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Investimentos do agronegócio, projetos de novas fábricas atraídos pelo programa Paraná Competitivo, e o crescimento da produção agropecuária impulsionaram a economia dos municípios do Interior
O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 67,4% entre 2010 e 2015, último dado consolidado. Na maioria das cidades o crescimento foi ainda maior. Dos 399 municípios do Estado, 304 (76,2%) viram suas economias avançar acima da média estadual. Do total, 99 deles (24,8%) mais que dobraram o tamanho de suas economias.
Os dados são de um levantamento inédito do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), ligado à Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral, com base em dados divulgados pelo IBGE. O estudo leva em conta o avanço do PIB em valores nominais.
O município de Ortigueira, nos Campos Gerais, liderou o ranking de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Paraná. O município recebeu o maior investimento privado da história do Estado – a nova fábrica da Klabin, orçada em R$ 7 bilhões – apoiado pelo programa Paraná Competitivo.
O estudo mostra o impacto das obras de construção do empreendimento, que entrou em operação em 2016. Entre 2010 e 2015 a soma de todas as riquezas do município cresceu 294,7%. Saiu de R$ 247,7 mil para R$ 977,5 mil.
Considerada uma das cidades com menor Índice de desenvolvimento humano (IDH) do Estado, Ortigueira viu crescer emprego, renda e a venda do comércio e dos serviços. “Ortigueira é um exemplo de que como o investimento pode mudar a realidade de uma cidade”, afirma Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.
“É interessante notar que esse impacto sobre a economia de Ortigueira se deu apenas com a construção da fábrica da Klabin, que começou a funcionar em 2016. Com a entrada em operação, esse crescimento da cidade tende a ser muito mais perene”, afirma ele.
Em 2010, Ortigueira gerava 2.282 empregos com carteira assinada, de acordo com dados Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho. Em 2015, graças à construção da nova fábrica, esse número tinha subido para 8.620 empregos. O salário médio passou de R$ 897 para R$ 2.871 no período.
De acordo com o levantamento, depois de Ortigueira, os municípios cujas economias mais cresceram do Estado foram Indianópolis (232,5%), São João (219,4%%), Sabáudia (191%), Paiçandu (184,6%), Cafelândia (182,1%) e Marialva (173,9%). São municípios impulsionados pela agropecuária e projetos de construção de abatedouros de aves, principalmente.
Além de Ortigueira, entre os municípios dos Campos Gerais os que mais cresceram economicamente do Estado no período foram Tibagi (107,3%), Castro (103,1%), Imbituva (97,8%), Jaguariaíva (83,2%), Palmeira (82,1%) e Piraí do Sul (81,7%). Ponta Grossa alcançou 72,2%, na frente de Londrina (64,1%) e Curitiba (44,3%), e atrás de Foz do Iguaçu (92,1%), Cascavel (90,4%) e Maringá (80,6%).
MOTOR DO DESENVOLVIMENTO – Para o diretor-presidente do Ipardes, o Paraná Competitivo foi, junto com o agronegócio e a agropecuária, um dos motores do desenvolvimento econômico dessas cidades. “Com isso houve redução da desigualdade econômica”, acrescenta.
Criado em 2011, o programa de incentivo fiscal é o principal instrumento de atração de investimentos produtivos no Estado, com mais de R$ 40 bilhões contabilizados em projetos de construção e ampliação de fábricas.
ALTERNATIVAS – “O esforço do governo é trazer alternativas para as cidades do Interior. Além da agropecuária, essas cidades estão atraindo projetos de industrialização das novas fábricas e movimentando suas economias”, diz o economista Jean Alberini, gerente de desenvolvimento econômico e empresarial da Agência Paraná Desenvolvimento.
Há dois anos, a agência, que atua como ponte entre o setor privado e o governo na atração de investimentos, criou o Programa Municipal para Atração de Investimentos (PMAI) para capacitar municípios a se tornarem mais competitivos na disputa pelos investidores. De acordo com ele, o projeto já atende 11 municípios. (Com AEN)