depende muito se Osmar Dias será mesmo candidato ou se irá ‘cair na ratoeira’. Se Osmar sair candidato e ‘carregar’ Pauliki, há chances da sua pretensão de eleger-se deputado federal ser alcançada. Caso contrário, terá uma eleição difícil. Mesmo tendo embarcado na base do governo estadual, conquistou poucos recursos e não conseguiu consolidar a sua base na região, até mesmo porque a referência nos Campos Gerais junto ao Governo do Estado é o deputado Plauto Miró (DEM), que só deixou as ‘migalhas’ para Pauliki.
As chances de eleição dos três são difíceis, principalmente porque ainda existe os ‘forasteiros’ que vem ‘roubar’ votos em Ponta Grossa e principalmente na região, conforme previu Sandro Alex no final do ano passado. E caso apenas Sandro ou ninguém seja eleito, Ponta Grossa perderá a sua representação em Brasília e haverá um retrocesso histórico que refletiu diretamente no desenvolvimento do Município ao longo das últimas décadas.